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Janela Indiscreta
 
quarta-feira, junho 30, 2004  

PARABÉNS!!!


Quem marca um golo destes é artista!

... e mainada!
":O))

posted by zazie on 23:58


 

sob escuta

Caetano Veloso e David Byrne. Sintonizar Creators at Carnegie na NPR.






Fotografias de Miguel Rio Branco

posted by Anónimo on 10:44


 

Estudos de cabeça

Nicolas Poussin, c. 1647

Por fim obtive licença para trazer de Roma
quatro cabeças de mármore. Digo-te
não há ponto visível sem luz
nem rosto que perdure sem meio transparente.
De um extremo ao outro extremo
a cor
torna visível a serpente da idade onde a distância é
instrumento sobre a matéria do corpo.
Mas tudo isto não se aprende, são talentos do pintor -
e o poeta canta com mais doçura quando dele a morte


João Miguel Fernandes Jorge, "Museu das Janelas Verdes"
© Relógio d' Água


posted by Anónimo on 08:51


terça-feira, junho 29, 2004  


"Y yo pensé que tal vez la poesia sirve para esto, para que en una noche lluviosa y helada alguien vea escrito en unas líneas su confusión inenarrable y su dolor"

Alejandra Pizarnik, "Diarios", pág.302, Editorial Lumen, Barcelona, Nov 2003

posted by Anónimo on 17:22


 

Jacarandás, adenda ao processo em curso


© MDLR, Jacarandá centenário, no Largo do Viriato, Porto

Os primeiros Jacarandás de Pretória vieram do Brasil há mais de cem anos e foi também do Brasil que chegou à Europa nos meados do sec. XVII a primeira reprentação e descrição da árvore. "Pison é o primeiro que tenha feito figurar o Jacarandá.» É assim que Alexandre de Humboldt (1769-1859) inicia o parágrafo "Observações", no volume dedicado às "Plantes Équinoxiales" da sua monumental obra Voyages aux régions équinoxiales du Nouveau Continent (...) (30 volumes, Paris, 1807-1825).
Isto e muito mais, explicado pela Manuela Ramos aqui.

posted by Anónimo on 14:35


 

classificados



Precisa-se, com urgência, justificação para faltar ao emprego nas tardes de 6, 7 e 8 de Julho.
Oferece-se gratidão eterna e uma lata de coca-cola (já aberta, é claro), numa esplanada à escolha, em Vila do Conde.

Carta a este blog.


posted by Anónimo on 12:01


 

Quem é Luc Moullet?

Jean-Marie Straub dizia que ele era o herdeiro de Buñuel e Tati.
Moullet define-se a si próprio como um "cineasta cómico".

Para além disso, Luc Moullet é um desconhecido.

posted by Anónimo on 11:58


 

sob escuta

Just imagine: The morning after the apocalypse. Are we still alive? We wonder. It would appear so. There´s no end to this world. There´s no rest for the soul. There´s no past. There´s no future. Now is eternal. LaDaABa Orchest offers you the ideal entertainment at the end of time: La Danza Apocalypsá Balcanica. Part Two.



Boris Kovac and the Ladaaba Orchest, Early Morning Waltz

© Piranha / NPR

posted by Anónimo on 08:31


segunda-feira, junho 28, 2004  

O nosso hóspede / A saque, de Joe Orton

São manejáveis, bem traduzidos, bonitos e baratos. Colecciono-os como se fossem cromos. Este é o número 5: muito negro e muito divertido, mas não é para todos, é claro...



ENOJADA

Eu vou a peças de teatro há quarenta anos e quero com toda a sinceridade concordar com o Sr. Pinnell na sua condenação a ENTERTAINING MR. SLOANE.
Eu própria fiquei enojada por esta infinita exibição de perversão mental e física. E por saber que uma porcaria tão nojenta passe agora por humor.
Os jovens dramaturgos de hoje julgam poder ostentar o seu desprezo pelas pessoas normais decentes. Espero que as pessoas normais decentes contra-ataquem em breve!
Sinceramente,
Edna Welthorpe (Mrs.)

posted by Anónimo on 16:28


 

A isto eu chamo poesia

A poesia, o que é? Focs explica.

posted by Anónimo on 11:34


 

os olhos da Rita





A Rita tem oito anos, faz fotografias e inaugurou no sábado a sua primeira exposição. Eu gosto dos olhos da Rita.

posted by Anónimo on 11:18


 

