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Janela Indiscreta
 
sábado, junho 21, 2003  


Último aviso: amanhã às 22h30 na Concha Acústica do Palácio de Cristal!

posted by Anónimo on 19:53


 
Esgotado



Ontem entrei na Casa da Música pela primeira vez. É uma bela entrada que nos lembra os encontros imediatos do terceiro grau. E foi isso mesmo que aconteceu: o edifício transformou-se numa nave e levantou voo. A comandante era a Carla Bley.
Foi um excelente concerto e o jazz foi (e deveria ser mais vezes assim) uma verdadeira e contagiante festa. Gostei particularmente das peças: Hip Hop (não tenho a certeza se se chamava assim...), Juanita Traffic (Looking For America) e Who Will Rescue You?(Goes To Church).
A noite encerrou com um encore: o irreconhecível Old McDonald Had a Farm (também do último álbum: Looking For America ).
A Carla Bley tocou piano e dirigiu a Orquestra de Jazz de Matosinhos com muito humor; Steve Swallow mostrou que é um geniozinho com o seu baixo; Gary Valente foi soberbo; e a Orquestra portou-se lindamente.

A sala estava perfeita para um concerto de jazz, inacabada e sem vidros, deixando o vento correr. Lá fora, na Rotunda comemorava-se o São João mas desconfio que o santinho passou a noite ao lado da Carla Bley.

posted by Anónimo on 19:26


 
Caracol

Numa praia encontrei um caracol de ouro,
maciço e recamado das pérolas mais finas;
tocou-o Europa com suas mãos divinas
quando foi pelas ondas sobre o celeste touro.

A meus lábios ergui o caracol sonoro
e suscitei o eco das dianas marinas;
levei-o a meus ouvidos e tantas azuis minas
contaram-me em voz baixa seu secreto tesouro.

Assim me chega o sal dos ventos tão amargos
que em suas veias plenas sentiu a nave de Argos
quando amaram os astros o sonho de Jasão,

e oiço o rumor de ondas e um incógnito acento,
um ondular profundo e um misterioso vento…
(o caracol a forma possui de um coração.)

poema de Rúben Dario dedicado ao poeta espanhol António Machado
tradução de José Bento
© Rosa do Mundo, Assírio & Alvim


posted by Anónimo on 18:47


 
Pimm’s Nº1 Cup

No Sul da europa, qualquer criança de escola sabe que a chegada das primeiras andorinhas está associada ao início da Primavera. Na Inglaterra, onde a transição entre as estações não é tão nítida, aprendi a identificar, pelo menos, uma estação: o Verão. E como? No momento em que a impecavelmente vestida Mrs. Ross, cliente do Claridge’s há décadas, pede o primeiro Pimm’s do ano.

50 ml Pimm’s
120 ml limonada gasosa
Pepino, maçã, hortelã, limão e laranja

Muita gente pensa que o Pimm’s leva tudo e mais alguma coisa. Não é bem assim. Os frutos verdadeiramente essenciais são a maçã (cortada em pedacinhos pequenos), a hortelã (duas folhinhas) e o pepino (uma casca fina e bem longa). Também é habitual incluir meias rodelas de limão e de laranja. No Claridge’s servimos o Pimm’s em copos altos, cheios de gelo. A mistura é feita directamente no copo. Depois de colocadas as frutas e o Pimm’s, preenche-se com qualquer tipo de limonada gasosa (na minha opinião a Sprite tem menos lição, é mais leve e funciona melhor que a 7-Up). É importante macerar um pouco a hortelã, para soltar o sabor. A casca de pepino deverá ficar a toda a altura, saindo uns dois ou três dedos do copo.

Receita de Paulo Loureiro (Bar Manager do Claridge’s Hotel em Londres) repescada de uma revista Pública de 2001

posted by Anónimo on 18:40


 
post em diferido (era quinta-feira e estava na praia do Cabedelo)

São talvez onze da manhã de quinta-feira. Estou na praia e está muito calor. Sopram dois ventos, um quente, o outro um pouco mais mais fresco. Apesar de ser feriado a praia está muito sossegada.
Toca o telemóvel, é a Marta com notícias.Ontem no “Escrita em dia” falou-se de blogs, diz ela. O Pedro Mexia já tem link e o Francisco José Viegas também tem um blog.
Talvez tenha sido o ambiente pachorrento da praia mas percebi claramente que os blogs vão resistir às férias de Verão.
Fui dar um mergulho enquanto pensava num estratagema para descobrir uma ligação à net na Graciosa, é que quinze dias, mesmo lá, vão parecer muito longos…


© Carlos Ávila

posted by Anónimo on 18:37


sexta-feira, junho 20, 2003  
Pieter Bruegel the Elder




Children's Games
(Kunsthistorisches Museum Wien, Vienna)




Landscape with the Fall of Icarus
(Musees royaux des Beaux-Arts de Belgique, Brussels)




The "Little" Tower of Babel
(Museum Boymans-van Beuningen, Rotterdam)

posted by camponesa pragmática on 17:32


 
Cinema no Verão II
Ao ar livre, no Parque dos Poetas (Oeiras)

Segue a lista de filmes que vão ser exibidos no Parque dos Poetas, sempre às 22h. A lotação de cada espectáculo é de 40 pessoas e o acesso é pela Praça do Estádio. Entrada livre.

04 de Julho – Moulin Rouge
05 de Julho – O Fabuloso Destino de Amélie

11 de Julho – Serenata à Chuva
12 de Julho – A Idade do Gelo

18 de Julho – Shrek
19 de Julho – Gato Preto, Gato Branco

25 de Julho – Monstros e Companhia
26 de Julho – Cidade de Deus

(Informação dada pelo Sr. Vasco Alves, da Câmara Municipal de Oeiras, a quem agradeço.)

posted by picatostes on 16:05


 

Cioran

Era justo correr hasta el parque
encontrar al viejo dormido
él, me decías, conoce el horror a la vida,
después también el último niño
habla de nuestro suicidio,
un huérfano que llevamos a la derecha
junto a los documentos
cuando juramos morir en pie
detrás de un cristal roto.

Roberto Carifi

(tradução de Emilio Coco)


posted by Anónimo on 15:57


 
Novos blogs

A Sandra Costa, já conhecida por estas bandas janelescas, não resistiu e juntou-se à blogosfera: tempo dual.

«Dual é todo este tempo em que agora habito. Um tempo de surdina, um dia chamei-lhe sombras, onde a poesia ainda pulsa, um dia chamaram-me sol.
Não sei o que vai resultar daqui. Se vai resultar qualquer coisa sequer. Ficará depois a surdina, de qualquer forma.»

E, claro, o novo blog do Pedro Mexia - Dicionário do Diabo - o qual, por esta altura, já toda a gente deve conhecer.

«[blog que] discutirá abudantemente temas públicos, com links para sites e artigos. A politica, no sentido lato, será evidentemente uma preocupação.»


A Janela dá as boas vindas aos dois. :)

posted by picatostes on 15:35


 


"Quem sou eu?
De onde venho?
Sou Antonin Artaud
e basta que eu o diga
Como só eu o sei dizer
e imediatamente
hão de ver meu corpo
atual,
voar em pedaços
e se juntar
sob dez mil aspectos
diversos.
Um novo corpo
no qual nunca mais
poderão esquecer.

