Já encontrei a minha. É uma laranjeira de um quintal vizinho. Vejo-a pela janela das traseiras. Ao fim da tarde, quando o céu está limpo e a pôr-se escuro há um instante em que as laranjas parecem luzes.
A Laranjeira tradução do poema de Abensara de Santarém (séc. XII)
De novo a laranjeira – olhai! – traz ante nós os frutos,
quais lágrimas vertidas
nos tormentos do amor
e de vermelho coloridas
Nos ramos de topázio
vede como as rútilas esferas
em ágata moldadas ficam expostas às suaves mãos do zéfiro
que têm martelinhos para uma a uma as percutir
E nós
ora as beijamos
ora nelas os aromas aspiramos
e assim elas parecem faces de donzela ou perfumados pomos
L'unica gioia al mondo è cominciare. È bello vivere perché vivere è cominciare, ad ogni istante. Quando manca questo senso - prigione, malattia, abitudine, stupidità, - si vorrebbe morire...
Andrei Rublev, The Old Testament Trinity, Detail, c. 1410s, 142 x 114 c, The Tretyakov Gallery, Moscow, Russia.
Andrei Rublev, Archangel Michael, Detail, c. 1420s, Tempera on wood, 158 x 108 cm. The Tretyakov Gallery, Moscow, Russia.
E o nome da estrela é Absinto; apetece-me encher os bolsos do casaco de folhas, as folhas das árvores que têm todas as cores de que fala Kandinsky, o amarelo e o azul, o quente e o frio, o terrestre e o celestial, e atravessar o rio mais uma vez, ver os nenúfares de Monet, e as íris, e as catedrais, e aquela solitária meda de feno, e a noite estrelada de Van Gogh, e as telas de Mondrian, caminhar nas ruas e respirar fundo, ler um poema de Rilke junto ao Sena, como Charlie Parker abria o seu livrinho muito velho e anotado e lia um poema de Dylan Thomas, continuamos a perseguir qualquer coisa que não sabemos o que é, mas não fugimos, é isso que os outros não compreendem, não fugimos, perseguimos sempre, mesmo depois de mortos, perseguimos qualquer coisa que talvez nem exista, mas pelo menos estamos a fazê-lo em Paris.
Faço um poema e nasce uma cidade
invento o conteúdo geográfico das coisas.
Escrevo um nome e nasce Dublin
porque Dublin escrevi.
Se onde ponho um traço nasce uma via de ferro
então é um comboio em direcção a Roma.
Faço uma cidade e vejo-me um neón
ponho um anúncio e nasce uma cigaretta.
O italiano compõe o soar da palavra
eu dou uma entoação ao segredo do fim
Se há um horizonte para divulgar o Sol
há uma expectação para divulgar o coração
Se há um moinho para os lados de Perpignan
há Daudet a repousar o Sol numa cadeira
Se há Avignon, uma festa, a França, a Península Itálica,
Burgos e todas as catedrais espanholas
há uma cidade cheia de Sol a compor a direcção
Se o mar fica no fim
Lisboa fica ao pé de Lisboa fica súbito
como se o Tejo fosse um braço decepado
e um cacilheiro total o pano de uma bandeira
Pensa-se no rumor tribal que inunda todas as ruas
faz-se um boulevard duma avenida nossa
põe-se Lautéamont a inventar um prédio.
Há a loucura a inundar a parede
o relógio que
se primeiro bateu na cabeça de Poe
bate depois no sangue feito do conto
divulgado no livro
Lê-se o fígado do poeta no álcool derramado
sobre o desmaio de Ligeia
se esta tem as mãos ebúrneas nasce âmbar
nas mãos brancas duma conceição tripartida.
Ah, se onde ponho a imaginação nasce um lírio
derramem-me a história duma amante sobre a cabeça
pois sou o amante duma perversão absoluta.
Não rasgues o sentido do ombro aí onde tens o tatu do destino
e aí onde só a virgindade do teu androceu malino
pode factar a dimensão do totem a inundar de carácter
todo o céu africano.