Saudades de Melquisedeque

Esta manhã gostaria de ter dado ontem
um grande passeio àquela praia
onde ontem por sinal passei o dia
É difícil a vida dos homens senhor
Os anjos tinham outras possibilidades
e alguns deles foi o que tu sabes
Esta terra não está feita para nós
Mesmo que ela fosse diferente
nós quereríamos talvez outra terra
talvez esta de que agora dispomos
Não achas meu senhor que temos braços a mais
dias a mais complicações a mais?
Pra nascer e morrer seria necessário tanto?
Falhamos tantas vezes (Como os judeus que juraram
não comer nem beber até matar paulo
e apesar disso não o mataram)
É difícil a vida difícil a morte.
Por vezes os homens juntam-se todos
ou quase todos e organizam
grandes manifestações. Mas nada disso os dispensa
da grande solidão da morte
de termos de morrer cada um por nossa conta
Todos tivemos pai e mãe
nenhum de nós que eu saiba veio de salém

Ruy Belo

posted by Anónimo on 10:22


 

sendo assim...

já que estamos numa tu cá tu lá de mails presidenciais...
":O.

posted by zazie on 01:20


domingo, junho 27, 2004  

Se o português típico festeja, é porque a nação rejubila.


The Daily Telegraph

posted by Paulo on 23:38


 

Jour de Fête



Hoje "Há Festa na Aldeia". Pelo menos no Museu da Indústria, ali para as bandas do Freixo. Uma aldeia calma e pachorenta prepara-se para uma festa de Verão. Chegam os carrosséis, as barracas de divertimentos e organiza-se um bailarico. Um dos filmes projectados na feira mostra a rapidez e eficiência dos carteiros americanos. Será que o carteiro local mais a sua bicicleta conseguem igualar tais proezas?

Já vi e revi e cada vez gosto mais desta preciosidade. É um dos primeiros filmes de Jacques Tati, o mestre do humor sem palavras, dos sons inusitados e da crítica mordaz. "Há Festa na Aldeia" ganhou o prémio de melhor argumento no Festival de Veneza e segundo Godard marca o nascimento do neo-realismo francês.

É de borla, às 22h30. Não há razões para faltar.

posted by Anónimo on 17:52


 

diálogo do dia

ARTHUR:I am your king!

OLD WOMAN: Well, I didn't vote for you.

ARTHUR:You don't vote for kings.

OLD WOMAN:Well, how did you become king, then?

ARTHUR:The Lady of the Lake, her arm clad in the purest shimmering samite, held Excalibur aloft from the bosom of the water to signify by Divine Providence ... that I, Arthur, was to carry Excalibur ... That is why I am your king!

OLD WOMAN: Is Frank in? He'd be able to deal with this one.

DENNIS: Look, strange women lying on their backs in ponds handing out swords ... that's no basis for a system of government. Supreme executive power derives from a mandate from the masses, not from some farcical aquatic ceremony.

ARTHUR: Be quiet!

DENNIS: You can't expect to wield supreme executive power just 'cause some watery tart threw a sword at you!

ARTHUR: Shut up!

DENNIS: I mean, if I went around saying I was an Emperor because some moistened bint had lobbed a scimitar at me, people would put me away!

posted by zazie on 15:02


 

O segundo link do dia



Uma garrafa de gin
estava a preocupar
o pescador
a garoupa e o rodovalho
não tinham aparecido
pró jantar
que fazer?
telefonou ao ministro
da Pesca e do trabalho
mas o ministro estava a trabalhar
na cama
com a mulher
foi então
que a garrrafa de gin
sugeriu discretamente
porque não
telefonar ao presidente?
telefonaram
o presidente da nação
estava em acção
na cama com a mulher
nessa altura
até que enfim
encontraram a solução
o pescador
foi para a cama
com a garrafa de gin

obviamente, de Mário Henrique Leiria

nota: qualquer semelhança entre os factos narrados e a realidade é mera coincidência

posted by Anónimo on 14:43


 

o pensamento do dia

Ni!


posted by zazie on 14:24


 

Travessa das Águas Férreas



Com a ajuda preciosa de um detective especializado em jacarandás mimosos descobri mais três magníficos exemplares no Porto. Um está no Parque de São Roque, logo na entrada junto à casa velha. O segundo na Rua Diogo Cão, num jardim privado. E o último esconde-se numas traseiras da Travessa das Águas Férreas. É enorme e encorpado, diria mesmo que é o mais belo da cidade. Tenho de atravessar aquele portão vermelho para o poder ver de perto; ele merece e eu estou ansiosa.

posted by Anónimo on 14:18


 

O link do dia

Calhou que o único leitor da Janela nas redondezas fosse o empregado do café cá de baixo. Às vezes, quando passo os olhos pelo jornal residente, diz-me, transbordando de ironia, "com que então à cata de notícias indiscretas..." e ri-se. Há pouco encarou-me de modo sério e quando pousou a chávena perguntou:
- Então, quem vai linkar hoje?