Eu, Antonin Artaud, sou meu filho,
meu pai,
minha mãe,
e eu mesmo.
Eu represento Antonin Artaud!
Estou sempre morto.

Mas um vivo morto,
Um morto vivo.
Sou um morto
Sempre vivo.
A tragédia em cena já não me basta.
Quero transportá-la para minha vida.

Eu represento totalmente a minha vida.

Onde as pessoas procuram criar obras
de arte, eu pretendo mostrar o meu
espírito.
Não concebo uma obra de arte
dissociada da vida.

Eu, o senhor Antonin Artaud,
nascido em Marseille
no dia 4 de setembro de 1896,
eu sou Satã e eu sou Deus,
e pouco me importa a Virgem Maria.



Antonin Artaud


posted by Anónimo on 15:30


 

Morelenbaum2/Sakamoto: Uma Casa para Cinco


















posted by Anónimo on 13:49


 


Águas de março

É pau, é pedra, é o fim do caminho
é um resto de toco, é um pouco sozinho
é um caco de vidro, é a vida, é o sol
é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
é peroba do campo, é o nó da madeira
caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
é o mistério profundo
é o queira ou não queira
é o vento ventando, é o fim da ladeira
é a viga, é o vão, festa da cumeeira
é a chuva chovendo, é conversa ribeira
das águas de março, é o fim da canseira
é o pé, é o chão, é a marcha estradeira
passarinho na mão, pedra de atiradeira

Uma ave no céu, uma ave no chão
é um regato, é uma fonte
é um pedaço de pão
é o fundo do poço, é o fim do caminho
no rosto o desgosto, é um pouco sozinho

É um estrepe, é um prego
é uma ponta, é um ponto
é um pingo pingando
é uma conta, é um conto
é um peixe, é um gesto
é uma prata brilhando
é a luz da manhã, é o tijolo chegando
é a lenha, é o dia, é o fim da picada
é a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
é o projeto da casa, é o corpo na cama
é o carro enguiçado, é a lama, é a lama
é um passo, é uma ponte
é um sapo, é uma rã
é um resto de mato, na luz da manhã
são as águas de março fechando o verão
é a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
é um resto de toco, é um pouco sozinho
é uma cobra, é um pau, é João, é José
é um espinho na mão, é um corte no pé
são as águas de março fechando o verão
é a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
é um resto de toco, é um pouco sozinho
é um passo, é uma ponte
é um sapo, é uma rã
é um belo horizonte, é uma febre terçã
são as águas de março fechando o verão
é a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
é um resto de toco, é um pouco sozinho

É pau, é pedra, é o fim do caminho
é um resto de toco, é um pouco sozinho

Pau, pedra, fim do caminho
resto de toco, pouco sozinho

Pau, pedra, fim do caminho,
resto de toco, pouco sozinho


posted by Anónimo on 13:37


 
ui!
“As previsões do Instituto de Meteorologia apontavam para que ontem, na generalidade do país, os valores ascendem-se [sic] aos 35 graus, facto que se veio a confirmar.” © PÚBLICO

posted by camponesa pragmática on 11:23


 
«On summer nights people sleep in the open.

Indian photographer Raghu Rai has worked for many years on this essay on the Indian city of Calcutta. It is a city with a homage to life. It is one of the busiest and most prosperous cities of Asia. For millions of poor peasants, who see riches flow past every day, Calcutta is a veritable Eldorado. The city can only offer a space of 3.7 square meters to each one of her inhabitants, and just over one square meter of these inhabitants live in a shantytown or slum. Every day five hundred thousand people, fifty thousand cars, thousands of trucks, carts and so on cross the river. It is a city where men have to fight for survival.»
© Magnum Photos

posted by camponesa pragmática on 10:52


quinta-feira, junho 19, 2003  


Construção

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

Chico Buarque



posted by Anónimo on 16:57


 
A Razão dos Sentimentos


From : Desidério Murcho desiderio.murcho@kcl.ac.uk
From: São Paulo, domingo, 15 de junho de 2003
From: Folha Ciência
From: Claudio Angelo


Do que são feitos os sentimentos? Como decompor e definir, por exemplo, o conteúdo da alegria? Se a pergunta parece complicada, um experimento mental pode dar uma ajuda: pense numa praia, num fim de tarde. Nenhuma nuvem no céu. Seu corpo está estendido na areia, suavemente aquecido pelo sol. Som de mar à frente, barulho de folhas ao vento atrás. Você se sente tão bem que começa a pensar em eventos prazerosos passados e a antecipar outros, futuros. Na sua mente, conflitos se amenizam, opostos deixam de se opor.
Para o filósofo holandês Benedictus Spinoza (1632-1677), você teria alcançado o estado de "perfeição maior", ápice da necessidade básica de todas as criaturas de prosperar na própria existência. O neurocientista português Antonio Damasio, que imaginou a cena descrita acima, tem uma outra palavra para isso: homeostase. Sentimentos nada mais são do que representações altamente elaboradas do estado de equilíbrio do organismo. Alegria, tristeza, empatia, orgulho, são todos, em maior ou menor medida, derivados de uma idéia que o cérebro faz do funcionamento do corpo. E, sim, existem áreas definidas no sistema nervoso onde essas representações são geradas.
A proposta está delineada em "Looking for Spinoza: Joy, Sorrow and the Feeling Brain" (Procurando Spinoza: alegria, tristeza e o cérebro que sente), mais recente e mais ousado livro do neurologista da Universidade de Iowa, lançado neste ano nos EUA. Nas suas obras anteriores -o best-seller "O Erro de Descartes" e "O Mistério da Consciência"-, Damasio se dedicou a buscar a base biológica das emoções e da consciência humana. Agora, ele tenta fechar o ciclo, arriscando que os sentimentos, o próprio espírito humano e, em última instância, Deus, são produtos da evolução da espécie e também habitam as ligações sinápticas.
Damasio sabe que a afirmação é forte e que vai causar mal-estar até mesmo entre cientistas. Não por acaso, o livro evoca Spinoza, o panteísta, filósofo excomungado em vida e banido em morte pelas heresias publicadas em sua obra a respeito da natureza humana e divina.
(...)
em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/




posted by Anónimo on 16:40


 
Angélica Liddell em Portugal na
Sociedade Guilherme Cossoul


A dramaturga, encenadora e actriz Angélica Liddell (Figueres, Catalunha, 1968) vem, pela primeira vez, a Lisboa para fazer a sua Performance Lesiones Incompatibles Con La Vida nos dias 14 e 15 de Julho, pelas 22h na Sociedade Guilherme Cossoul em Lisboa.

Dramaturga vencedora da última edição do Festival de la Escena Contemporánea (Madrid, Fevereiro 2003), Angélica Liddell é, na sua geração, o nome mais forte da revivificação da tragédia que, na europa, tem outros cultores como, por exemplo, o francês Michel Azama, curiosamente também nascido na Catalunha.