Ah, nasça-me um árabe de luz com seu corpo moreno
contradizendo a logia
nasça-lhe uma idade de rosto sua idade gidiana
para compor a tenda com precaução indefinida.
Reveja-se o jeep inglês de Lawrence
que inundava o deserto duma celtidade absoluta,
o zénite solar sobre o bico da tenda.
Só a imagem dum rio pode dar ao poema
toda esta noção geográfica que o poema não tem.
Bramaputtra
se nasceres no papel vou dizer à ondina do gnomo
que a floresta não constrói.
Ponho uma fonte a cantar na cabeça do gnomo
e o gnomo surge e nasce
como o ícone divulgado.
É rica a mitologia germana
para dar um sentido ao godo que de chifres na cabeça
usa um segredo quotidiano pendular
que é o pulso esquerdo da fêmea.
Põe-se-lhe a data
e o poema nasce
rubicundo
como a ponta de um lápis
que escrevesse no registo
o nome macho dum bebé.
I achieve
I finalize
eu acabo
eu finalizo.
É o poema terminado.
sexta-feira, dezembro 12, 2003
ondas curtas (unanimidades)
1. Lhasa, para ouvir aqui (CON TODA PALABRA, LA CONFESSION, MY NAME) e também na Radio Canada. A entrevista é banal, percebe-se que é de circunstância, mas serve para ouvir Lhasa, a acrobata falar, num francês rouco, sobre o circo e sobre Tom Waits, o malabarista. E ri-se.
No próximo ano ela estará em Paris (23 e 24 de Março) e mais para o fim do ano vem cá, não é Luís?
2. Por detrás da blogosfera, há outra, surpreendente e magnífica. Para ler à socapa pois diz-se que a sua leitura desenfreada pode provocar terramotos no Chile. (Ver post aa 10/12/2003, 22:54)
3.
Também nos juntamos ao coro: é obrigatório ir ao King ver o genial João César Monteiro (no Porto vai ser no Nun’Álvares, de 2 a 8 de Janeiro).
Que pensar de tudo isto? Em primeiro lugar, que a vida está má para os pobres. Depois que, nisto ou naquilo, vivemos todos muito ocupados, inclusive na falta de ocupação. Por último, que enquanto, pela parte que me toca, passo o tempo, como agora e aqui, a acariciar o meu dilatado egozinho e a fornecer de mim imagens razoavelmente aliciantes, como estas, existem pessoas bem mais obscuras que, discreta e devotadamente se vão ocupando de mim e do meu glorioso destino o que, aliás, não é novo. Parece que tem sido uma constante da História.
Assim sendo, resta-me reconhecer a solidão moral de uma prática cinematográfica cavada na dupla recusa de ser uma espécie de carro de aluguer da classe mais favorecida e, o que é mais grave, de trocar essa profunda exigência por toda e qualquer forma de demagogia neo-fadista que transporte e venda a miserável ilusão de servir outra coisa. A Certidão, pelo próprio, aqui.
The books, for example, with which my study walls were lined. Like the flowers, they glowed, when I looked at them, with brighter colors, a profounder significance. Red books, like rubies; emerald books; books bound in white jade; books of agate; of aquamarine, of yellow topaz; lapis lazuli books whose color was so intense, so intrinsically meaningful, that they seemed to be on the point of leaving the shelves to thrust themselves more insistently on my attention.
"What about spatial relationships?" the investigator inquired, as I was looking at the books.
It was difficult to answer. True, the perspective looked rather odd, and the walls of the room no longer seemed to meet in right angles. But these were not the really important facts. The really important facts were that spatial relationships had ceased to matter very much and that my mind was perceiving the world in terms of other than spatial categories. At ordinary times the eye concerns itself with such problems as Where? - How far? How situated in relation to what? In the mescalin experience the implied questions to which the eye responds are of another order. Place and distance cease to be of much interest. The mind does its Perceiving in terms of intensity of existence, profundity of significance, relationships within a pattern. I saw the books, but was not at all concerned with their positions in space.
