quinta-feira, dezembro 11, 2003 "Corpos Inabitáveis.
Errância, Filosofia e Memória
Procuramos a memória apesar do saber do medo. Revolvemos sentidos e sentimentos. Para além do existido e aquém das palavras desenhamos a espessura dos traços de uma geografia - não biografia ou história – que marca relevos, depressões, cumes, planícies, ligações de terra, promontórios, ilhas – como uma grafia de signos sobre o mundo. É um saber que se enraíza na não evidência da paisagem, pois compreender é embater contra a espessura da matéria de que é feito o pensamento. Num paradoxo formal – a impenetrabilidade do corpo do mundo. O pensamento é uma cartografia do tempo e do espaço, a compreensão é a espessura dos lugares. Sem a retórica da história como ficção do presente.
A barbárie regressa, obsessivamente. E a história mostrou violentamente que as grandes narrativas têm falhas, são ficções da memória e do sentido [...]"