A obra de Angélica Liddell é já vasta e nela se destacam:

Las Condenadas; Dolorosa; Perro Muerto En Tintorería: Los Fuertes; El Matrimonio Palavrakis; El Jardín De Las Mandrágoras; Leda; El Amor Que No Se Atreve A Decir Su Nombre; Menos Muertos; La Falsa Suicida;Agua Y Limonada En El Madison Square Garden; Once Upon A Time In West Asphixia;

TEATRO DA PULSÃO

Apesar de, no terreno da crítica, algumas vezes se fazerem aproximações entre o teatro de Sarah Kane e o de Angélica Liddell, a verdade é que estamos perante poéticas muito diferenciadas que, de comum, têm apenas o despojamento, o ilimite, e a presença incontornável de dados biográficos (em Kane) e de códigos biográficos (em Liddell).

A visão aguda e por vezes supliciante do mundo nos dramas de Liddell corresponde a uma atitude trágica, ao desplaneamento das situações pelo exterior. O destino aparece como marca fulgurante mas também pejado da semiótica vivencial do ocidente, quer pela interiorização e exploração dos mitos, quer pela viagem pelos arquétipos colectivos de civilizações carimbadas pela violência, a hipocrisia, o dinheiro, religião, poder, que oferecem aos seus locatários o sonho falso.

Ou seja: o desmantelamento (a nudez grega) ou desconstrução do sonho de mercado (onde a viva interrogação: qual é o nosso sonho próprio, o nosso exacto desejo próprio, a nossa intimidade própria, o nosso amor único?) é o continúo pathos da obra de Liddell que joga com todo o Real nas vertentes comportamentais com referência muito explícita aos novos desmembrados do social e do individual que muitas vezes, mantêm o seu nome mítico: Ofélia, Horácio, Grieta, Adão, Isadora, ou inscrevem no seu nome características semânticas (Blanquita) que fazem com que os nomes das personagens fujam do asséptico das nomeações do quotidiano e realmente signifiquem, representem, identifiquem.

A identidade – a impossível identidade que o início do século XX viu (re)nascer pela literatura de Raul Brandão, Proust, Mário Sá-Carneiro, Kafka ou Virgínia Woolf, é, quer no colectivo (a identidade de Tebas – força maior de Édipo Rei – perde-se quando se endogamiza, quando se fecha; a identidade actual dos utentes e consumidores do audiovisual – em Suicidio de Amor por un difundo desconocido ou La falsa suicida ou Once Upon a Time in West Asphixia – é, por mimesis, a anulação de um colectivo), quer no individual (afinal quem é a Puta de Dolorosa? afinal quem não é a Puta de Dolorosa?), o punkt dramático onde a catarsis se pode consumar.

Este aspecto é de grande relevância na medida em que a tragédia grega tinha como modus operandi a presença e cumplicidade de uma comunidade sem a qual as situações de cena estariam conotadas com o mero desvario. A tragédia grega implicava uma comunidade que sabia, por vivência e cultura, tudo o que era posto em cena.

Ao comungar, quase ritualmente, a comunidade podia entender claramente o pathos e chegar facilmente à catarsis. Perdida essa e outras comunidades, a forma de repô-la, no teatro, implica uma saída da órbita dos processos da chamada normalidade. Implica uma abertura ao que não há (Blanquita em Suicídio de Amor por um Defunto Desconhecido) ou acrescentar ao que há ("Lesiones Incompatibles Con La Vida"). Ou seja: todo um trabalho poético inerente à nomeação da verdade. Em 1995, Michel Azama dizia "o teatro actual não precisa de mais dramaturgos, precisa de poetas".

Podemos claramente afirmar que a poesia é o grande múnus de Angélica Liddell – na esteira dos grandes poetas, desde Sófocles a Shakespeare, de Ibsen a Artaud, alimentado por vozes poéticas fundamentais como Emily Dickinson ou Alejandra Pizarnik.

Em Portugal, Angélica Lidell tem duas peças publicadas:

Suicídio de Amor Por Um Defunto Desconhecido (Ed. Tema, Lisboa, Março 2002, trad. de Hermínio Chaves Fernandes)

Dolorosa (Edições Fluviais, Lisboa, Fevereiro 2003, trad. de Alberto Augusto Miranda)

E a Performance:

Lesiones Incompatibles Con La Vida / Lesões Incompatíveis Com A Vida (Edições Do Buraco, bilingue, Lisboa, Junho 2003, tradução de Alberto Augusto Miranda)

Inf: 965817337

ATENÇÃO: Os espectáculos de Lisboa, nos dias 14 e 15 Julho, às 22 horas, na Sociedade Guilherme Cossoul, apenas permitem, por razões de encenação, um número limitado de presentes.

Alberto Augusto Miranda
incomunidade@yahoo.com.ar



posted by Anónimo on 16:29


quarta-feira, junho 18, 2003  

Receita de leitura

Reler, de Nietzsche, o Aurora e ou o Genealogia da Moral e ou A Vontade de Poder. Reler, de seguida ou (também dá) ao mesmo tempo, com o espírito de Nietzsche intensificado, toda a teoria da escravatura de Aristóteles, no Política.

Aceitam-se e-mails (ou comentários, pelo menos enquanto este post não for para arquivo) a propósito do entendimento dos conceitos de escravo e de homem livre, em Aristóteles, à luz de Nietzsche.


posted by camponesa pragmática on 17:43


 








posted by Anónimo on 15:11


 

OLHÓ JAZZ!



Petra - voz
Georgios - piano

2003-06-19 (amanhã) | 23:00
Catacumbas | Bairro Alto | Lisboa

Absolutamente a não perder!


posted by camponesa pragmática on 15:02


 
Francisco José Viegas e blogs

Descobri, no Gato Fedorento, que o Francisco José Viegas tem um blog.

Nesse blog, descobri que hoje, «à meia-noite, no Escrita em Dia (Antena 1), quatro bloguistas: Nuno Costa Santos, Pedro Mexia, Pedro Lomba e José Mário Silva – para falar de blogs, naturalmente. O Mexia e o Lomba vão anunciar os seus novos blogs, depois do desaparecimento da Coluna Infame».

Só boas notícias! :)

posted by picatostes on 14:41


 
Impecável a fotografia de Daniel Rocha na 1ª página do Público de hoje. Tal como o retrato de Durão Barroso, na página seguinte, também de Daniel Rocha. E a fotografia de Rui Gaudêncio (Ferro Rodrigues e Durão Barroso), na página 8. A propósito de Daniel Rocha, embora não possa jurar que se trata do mesmo fotógrafo (onde está a bio?), vale a pena ir a este sítio.

posted by camponesa pragmática on 14:05


terça-feira, junho 17, 2003  
Depois de um dia de dolce far niente, de andar pelo Porto como quem não é de cá, de passear pelo Parque na Cidade de manhã, de chafurdar no Pavilhão da Água e de terminar o dia na excelente esplanada Lais de Guia em Matosinhos, vou para a praia e volto só na sexta, para a Carla Bley. Três ou quatro dias de abstinência blogística, sem posts para publicar nem mil e um blogs para ler. Bom, para compensar a falta, levo uns livrinhos no saco...


posted by Anónimo on 23:48


 
geografias


© James Nachtwey

Uma das características que mais me fascina na internet é a criação de uma geografia diferente da real. Aproxima pessoas que estão afastadas no espaço mas que compartilham gostos e isso é ao mesmo tempo inesperado e bom.
Depois de termos chegado ao Brasil, pela mão do Paulinho Assunção e dos meus múltiplos heterónimos, eis que damos um pulo a Barcelona. O Alex Diaz vive lá e escreveu-nos um mail que muito nos encantou, muito obrigado Alex!