I took my pill at eleven. An hour and a half later, I was sitting in my study, looking intently at a small glass vase. The vase contained only three flowers-a full-blown Belie of Portugal rose, shell pink with a hint at every petal's base of a hotter, flamier hue; a large magenta and cream-colored carnation; and, pale purple at the end of its broken stalk, the bold heraldic blossom of an iris. Fortuitous and provisional, the little nosegay broke all the rules of traditional good taste. At breakfast that morning I had been struck by the lively dissonance of its colors. But that was no longer the point. I was not looking now at an unusual flower arrangement. I was seeing what Adam had seen on the morning of his creation-the miracle, moment by moment, of naked existence.
"Is it agreeable?" somebody asked. (During this Part of the experiment, all conversations were recorded on a dictating machine, and it has been possible for me to refresh my memory of what was said.)
"Neither agreeable nor disagreeable," I answered. "it just is."
Istigkeit - wasn't that the word Meister Eckhart liked to use? "Is-ness." The Being of Platonic philosophy - except that Plate seems to have made the enormous, the grotesque mistake of separating Being from becoming and identifying it with the mathematical abstraction of the Idea. He could never, poor fellow, have seen a bunch of flowers shining with their own inner light and all but quivering under the pressure of the significance with which they were charged; could never have perceived that what rose and iris and carnation so intensely signified was nothing more, and nothing less, than what they were - a transience that was yet eternal life, a perpetual perishing that was at the same time pure Being, a bundle of minute, unique particulars in which, by some unspeakable and yet self-evident paradox, was to be seen the divine source of all existence.
We live together, we act on, and react to, one another; but always and in all circumstances we are by ourselves. The martyrs go hand in hand into the arena; they are crucified alone. Embraced, the lovers desperately try to fuse their insulated ecstasies into a single self-transcendence; in vain. By its very nature every embodied spirit is doomed to suffer and enjoy in solitude. Sensations, feelings, insights, fancies - all these are private and, except through symbols and at second hand, incommunicable. We can pool information about experiences, but never the experiences themselves. From family to nation, every human group is a society of island universes. Most island universes are sufficiently like one another to permit of inferential understanding or even of mutual empathy or "feeling into." Thus, remembering our own bereavements and humiliations, we can condole with others in analogous circumstances, can put ourselves (always, of course, in a slightly Pickwickian sense) in their places. But in certain cases communication between universes is incomplete or even nonexistent. The mind is its own place, and the Places inhabited by the insane and the exceptionally gifted are so different from the places where ordinary men and women live, that there is little or no common ground of memory to serve as a basis for understanding or fellow feeling. Words are uttered, but fail to enlighten. The things and events to which the symbols refer belong to mutually exclusive realms of experience.
“Six Heads express six human emotional states, including joy, sorrow, anger, fear, and awe. The final emotive realm, represented by the face located in the lower right-hand corner, is one of sleep or dreaming. As the other frames progress through their emotional transitions and return to a state of calm or rest with eyes closed, the face in the sixth frame opens his eyes for the first time. His gaze is a reminder that sentience is a constant and essential component of human life. Some part of us always remains awake.”
“In our daily lives emotions rise to the surface in sucession, evoked by the changing situations and circumstances we find ourselves in. In looking at the old painter’s studies, I was fascinated by the idea that these individual states could somehow exist side by side, simultaneously.
Watching the finished piece, I realized that this seemingly artificial situation has a correlative in nature. The imagery in 'Six Heads' acknowledges that who we are cannot be accurately captured by a single face at a single moment in time. We are comprised of many faces and many selves that we carry with us and unfold, one by one, in time.”
This was not easy for Viola’s performer, Tom Fitzpatrick, an experienced stage actor who knew how to play emocional extremes, but who had been working in the more intimate media of film and TV where a more subtle range of facial expression is called for.
“He was uncomfortable,” Viola said, “and ironically, for the piece to work, I had to push him to the extremes, to what he felt to be overacting. A piece like this is about the cumulative efects of stark, primary colors. There’s no room for shades of gray.”
quinta-feira, dezembro 11, 2003 Saber viver é vender a alma ao diabo
Gosto dos que não sabem viver,
dos que se esquecem de comer a sopa
(Allez-vous bientôt manger votre soupe,
s... b... de marchand de nuages?»)
e embarcam na primeira nuvem
para um reino sem pressa e sem dever.