Mas hoje a surpresa ainda foi maior. Zoura Suleimanova é tchetchena, esteve uns tempos em Portugal onde conheceu a Janela e agora, que está de partida, escreveu-nos um mail comovente que não podemos deixar de publicar. Ficámos sem palavras. Gostávamos de te desejar boa sorte, de te dizer que as coisas vão mudar, mas parecem-nos tão distantes todas essas palavras. Fica apenas um abraço sincero, Zoura e a vontade de nos reencontrarmos um dia destes.

Vou-me embora mas não queria partir sem deixar um elogio sincero e algumas palavras.
No território tchetcheno está a dar-se um genocídio, o povo tchetcheno é massacrado diariamente, aquele lugar é um ghetto, ninguém pode entrar ou sair daquele inferno, e o mundo esqueceu os tchetchenos.
Nem depois da deportação em massa a 23 de Fevereiro de 1944 o mundo quis verdadeiramente olhar. Deixo aqui um poema, é um canto de séc.XIX que se tornou um texto identitário, hoje os tchetchenos consideram-no o Hino da Tchetchénia. Como é longo vou abreviar. Não quero aborrecer-vos por isso termino, não volto a Portugal e para onde vou não há internet mas se um dia puder a primeira coisa que faço se vocês ainda estiverem desse lado é procurar a Janela Indiscreta. Faço um pedido: Não esqueçam o povo tchetcheno.
Muito obrigada e muitas felicidades


HYMNE TCHÉTCHÈNE

La nuit où la louve mit bas
Nous sommes venus au monde.
Au matin, au rugissement du lion,
On nous donna nos noms.
(...)
Nos méres nous ont élevés
Pour notre peuple, notre terre.
A l'heure de la défaite
Nous nous sommes comportés en braves.
(...)
Faucons de montagne,
Nous avons été élevés libres.
Les difficultés, les malheures,
Nous les avons traversés en toute dignité.
(...)
Nous ne sommes laissé
Arrêter par personne.
La mort ou la liberté
Nous prendrons l'une des deux.
(...)
La nuit où la louve mit bas
Nous sommes venus au monde.
Nous sommes dévoués à Dieu,
À notre peuple et à notre terre.
Il n'est de dieu que dieu!


posted by Anónimo on 23:01


 
Hoje temos um post especial que muito nos agrada publicar. Trata-se de duas excelentes propostas do Rui Manuel Amaral, a quem passo a palavra:

Sandro Penna & Seamus Heaney

Gostaria de falar de dois livros de poemas editados nas últimas semanas e que julgo merecerem uma referência especial. Refiro-me a "No Brando Rumor da Vida" de Sandro Penna, editado pela Assírio, com tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo, e "Luz Eléctrica", de Seamus Heaney, lançado pela Quasi, e com tradução de Rui Carvalho Homem.
Sandro Penna (1906-1977) é um dos mais fascinantes e extraordinários poetas italianos do século XX, ao lado de Cardarelli, Palazzeschi, Ungaretti, Montale ou Pavese. Pasolini, por exemplo, considerava-o o maior poeta lírico italiano. Em português, e até à data, mantivera-se mais ou menos secreto. Conheciam-se apenas algumas versões dos seus poemas pela mão de Jorge de Sena (Poesia do Século XX, 2ª ed., 1994), Albano Martins (Dez Poetas Italianos, 1992), e, mais recentemente, Gastão Cruz (revista Relâmpago, nº11, 2002).
Do irlandês Seamus Heaney (1939), pelo contrário, existiam já duas extensas recolhas em português: "Da Terra à Luz: poemas, 1966-1987", numa tradução de Rui Carvalho Homem (Relógio d’Água, 1997) e "Antologia Poética", organizada e traduzida por Vasco Graça Moura (Campo das Letras, 1998), ambas editadas ainda no rescaldo da atribuição do Prémio Nobel ao autor, em 1995. A estes livros podíamos ainda acrescentar a tradução brasileira da Companhia das Letras. Heaney é uma das referências mais importantes da literatura de expressão inglesa da segunda metade do século XX. É um autor extremamente popular no Reino Unido, com os seus livros a assumirem contornos de best-sellers. "Luz Eléctrica" é a tradução do seu último livro de poemas originais "Electric Light", editada pela Faber, em 2001.
O lançamento destes livros é, para quem gosta de poesia, um dos acontecimentos literários de 2003.
De Sandro Penna reproduzo um pequeno e belíssimo poema incluído na breve recolha de Gastão Cruz. De Seamus Heaney, escolhi um dos poemas do seu primeiro livro, "Death of a Naturalist" (1966), intitulado "Digging", que eu tive a sorte de ouvir dito pelo próprio autor, numa noite chuvosa de 2001, na Biblioteca Almeida Garrett.


Céu vazio. porém nos olhos negros
deste rapaz eu rezarei a um deus.

Mas o meu deus de bicicleta afasta-se
ou molha o muro com desenvoltura.

Sandro Penna, tradução de Gastão Cruz


Cavando

Entre polegar e indicador
Aconchega-se a caneta; firme como arma.

Sob a janela, o som seco e áspero
Da pá que se enterra em chão pedregoso:
O meu pai, cavando. Baixo o olhar

Sobre o dorso esforçado entre os canteiros
Vergando-se, erguendo-se a vinte anos de distância
Curvado ao ritmo de regos de batata
Onde cavava.

A bota rude fincando-se na pá, a perna
Firme contra o cabo, em alavanca.
Ele arrancava ramas, a lâmina brilhante ia bem fundo
E espalhava batatas novas que apanhávamos,
Gozando a dureza fria nas nossas mãos.

Meu Deus, o velho manejava bem a pá.
Tal como o velho dele.

O meu avô cortava mais turfa num dia
Que qualquer outro homem na turfeira de Toner.
Levei-lhe uma vez leite numa garrafa
Com rolha amolecida de papel. Ergueu-se apenas
P’ra beber, e logo se vergou de novo
Sachando e cortando com gana, lançando torrões
Sobre o ombro, buscando mais e mais fundo
A boa turfa. Cavando.

O odor frio do húmus da batata, os sons lodosos
Da turfa molhada, os golpes bruscos da lâmina
Em raízes vivas acordam-me na mente.
Mas não tenho uma pá p’ra lhes seguir o exemplo.

Entre polegar e indicador
Aconchega-se a caneta.
Com ela hei-de cavar.

Seamus Heaney, tradução de Rui Carvalho Homem


posted by Anónimo on 22:38


 
Escher

Escher faria, hoje, 105 anos.


posted by picatostes on 17:25


 


Para que é que serve a Feira do Livro? - V

A Sandra enviou-nos este link.

posted by camponesa pragmática on 16:04


 
Cinema no Verão I
Os Grandes Êxitos a 2€, Cinema Ávila

Como esta iniciativa vai durar até Setembro (o que torna a lista longa), achei melhor repartir por cada mês. 8 Mulheres estará em exibição de 27 de Junho a 3 de Julho.