Gosto dos que sonham enquanto o leite sobe,
transborda e escorre, já rio no chão,
e gosto de quem lhes segue o sonho
e lhes margina o rio com árvores de papel.
Gosto de Ofélia ao sabor da corrente.
Contigo é que me entendo,
piquena que te matas por amor
a cada novo e infeliz amor
e um dia morres mesmo
em «grande parva, que ele há tanto homem!»
(Dá Veloso-o-Frecheiro um grande grito?..)
Gosto do Napoleão-dos-Manicómios,
da Julieta-das-Trapeiras,
do Tenório-dos-Bairros
que passa fomeca mas não perde proa e parlapié...
Passarinheiros, também gosto de vocês!
Será isso viver, vender canários
que mais parecem sabonetes de limão,
vender fuliginosos passarocos implumes?
Não é viver.
É arte, lazeira, briol, poesia pura!
Não faço (quem é parvo?) a apologia do mendigo;
não me bandeio (que eu já vi esse filme...)
com gerações perdidas.
Mas senta aqui, mendigo:
vamos fazer um esparguete dos teus atacadores
e comê-lo como as pessoas educadas,
que não levantam o esparguete acima da cabeça
nem o chupam como você, seu irrecuperável!
E tu, derradeira geração perdida,
confia-me os teus sonhos de pureza
e cai de borco, que eu chamo-te ao meio-dia...
Por que não põem cifrões em vez de cruzes
nos túmulos desses rapazes desembarcados p'ra
[morrer?
Gosto deles assim, tão sem futuro,
enquanto se anunciam boas perspectivas
para o franco frrrrançais
e os politichiens si habiles, si rusés,
evitam mesmo a tempo a cornada fatal!
Les portugueux...
não pensam noutra coisa
senão no arame, nos carcanhóis, na estilha,
nos pintores, nas aflitas,
no tojé, na grana, no tempero,
nos marcolinos, nas fanfas, no balúrdio e
... sont toujours gueux,
mas gosto deles só porque não querem
apanhar as nozes...
Dize tu: - Já começou, porém, a racionalização do
[trabalho.
Direi eu: - Todavia o manguito será por muito tempo
o mais económico dos gestos!
*
Saber viver é vender a alma ao diabo,
a um diabo humanal, sem qualquer transcendência,
a um diabo que não espreita a alma, mas o furo,
a um satanazim que se dá por contente
de te levar a ti, de escarnecer de mim...
Cão que matinalmente farejavas a calçada
as ervas os calhaus os seixos os paralelipípedos
os restos de comida os restos de manhã
a chuva antes caída e convertida numa como que auréola da terra
cão que isso farejas cão que nada disso já farejas
Foi um segundo súbito e ficaste ensanduichado
esborrachado comprimido e reduzido
debaixo do rodado imperturbável do pesado camião
Que tinhas que não tens diz-mo ou ladra-mo
ou utiliza então qualquer moderno meio de comunicação
diz-me lá cão que faísca fugiu do teu olhar
que falta nesse corpo afinal o mesmo corpo
só que embalado ou liofilizado?
Eras vivo e morreste nada mais teus donos
se é que os tinhas sempre que de ti falavam
falavam no presente falam no passado agora
Mudou alguma coisa de um momento para o outro
coisa sem importância de maior para quem passa
indiferente até ao halo da manhã de pensamento posto
em coisas práticas em coisas próximas
Cão que morreste tão caninamente
cão que morreste e me fazes pensar parar até
que o polícia me diz que siga em frente
Que se passou então? Um simples cão que era e já não é
Além dos Love Cubes, outra coisa hilariante na Retrospectiva do Martin Parr, em exposição no Reína Sofia quando visitei Madrid, foi a salinha dos self-portraits. Já me tinha cruzado com algumas dessas fotografias mas não me tinha apercebido da sua razão de ser.