Aqui, a informação completa.

posted by picatostes on 15:27


 


A andorinha e Fra Angelico


a cor faz-se luz
dimana o esquemático desenho candura e
recolhida entre dois arcos está a virgem-ao fundo
a sala adivinha-se vazia-sob a abóbada
onde ínfimos astros cintilam veio o anjo
com o seu esplendor de asas em ouro trazer
o doce recado: hás-de conceber e dar à luz um filho
que reinará eternamente sobre a casa de jacob


angelico estremeceu com a inesperada revelação e
na cela retirado deu vida às celestiais criaturas
mas só ele e a andorinha ouviram o segredo
que deus mandara gabriel anunciar.


al berto, a secreta vida das imagens



posted by Anónimo on 14:51


 

Começo onde a memória dói.
Coisas antigas do susto de viver
terrores dos rostos dos outros
nem sei. Digo isto. Um espírito de meditação
nasceu da loucura, nunca soube de
tais coisas foram feitos os meus dias
de puros sons quebrados por sons puros. (...)

Joaquim Manuel Magalhães, António Palolo, 1978





posted by Anónimo on 14:40


 

The Mourning of Christ - Giotto di Bondone


Madonna and Child with Angels - Fra Filippo Lippi

posted by camponesa pragmática on 11:36


 

16-bit Intel 8088 chip

with an Apple Macintosh
you can't run Radio Shack programs
in its disc drive.
nor can a Commodore 64
drive read a file
you have created on an
IBM Personal Computer.
both Kaypro and Osborne computers use
the CP/M operating system
but can't read each other's
handwriting
for they format (write
on) discs in different
ways.
the Tandy 2000 runs MS-DOS but
can't use most programs produced for
the IBM Personal Computer
unless certain
bits and bytes are
altered
but the wind still blows over
Savannah
and in the Spring
the turkey buzzard struts and
flounces before his
hens.

Pull A String, A Puppet Moves

each man must realize
that it can all disappear very
quickly:
the cat, the woman, the job,
the front tire,
the bed, the walls, the
room; all our necessities
including love,
rest on foundations of sand -
and any given cause,
no matter how unrelated:
the death of a boy in Hong Kong
or a blizzard in Omaha ...
can serve as your undoing.
all your chinaware crashing to the
kitchen floor, your girl will enter
and you'll be standing, drunk,
in the center of it and she'll ask:
my god, what's the matter?
and you'll answer: I don't know,
I don't know ...

A Challenge To The Dark

shot in the eye
shot in the brain
shot in the ass
shot like a flower in the dance

amazing how death wins hands down
amazing how much credence is given to idiot forms of life

amazing how laughter has been drowned out
amazing how viciousness is such a constant

I must soon declare my own war on their war
I must hold to my last piece of ground
I must protect the small space I have made that has allowed me life

my life not their death
my death not their death...

8 Count

from my bed
I watch
3 birds
on a telephone
wire.
one flies
off.
then
another.
one is left,
then
it too
is gone.
my typewriter is
tombstone
still.
and I am
reduced to bird
watching.
just thought I'd
let you
know,
fucker.

Charles Bukowski


posted by camponesa pragmática on 11:07


 



Post de Possidónio Cachapa, intitulado "TEATRO", deixado hoje, às 2:22 AM, no Prazer Inculto.

Programa completo do Ciclo Autores Dramáticos no Bairro Alto - neste link.


posted by camponesa pragmática on 10:26


segunda-feira, junho 16, 2003  
DJ in the house

A DJ, nesta semana, é a minha pessoa. Depois passarei os pratos ( melodiosos, barulhentos...) pra outro janaleiro.
Não se preocupem, porque haverá népias de batidas, scratches, mixages da minha parte.
A primeira música ,que rodou ontem, foi a "Hable Con Ella" de Vicente Amigo & El Pele, da banda sonora do filme"Hable con ella" do Pedro Almodóvar.
Agora, do mesmo álbum, Caetono in the house com a sua Paloma.
O que se segue?? É ficar em sintonia.
Já agora, para os que não gostam de música acampanhada com texto corrido, há sempre a hipótese de pará-la (terceiro botão).





posted by Anónimo on 21:45


 
Les multiples visages de Billie Holiday


© CASTERMAN - Munoz / Sampayo

Ce documentaire émouvant retrace la vie de cette artiste à nulle autre pareille, à la fois sensible et désespérée, qui luttera contre son mal être par un excès de drogue et d’alcool. Les multiples visages de Billie Holiday est une documentaire riche en interviews et en images d’archives qui permet de découvrir un mini concert de Billie Holiday avec le saxophoniste Lester Young pour la télévision américaine de l’époque. On y revoit aussi avec plaisir Billie Holiday interpréter les célèbres chansons God Bless the Child, Strange Fruit ou encore Don’t explain.

Quinta-feira às 22h00 no Mezzo

posted by Anónimo on 21:34


 
Ferrer, Allen & Albarn



La suavité cubaine, la rythmique africaine et la pop anglaise se rejoignent sur la scène du Réservoir, sous l'égide de deux légendes, Ibrahim Ferrer et Tony Allen, et d'un touche-à-tout plein de talent, Damon Albarn. Vous avez dit éclectique?

Amanhã às 22h05 no arte

posted by Anónimo on 21:13


 
Abbado, von Otter, Schubert & C.O.E.


© Denise Grünstein / DG

En mai 2002, Claudio Abbado dirigeait à la Cité de la musique le Chamber Orchestra of Europe dans un programme exceptionnel dédié aux Lieder de Schubert. Sélection des meilleurs moments avec Anne Sofie von Otter en soliste.

A não perder, logo às 00h55 no canal arte!

posted by Anónimo on 20:50


 
Megalomania rolesca

Desculpem, mas não consegui resistir. Tudo o que se encontra entre aspas são citações do texto em questão.

« (...) a Periférica ocupa parte do seu espaço arrasando, gozando, achincalhando, toda a imprensa portuguesa: do Público ao Expresso, do DNA ao Jornal de Letras (...) »
Pedro Rolo Duarte, DNa

Se as pessoas que fazem a Periférica têm «complexos de inferioridade», há quem se esqueça que dirige um suplemento, ainda que seja de um «jornal a sério».

posted by picatostes on 19:02


 
Quanta bondade! ou
Para que é que serve a Feira do Livro? - IV




Sábado à noite, depois de me ter desgraçado completamente, aproximei-me da tenda da Teorema, a murmurar coisas absurdas - exs.: a Teorema não tem nada de jeito, Jorge Luís Borges nunca existiu, a Teorema nunca existiu, a Feira do Livro já acabou, eu não existo etc - numa tentativa desesperada de conter os gastos. Qual cereja no topo do bolo (ou como aquela pequena, inofensiva e insuspeita pastilha de menta que, no Monty Python‘s Meaning of Life, e após uma refeição brutalmente substancial, faz rebentar um homem), dei outra vez com isto:



Esta é a capa argentina. A portuguesa, da Teorema, é verde. O livro marchou, evidentemente. Não por estar na Feira mas porque já não era a primeira vez que nos encontrávamos e não o trazer comigo começava a parecer uma atroz e insuportável tortura. De regresso a casa, o livrinho acabou num instante. É o mesmo Quino de sempre que, por ser o mesmo Quino de sempre, faz sempre falta. Um pouco como o mar no Verão e as castanhas no Outono. A diferença deste livro é que, nele, Deus e o Diabo (que agora assinaram um tratado de paz), bem como os respectivos fiéis, estão já ligados à internet e completamente subjugados pelo advento universal do telemóvel, não deixando por isso de ter fé suficiente para fazer, uns, e ver, outros, os grandes milagres do mundo.

Só é pena a página do Quino, onde fui há pouco (procurar a capa portuguesa, que não estava), abrir agora com esta advertência:

Deseo aclarar vehementemente que un texto titulado "La Vida Según Quino" que navega en internet no solo no está escrito por mi sino que me molesta profundamente que alguien pueda creer que soy el autor.

Siempre he expresado mis ideas a través del dibujo y jamás escribo textos sin ilustrarlos.

Me indigna que alguien haya usurpado mi nombre para proponer sus ideas. y si encima esas ideas son tan ñoñas y necias mucho más aún.

Agradeceré a todos la difusión de esta aclaración.

QUINO


Não sabia que “a coisa” tinha também chegado a Quino. Não foi difícil encontrar o texto. Na página que linkei deram-se ao trabalho de imitar o estilo da página oficial. A Feira do Livro, além da desgraça financeira do costume, serve também para saber que este tipo de fraude continua. Quantos textos destes já terá dado à luz a internet?

posted by camponesa pragmática on 17:25


 
Viggo e Rain Song

Viggo Mortensen é actor. Mas, para além disso, faz coisas de jeito:



Podem conhecer mais sobre as suas actividades artísticas no Rain Song, um interessante blog que se tem mantido muito discreto. Mas a Janela não perdoa... Vale a pena!

posted by picatostes on 14:59


 


Está quase tudo no Prado. Quase. Algumas coisas estão noutros museus e a Tentação de Santo Antão está em Lisboa. E não é um qualquer tríptico de Hieronymus Bosch, é um tríptico exemplar, uma vez que condensa o melhor e mais significativo da sua obra – simbologia religiosa medieval e a imaginação monstruosa e infinita; só ele bastaria para uma visita ao Museu Nacional de Arte Antiga, se outros não fossem os encantos do museu.






posted by camponesa pragmática on 14:38


 
“As coisas simples não mudam e são sempre as melhores”, diz a Zazie, sobre a noite de Santo António :)

É verdade. E além da lua cheia sobre o rio, que foi ficando mais bela ao longo da noite, estava muito calor - o Santo António não é Santo António sem muito calor! Uma pessoa sente-se mal, destila, transpira, sente tonturas, mas uma noite de Santo António fresquinha é uma fraude e devia ser proibida se possível fosse. O que talvez estragasse a alegria depois da expectativa e a própria expectativa, que também fazem parte da festa. Além do calor, mal abrimos a porta do prédio, demos com o cheiro total a sardinha assada, Lisboa transformada num gigantesco fogareiro. Começámos a descer a rua em direcção à Baixa. A cidade enfeitada, o trânsito quase parado, muita gente a pé, o som a crescer na Rua da Madalena, o fumo, a música. Depois da Sé, num dado momento, começámos a descer: escadas largas, escadas estreitas, curvas, mais escadas, mais curvas, entre paredes e muros caiados, arcos, flores, fitas coloridas, mais fumo, mais música, o adensar da multidão e da sua voz; por fim, chegámos à Varandinha de Alfama: metem a mão na conta, sim, o tecto é baixo demais, o espaço é um forno (ainda mais calor) e não nos é oferecido conforto algum além do sabor da comida, mas, este lugar, que durante todo o ano é o espaço onde se reúnem os reformados de Alfama e que abre aos forasteiros durante os santos populares, tem uma vista sobre o Tejo que não se encontra em nenhum outro sítio. E o facto de ficar a meio do arraial das escadinhas, em plena confusão de Santo António, torna-o ainda mais especial. Chegámos à Varandinha de dia, o Tejo ainda azul claro e pálido, naquela hora em que se confunde com o céu, encoberto por uma ligeira neblina, a lua quase cheia e quase transparente. Ficámos horas. Esperámos mesa com paciência de noite de Santo António, que é aquela que não admite que nada estrague a alegria, conversámos, calámo-nos porque o Santo António é breve e muitas vezes inexprimível, sentámo-nos, comemos e rimo-nos. Sem nunca tirar os olhos do rio, a desfilar tonalidades de azul possíveis e impossíveis, até as luzes se acenderem na outra margem, o último azul ficar negro e a lua cheia e luminosa. A noite de Santo António é uma noite muito bonita. É a primeira grande noite de Verão... depois do solstício os dias começarão a minguar, porque, por ironia dos calendários, o Verão começa oficialmente no preciso momento em que, lentamente, começa a acabar. Até lá, enquanto as noites forem largas e quentes, o Verão prometido será mais Verão. É esta promessa que celebro no Santo António; e parece-me razão bastante para mergulhar na multidão.

Lembro-me disto quando penso neste tempo:

“April come she will
When streams are ripe and swelled with rain;
May, she will stay,
Resting in my arms again.

June, she'll change her tune,
In restless walks she'll prowl the night;
July, she will fly
And give no warning to her flight.

August, die she must,
The autumn winds blow chilly and cold;
September I'll remember
A love once new has now grown old.”
- Simon & Garfunkel


© 2003 deARTWORKS

posted by camponesa pragmática on 13:02


 
Ofereceram o grande Picasso, da Taschen, a uma pessoa da minha família e, num dos últimos dias, durante a tarde, tive a oportunidade de o folhear tranquilamente, de uma ponta à outra. Tem este aspecto exterior

e contém duas partes: uma, reúne a obra de Picasso até 1936; a outra, reúne a obra de 1937 a 1973. Mostra quadros em abundância das várias fases do pintor. Muitos desses quadros não são gurus de t-shirt. Os textos permitem-nos mergulhar quase ao centímetro em cada obra (sem o tom de espectáculo do Magic, Sex & Death... por isto, continuo a preferir ler livros!), tornando-a, por um lado, mais clara, por outro, maior e, por outro ainda, mais difícil de esquecer e ou de simplificar (não apenas mas, sobretudo, no concernente a quadros ameaçados por uma exposição quase exclusivamente peremptória). Não li o livro todo, infelizmente, mas penso deixar passar o estado de graça livresco*, para o tomar de empréstimo. Neste, como em qualquer livro de pintura, fundamental não é gostar mais ou menos do pintor, mas sim ter consciência da existência de um pensamento humano necessário e anterior à pintura, que a impôs... nesta perspectiva, parece-me, a visão em profundidade de um quadro de Picasso será uma leitura tão cativante como a de um romance de Dostoievsky.


___
* Estado de graça livresco - Tempo em que um livro novo deve permanecer em casa do proprietário sem que os olhos de outra pessoa comecem a cobiçá-lo e sem que a voz, ávida, se permita formular um pedido de empréstimo. O estado de graça livresco tem um tempo variável, resultante (1) da relação que se tem com o proprietário do livro (estado de graça circunstancial), (2) do tempo que o dono do livro vai demorar a lê-lo (estado de graça subjectivo) e (3) de aspectos específicos do mesmo livro (estado de graça objectivo).

posted by camponesa pragmática on 10:25


 
O Diabo dos Números

Há uns meses, Jorge Buescu foi o convidado de Ana Sousa Dias (RTP2, Por Outro Lado). No decorrer da conversa, percebi que a entrevistadora não sabia o que eram números primos. Estado de choque. Em conversa com outras pessoas - "não-científicas" - tomei contacto com a realidade: não era só a Ana Sousa Dias...