E, não, não, ao contrário do que se possa pensar, Martin Parr não é narcisista e não tem qualquer fetiche com os auto-retratos. O fetiche do Martin Parr são as fotografias encenadas dos estúdios populares. No início da colecção terá conseguido adquirir algumas, em que retratadas eram outras pessoas, mas depressa chocou com o direito à imagem dessas pessoas e compreendeu que a única forma de conseguir o maior número possível de fotografias era deixar-se retratar a si mesmo.
E assim se expandiram os seus registos à fotografia que as pessoas comuns têm em casa. A ideia, como todas as grandes ideias, é um ovo de colombo. E o resultado é espantoso. Já se deve ter dito na Janela mas é bom e justo repetir sempre que o vento está de feição: Martin Parr não é um excelente fotógrafo - Martin Parr é um génio. Self-portraits, de todos os seus trabalhos, é talvez aquele que melhor o demonstra e confirma. Para deleite dos admiradores e ranger de dentes dos que o detestam, fica no Boogie uma amostra. Na Magnum há mais. E no livro está tudo (este é, definitivamente, um daqueles livros de fotografia que temos de ter em casa).
Frases das FAQ do My Last Email que não me saem da cabeça (a itálico e negrito os segmentos e/ou sentidos ainda mais poéticos, aqueles que mais encantam - as pérolas das pérolas):
1. In order to make your message even more special and personal, you will also shortly be able to upload attachments (photographs and text files).
2. All messages are held, encrypted, on our secure server and are only sent after you pass away.
3. It is important that you keep this document in a safe [MylastEmail Certificate] [...]in order that [...] your Trustee can return it to us here at mylastemail.com, together with a certified copy of your Death Certificate.
4. [...] we will also be implementing additional "trigger mechanisms". For example, you could opt for an Auto Release - whereby your messages will be automatically delivered to recipients in the event that you do not log on to your account for a period of time (eg, 3 months, 6 months or 12 months).
5. We offer a FREE 30-day trial of our service [...]
6. This service is for the young, old, married or single, those who have children or grandchildren, and those who do not.
7. The service is about being prepared for the sudden and unexpected.
8. Mylastemail.com gives you an opportunity to express your feelings now.
9. It's an appropriate, and safe, method for you to get your sentiments across, in your own unique style and in a very private, personal manner.
Fui ao site que o Tó linkou e referiu ontem – o mylastemail.com. Sentia grande curiosidade relativamente às FAQ. Li-as e às respectivas respostas. Vou transcrevê-las na íntegra, por não ter conseguido escolher umas pérolas e abandonar as outras. Tudo isto tem de ser partilhado. Reparai, comunidade indiscreta de bloggers e leitores, reparai em cada palavra!
"How does mylastemail.com work?
The service is very simple and easy to use. Once you have created your account, you can come back here at any time, sign in to your portfolio of messages, and add new emails or edit/delete existing ones. In order to make your message even more special and personal, you will also shortly be able to upload attachments (photographs and text files). All messages are held, encrypted, on our secure server and are only sent after you pass away.
How do you know when to send the emails?
As part of the registration process, you will be asked to print out a MylastEmail Certificate. It is important that you keep this document in a safe, secure place (in a file together with your life insurance policy documents, for example) in order that, in the event of your death, your Trustee can return it to us here at mylastemail.com, together with a certified copy of your Death Certificate. Only upon receiving this information, and checking carefully against registrations details, will we release your emails.
Due to recent feedback from our customers, we will also be implementing additional ‘trigger mechanisms’. For example, you could opt for an Auto Release – whereby your messages will be automatically delivered to recipients in the event that you do not log on to your account for a period of time (eg, 3 months, 6 months or 12 months).
How much does it cost? Why isn’t it a free service?
We offer a FREE 30-day trial of our service, however after this time a three-year subscription costs just $9.99 USD (convert this amount to my currency). For this subscription fee, you can write up to 5 emails, with a generous space allowance across all 5 emails. You can ‘top up’ your space, with another block of 5 emails, for an additional $5.00 USD.
Why isn’t it free? We have made a small charge for the mylastemail.com service to enable us to provide a high quality, secure service and to prevent abuse. The service charge is intended to cover the overheads of running the service (including the secure server, bandwidth and administration costs). At what amounts to approximately $3.00 per year, we believe that this represents good value for money.