Este pequeno episódio dá que pensar (a mim deu!). Durante o secundário, fui bombardeada com afirmações do tipo 'não precisamos de Português para nada, estamos em Ciências' ou 'Filosofia? Para quê? Nunca vamos usar isso...', inclusive dos próprios professores, que davam as aulas a correr e passavam toda a gente (na altura não me importei, verdade seja dita). Analogamente, os estudantes do 4º Agrupamento (acho que era isto) nem Matemática tinham - eram Métodos Quantitativos, uma versão soft. Passei anos a acreditar que havia, realmente, uma divisão. Na faculdade, devido a um professor extraordinário - Paulo Almeida -, a minha visão das coisas mudou muito. A Matemática está em todo o lado. E se pensarmos em Descartes, temos um matemático/filósofo!

Enfim, esta lengalenga toda para recomendar dois livros:

O Diabo dos Números, Hans Magnum Enzensberger, Asa



Para quem está a zeros, este é um livro excelente: tem todas as noções básicas (e algumas mais avançadas). Com umas ilustrações engraçadas, pode parecer um livro juvenil, mas as aparências iludem. (Existe, também, em edição de bolso.)

O Mistério do Bilhete de Identidade e Outras Histórias, Jorge Buescu, Gradiva



Mais avançado (mas acessível!), reforçando a ideia que se encontra Matemática onde menos se espera. :)

posted by picatostes on 03:39


 
Murder Ballads



Um daqueles cd's indispensáveis. Todas as músicas são excelentes, mas a 6ª é, de longe, a minha preferida.

The Curse Of Millhaven

I live in a town called Millhaven
And it's small and it's mean and it's cold
But if you come around just as the sun goes down
You can watch the whole town turn to gold
It's around about then that I used to go a-roaming
Singing La la la la La la la lie
All God's children they all gotta die

My name is Loretta but I prefer Lottie
I'm closing in on my fifteenth year
And if you think you have seen a pair of eyes more green
Then you sure didn't see them around here
My hair is yellow and I'm always a-combing
La la la la La la la lie
Mama often told me we all got to die

You must have heard about The Curse Of Millhaven
How last Christmas Bill Blake's little boy didn't come home
They found him next week in One Mile Creek
His head bashed in and his pockets full of stones
Well, just imagine all the wailing and moaning
La la la la La la la lie
Even little Billy Blake's boy, he had to die

Then Professor O'Rye from Millhaven High
Found nailed to his door his prize-winning terrier
Then next day the old fool brought little Biko to school
And we all had to watch as he buried her
His eulogy to Biko had all the tears a-flowing
La la la la La la la lie
Even God's little creatures, they have to die

Our little town fell into a state of shock
A lot of people were saying things that made little sense
Then the next thing you know the head of Handyman Joe
Was found in the fountain of the Mayor's residence
Foul play can really get a small town going
La la la la La la la lie
Even God's children all have to die

Then, in a cruel twist of fate, old Mrs Colgate
Was stabbed but the job was not complete
The last thing she said before the cops pronounced her dead
Was, My killer is Loretta and she lives across the street!
Twenty cops burst through my door without even phoning
La la la la La la la lie
The young ones, the old ones, they all gotta die

Yes, it is I, Lottie. The Curse Of Millhaven
I've struck horror in the heart of this town
Like my eyes ain't green and my hair ain't yellow
It's more like the other way around
I gotta pretty little mouth underneath all the foaming
La la la la La la la lie
Sooner or later we all gotta die

Since I was no bigger than a weavil they've been saying I was evil
That if bad was a boot that I'd fit it
That I'm a wicked young lady, but I've been trying hard lately
O fuck it! I'm a monster! I admit it!
It makes me so mad my blood really starts a-going
La la la la La la la lie
Mama always told me that we all gotta die

Yeah, I drowned the Blakey kid, stabbed Mrs. Colgate, I admit
Did the handyman with his circular saw in his garden shed
But I never crucified little Biko, that was two junior high school psychos
Stinky Bohoon and his friend with the pumpkin-sized head
I'll sing to the lot, now you got me going
La la la la La la la lie
All God's children have all gotta die

There were all the others, all our sisters and brothers
You assumed were accidents, best forgotten
Recall the children who broke through the ice on Lake Tahoo?
Everyone assumed the Warning signs had followed them to the bottom
Well, they're underneath the house where I do quite a bit of stowing
La la la la La la la lie
Even twenty little children, they had to die

And the fire of '91 that razed the Bella Vista slum
There was the biggest shit-fight this country's ever seen
Insurance companies ruined, land lords getting sued
All cause of wee girl with a can of gasoline
Those flames really roared when the wind started blowing
La la la la La la la lie
Rich man, poor man, all got to die

Well I confessed to all these crimes and they put me on trial
I was laughing when they took me away
Off to the asylum in an old black Mariah
It ain't home, but you know, it's fucking better than jail
It ain't such bad old place to have a home in
La la la la La la la lie
All God's children they all gotta die

Now I got shrinks that will not rest with their endless Rorschach tests
I keep telling them they're out to get me
They ask me if I feel remorse and I answer, Why of course!
There is so much more I could have done if they'd let me!
So it's Rorschach and Prozac and everything is groovy
Singing La la la la La la la lie
All God's children they all have to die

La la la la La la la lie
I'm happy as a lark and everything is fine
Singing La la la la La la la lie
Yeah, everything is groovy and everything is fine
Singing La la la la La la la lie
All God's children they gotta die

posted by picatostes on 02:26


 
Royal Blood

A propósito do ataque do DNa à Periférica - e consequente falatório bloguístico -, lembrei-me de umas fotos maravilhosas que vêm na revista mais recente. Royal Blood, de Erwin Olaf. Uma aqui em baixo, as restantes da série no Boogie.



Sissi


Se quiserem ver mais, carreguem aqui.

posted by picatostes on 01:48


domingo, junho 15, 2003  

( )





posted by Anónimo on 18:25


 
Para que é que serve a Feira do Livro? - III

Para arruinar financeiramente uma pessoa.

A feira acabou ontem, para mim. Hoje, estou a pensar criar uma sociedade de apoio para compradores de livros compulsivos. Sei que não estou sozinha neste meu problema.

posted by picatostes on 18:09


 
Yann Martel e Possidónio Cachapa na Feira do Livro de Lisboa

Ontem, 18h30 - lançamento de A Vida de Pi, no Auditório.
Lá cheguei, atrasada (a história da minha vida). Uma senhora discursa sobre as maravilhas do livro, Booker winner, etc e tal. Nunca se ouve a palavra M. Ah! Alguém tem perguntas que queira colocar ao autor? É agora! Nada... Passemos, pois, aos autógrafos. Ainda estive vai-não-vai para dizer "I'm very curious about your book, now that I've read the original", mas o senhor até era simpático - e o Possidónio, no andar de baixo - e a verdade é que não o li. Acabei por trazer o Pi, com um "may your feet always be touching sand" e a sensação que será como ver primeiro um filme e ler, depois, o livro. Ficou a indicação que a acção do romance a seguir ao próximo terá lugar em Trás-os-Montes. Como alertou o jm, é melhor ir lendo Torga!

Ontem, 19h (como é que é possível uma pessoa organizar-se?) - lançamento de Segura-te ao meu Peito em Chamas, no Espaço de Lançamentos.
Nunca tinha entrado aqui. Assumi, vendo de fora, que fosse um espaço amplo. Portanto, achei que, quando chegasse, era só infiltrar-me, discretamente, no fundo da sala. Depois de ter incomodado 527 pessoas pelo caminho, consegui sentar-me. O Zé Mário apresentou o livro, o Possidónio falou, o Pedro Mexia (agora sem link) perguntou, o Possidónio respondeu e saímos todos cá para fora. Os comes e bebes foram a desculpa para uma conversa mais informal - mais agradável, na minha opinião. Não paro de me surpreender com o facto de a internet (neste caso, os blogs) proporcionar esta proximidade entre pessoas que, seguindo o rumo normal das suas vidas, nunca se encontrariam.

posted by picatostes on 17:50


 


Hoje ,às 21:00, na RTP 2
«PICASSO: MAGIC, SEX AND DEATH»

Nº 1 de 3


Neste programa Richardson investiga o lado mistico e oculto na obra de Picasso desde a sua infância em Espanha até ao fim do período cubista.

Para Picasso o acto criativo estava intimamente ligado à magia ao sexo e à morte.

Nesta série de três episódios John Richardson, biógrafo e amigo pessoal de Picasso, examina como este três temas influenciaram a vida e a obra do artista.

Ao longo desta série, Richardson investiga o místico e o oculto na obra de Picasso, desde a sua infância em Espanha até ao fim do seu período cubista. Picasso nasceu em 1881 em Málaga, Espanha. Os andaluzes são por tradição supersticiosos e preocupados com uma certa morbidez, um facto que Richardson acredita ter impregnado a sua obra ao longo da vida.

Através de depoimentos de amigos pessoais bem como de informações pouco conhecidas sobre o artista, Richardson consegue esclarecer alguns dos maiores "puzzles" que constituem os mais famosos trabalhos de Picasso.

© RTP Online





posted by Anónimo on 17:48


 

Sociedade Guilherme Cossoul

Filo-Café: Maré Negra

Convidados: Plataforma Nunca Mais de Lisboa e Luis Nóbrega
Distribuidor de Palavra: alberto augusto miranda


Com: Alexandra Bernardo, Amadeu Baptista, Amadeu Ferreira, André Louro, Antia Cortiças, Carlos Gonçalves, Inês Lima, Joana Lima, João Lima, José Manuel Travado, Leopoldina Camilo, Lorenzo Callabrese, Luis Graça, Manuel Guimarães, Paula Marques, Paula Pestana, Pedro Alpiarça, Sónia Alves, Teresa Santos, Vicente Morais

Apresentação do livro: Histórias de Um Rapaz Novo de Luís Nóbrega

Lançamento da Arte-Postal: Centauros de Ana Maria Uribe

Filo-Café: um espaço público aberto ao Desejo, ao Pensamento, à Troca, à Crítica, à Diversidade.
inf e inscrições: 965817337


posted by Anónimo on 17:38


 


De Inverno


há momentos que resulta tão difícil chegarmos
a um sentimento

João Miguel Fernandes Jorge



de inverno foi assim ela
pelo traço possível de modo a mover-nos menos
desde o meu ombro ao modo de comermos gelados uma tarde
em que a terra se aquietou sob a neve
o último cigarro uma t-shirt por recordação
e depois aquele lugar onde se podia ver o mar

tudo isto de outra maneira algumas vezes um sorriso
uma fotografia ou uma espécie de noite de chuva para que fosses assim

até sentir o coração bater dizendo-me
que será apenas como esta mesa a fazer lembrar um amigo um café
aquela parede branca no fundo do mar
e nem sequer é um gesto uma árvore caindo
lentamente
enquanto a erva ou o musgo
e se por acaso a rua me parecer um navio alguém
dirá que sou eu a imaginar ter-te no colo a fingir
o descanso como formigas debaixo das pedras
porque as primeiras chuvas ou a vista de uma ave rio-me
choro baixinho rio digo isto tudo
mas já nem sequer te odeio olho em redor e já não oiço ninguém
estou mais alto sigo o caminho que me traz do teu nome
pela mão desta criança longamente perdida no teu olhar
exposta ao frio ao primeiro momento do telejornal
neste pijama que já foi teu agora apenas
um modo de procurar água no fundo de um barco
aquele beijo o saber dos dias por este frasco de comprimidos
e esta janela quase toda por uma bicicleta azul
como num sonho para não me perder um a cada refeição

e o corpo treme despe-se na sombra para depois sentir a terra
cheira-me as pernas dizes é necessário uma certa idade e uma casa
volto o rosto e o mar move-se nos teus olhos. rio-me

Joaquim Cardoso Dias, O Preço das Casas, Gótica (2002)



posted by Anónimo on 17:34


 
Notícia local

O Jacarandá do Largo do Viriato (ao cimo da Rua da Restauração) já está em flor. É o Jacarandá mais bonito da cidade.

posted by Anónimo on 16:53


 
Cães sem coleira

O cinema ambulante desempenhou um papel fundamental na divulgação e expansão do cinema em Portugal.
Por causa desses homens que percorriam o país com a sua "lanterna mágica", muitas pessoas entusiasmaram-se e começaram a construir salas para exibição.
Um desses homens, António Feliciano, que há mais de quarenta anos percorre o país com a sua "lanterna mágica", influenciou a cineasta açoreana Rosa Coutinho Cabral que pegando na sua história, construiu este magnífico documentário ficcionado, onde nos mostra de uma forma original o percurso deste homem, percurso esse, recheado de tristezas e alegrias, angústias e resistências a censuras, mas sem nunca perder o fascínio e a paixão de "vender" sonhos de terra em terra...

Docs, às 19h55 na rtp2

posted by Anónimo on 16:38


 

Absent Names (2003)

Com duas peças de grandes dimensões, Pedro Cabrita Reis é o representante de Portugal na 50ª Bienal de Veneza, que começa no próximo dia 15 e se prolonga até 2 de Novembro. O escultor fala da Lisboa que conhece bem e em especial do bairro de Xabregas, para onde se mudou recentemente, e conta como as longas caminhadas ao ar livre, a interacção com as pessoas e os lugares lhe são essenciais ao trabalho de criação. A relação entre os sentidos e a criação, entre a beleza e a inteligência, entre os materiais do dia-a-dia e a obra de arte são temas que atravessam toda a conversa. A que criadores e a que museus vai este pintor fazer perguntas?

Por Outro Lado (repetição), às 18h30 na rtp2

©rtp online

posted by Anónimo on 16:34


 
gatos...



Eu sabia que ia haver um gato lá em casa. Tal como alguém sabe, se uma casa é demasiado grande, que virá mais gente viver nela, assim também algumas casas devem ter gatos.

... e mais gatos



O gato gostava de se sentar no meu colo, e, quando se sentava, desatava a ronronar, e olhava para mim com aqueles olhos amarelos acinzentados: Olha, estou grato, e estou a dizer-te que estou.

Doris Lessing, "Gatos e mais gatos" (edições Cotovia)

posted by Anónimo on 16:21


 
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