As well as peace of mind for our customers, another benefit of making having a subscription service over a ‘free’ one is that we can keep the site clean and clear of advertising banners.
Who is it aimed at?
This service is for the young, old, married or single, those who have children or grandchildren, and those who do not – in other words, mylastemail.com is for anyone over the age of 18 who wishes to leave behind a goodbye message for their friends and family. The service is about being prepared for the sudden and unexpected.
Why would I use it?
Of course, we must express our love and appreciation as often as possible – but when it comes to close friends and family, there’s usually a lot to say! “I love you”, and “Thank you” are special, important words, but they don’t tell the whole story. Also, it’s not appropriate to wax lyrical about every special memory, your particular song or other personal things that have moved you, every time you leave the house, get in the car or board a plane. Mylastemail.com gives you an opportunity to express your feelings now. It’s an appropriate, and safe, method for you to get your sentiments across, in your own unique style and in a very private, personal manner. One subscriber to the service explains:
“My work involves a fair bit of travel. As a Sales Executive, I’m away from home at least once a month. My kids, Jessica (11) and Tom (14), don’t want to hear me talking about not coming home, or that it’s quite possible that I could be involved in an accident! So, I tell them that I love them, that I’ll call and that I’ll be home shortly.,…I’m not expecting to ‘go’ any time soon, but I’ve left mylastemails, one each for Jessie and Tom, so that if the unthinkable does happen and I don’t come home one day, it’s all down in writing how much I love them, how proud I am of them and how they’ve changed my life for the better. I think it will help…. it’s a part of me they can keep after I’m gone”."
Será possível, pelo aspecto de uma pessoa, saber quem é o seu ? Foi a pergunta que Martin Parr fez e que esteve na origem da criação, em 1972, do Love Cubes. Para tal, o fotógrafo pediu a uma série de casais para os fotografar em separado. As fotografias foram depois coladas em cubos. Joga-se adivinhando quem está com quem.
A minha amiga Ana foi a Londres. Não me trouxe nenhum postal, nenhuma t-shirt, nenhuma caneca com a bandeira de Inglaterra! :( Trouxe Bill Viola. E contou e mostrou os links. Parece-me justo perdoar-lhe a falha nos souvenirs.
"Corpos Inabitáveis.
Errância, Filosofia e Memória
Procuramos a memória apesar do saber do medo. Revolvemos sentidos e sentimentos. Para além do existido e aquém das palavras desenhamos a espessura dos traços de uma geografia - não biografia ou história – que marca relevos, depressões, cumes, planícies, ligações de terra, promontórios, ilhas – como uma grafia de signos sobre o mundo. É um saber que se enraíza na não evidência da paisagem, pois compreender é embater contra a espessura da matéria de que é feito o pensamento. Num paradoxo formal – a impenetrabilidade do corpo do mundo. O pensamento é uma cartografia do tempo e do espaço, a compreensão é a espessura dos lugares. Sem a retórica da história como ficção do presente.
A barbárie regressa, obsessivamente. E a história mostrou violentamente que as grandes narrativas têm falhas, são ficções da memória e do sentido [...]"
2. Nas cityscapes há Gabriele Basilico. Descobri-o há uns anos, numa altura em que me perseguiam imagens de cidades desertas, inverosímeis e fascinantes. Numa estante de livraria encontrei trabalhos seus: predominantemente urbanos, edifícios perfeitamente fotografados, pouca gente, nenhuma gente, muitos carros.
"[...]Todo mi trabajo [...] es concebido como un diálogo con la ciudad. Mantengo mi profundo interés por la arquitectura, pero este se subordina al contexto urbano y a la complejidad de los lugares.
Me resulta difícil decir como nació esta vocación, en qué medida son cómplices mis estudios de arquitectura, el afecto por la ciudad-fábrica y la historia de la industria que signó la evolución de casi todo el siglo veinte, el mito del 900 y de las vanguardias históricas, sin olvidar la natural y progresiva evolución de la fotografía de mero documento a arte.
Más allá de toda retórica, creo tener, en la práctica cotidiana dedicada a la fotografía de espacios urbanos, un doble acercamiento:
- por un lado, un comportamiento de tipo racional que se resuelve operativamente en una especie de "medición" del espacio obtenido a través de la mirada,
- por otro, un comportamiento más sentimental que se resuelve en una interpretación más sugestiva de la realidad y que, si bien conserva el lenguaje de la pura objetividad, empuja a esta última hacia una sublimación de lo real.
Imagino la ciudad como un inmenso cuerpo físico en transformación. Me interesa captar los signos de esta transformación paralelamente a los caracteres somáticos, como un fisiólogo o un antropólogo que investiga el cambio de la forma. La modificación del tejido de las zonas limítrofes, el crecimiento de la periferia, la alteración de los márgenes, recorren casi obsesivamente mi trabajo. [...]"
3. Manuel Outumuro fotografou Barcelona de forma irreflectida e despreocupada. Contaminei a Marta com o "Barcelona, outra visión" e a Marta encontrou um link e outro link:
"[...]- ¿Como te ocurrió la idea de hacer Barcelona Otra Visión?
- Haciendo las localizaciones para mis spots publicitarios mi di cuenta de una serie de partes de Barcelona, que son interesantes, y que no estaban fotografiadas. Así, la idea fue que esta edición no tuviera nada que ver con las demás publicaciones que hay sobre la ciudad.
- ¿Y como las fuiste haciendo?
- Las hice durante un verano. Se da la casualidad que en algunas de ellas el cielo esta muy nublado o gris. Lo que pasa es que la mayoría están hechas o sobre las 7 de la mañana o las 7 de la tarde. Hay algunas nocturnas, pero ninguna al mediodía.
He buscado edificios que yo digo que son huérfanos de arquitectos, porque no salen en ninguna guia de arquitectura, pero que par mi tienen un cierto interés, e incluso una cierta nostalgia del barrio donde vivía.[...]"
4. Sob escuta:
Road
You can say the sun is shining if you really want to
I can see the moon and it seems so clear
You can take the road that takes you to the stars now
I can take a road that'll see me through
I can take a road that'll see me through.
You can take a road that takes you to the stars now
I can take a road that'll see me through
I can take a road that'll see me through
I can take a road that'll see me through.
Know
Know that I love you
Know I don't care
Know that I see you
Know I'm not there.
Queria criar um filme que fosse um documentário baseado na ficção, com locais e personagens originais - as pessoas de Ozora - mas a própria história é uma ficção, do início ao fim. Basicamente, o filme é um jogo ao estilo de um filme no qual, por detrás de paisagens e imagens idílicas se enconde uma história, como com as personagens retratadas em quadros de séculos passado; frequentemente é preciso virar as imagens do avesso para se encontrar aquilo que se procura.
Por isso, para mim é importante o modo como é contada a história principal, nomeadamente a forma como o segredo emerge a partir de uma série de cenas aparentemente independentes; como as imagens de banalidades quotidianas se podem tornar elementos coerentes numa história de homicídios.
Considero que os mais importantes elementos de organização do filme são o ritmo, os diferentes ruídos e vozes que surgem em vez das palavras e frases proferidas em situações concretas, e que, juntos com estas geram uma estranha mistura, uma espécie de "sinfonia de barulhos". De pequenos ruídos surgem micro-histórias que, comparadas com as palavras ditas apontam exactamente para a única verdadeira história, a da tragédia humana que se esconde por detrás da paz. György Pálfi
…há um quarteirão fantasma na transição de Queens para Brooklin que me fascina.
…
E são apenas armazéns abandonados, placas de zinco enferrujadas e janelas sem vidro a abrir para a penumbra. ...
Posso ir para casa? Posso ir ver o filme do Douglas Sirk?
"Escrito no vento", no Hollywood às 15h00
1. While driving him home in her sportster, Marylee (Dorothy Malone) confesses to Mitch Wayne (Rock Hudson) that she loves him
2. Marylee (Dorothy Malone) grasps the symbol of her father's wealth, an oil well
3. Marylee (Dorothy Malone) makes a play for Mitch Wayne (Rock Hudson)
4. Rock Hudson, Robert Stack, and Lauren Bacall