Deixou-me à rasca. Gaguejei, sorri, atirei alguns lugares comuns.

posted by Anónimo on 13:36


 

Tem é que ser um português, não é?



Hoje, ao ver o Público na tabacaria, até me assustei (sim, a notícia do topo à direita). O café corria o risco de me saber amargo, mas eis que surge a Vanessa...


posted by Anónimo on 13:23


 

Música Para Spofforth




posted by Paulo on 03:43


 

sob escuta



Tudo o que vier à rede, de Townes Van Zandt; o melhor dos desgraçados.

posted by Paulo on 02:59


 

for a few dollars more











para ouvir

com a providencial ajuda sonora da menina triciclofeliz que no entanto não é responsável pela azelhice que se seguiu à ajuda... ":O.

posted by zazie on 01:41


sábado, junho 26, 2004  

sob escuta

Music is the sweetest thing in the world. I absolutely adore notes. I'll run a thousand paces just to hear one. Often when I'm walking through the hot trees in summer and hear the sound of a piano from an unknown house, I stop in my tracks, ready to die on the spot. I'd like to die listening to a piece of music. I imagine this as so easy, so natural, but naturally it's quite impossible. Notes stab too softly. [...] There's something missing when I don't hear music, and when I do, then there's really something missing. That's the best I can say about music.

Robert Walser, "Music", tradução para inglês de Susan Bernofsky, in "Masquerade And Other Stories". Para ler na íntegra aqui.


posted by Anónimo on 21:54


 

un visage humain

Il n'y a rien au monde qui puisse être comparé à un visage humain. C'est une terre qu'on n'est jamais las d'explorer, un paysage (qu'is soit rude ou paisible) d'un beauté unique. Il n'y a pas de plus noble expérience, dans un studio, que de constater comment l'expression d'un visage sensible, sous la force mystérieuse de l'inspiration, s'anime de l'intérieur et se transforme en poésie.

Carl Th. Dreyer, "Réflexions sur mon métier" (petite bibliothèque des Cahiers du cinéma)


posted by Anónimo on 19:20


 

Como se fotografa um rosto?






© 1999 The Criterion Collection

Sempre que esta pergunta se coloca logo uma outra chega: poderá a fotografia dar a ver a espessura de um rosto, o seu acontecer?

No cinema, por exemplo, há momentos sublimes em que o rosto se dá a ver. Dreyer demonstrou-o nesse momento em que Joanna D'Arc, os cabelos cortados pelos seus esbirros, parece entregue a uma força que se coloca fora do próprio filme, num transe em que se casam esperança e desespero, glória e derrota. Ponto admirável em que o rosto da actriz exprime um inexprimível que transcende toda a fotogenia. O rosto resiste a todas as forças exteriores e contrai-se numa expressão que, sendo silenciosa, tem a força interior de um grito.

[...]

Bernando Pinto de Almeida, "Imagem da Fotografia"
© Assírio & Alvim

posted by Anónimo on 18:21


sexta-feira, junho 25, 2004  

...m'espanto as vezes, outras m'avergonho ...

SONETO 49

Quando eu, senhora, em vós os olhos ponho,
e vejo o que não vi nunca, nem cri
que houvesse cá, recolhe-se a alma a si
e vou tresvaliando, como em sonho.

Isto passado, quando me desponho,
e me quero afirmar se foi assi,
pasmado e duvidoso do que vi,
m'espanto às vezes, outras m'avergonho.

Que, tornando ante vós, senhora, tal,
Quando m'era mister tant' outr' ajuda,
de que me valerei, se alma não val?

Esperando por ela que me acuda,
e não me acode, e está cuidando em al,
afronta o coração, a língua é muda.

Sá de Miranda

posted by zazie on 23:43


 

Do princípio do mundo / até ao fim do mundo


© Duarte Belo

O melhor que os meus planos têm é que podem ser alterados de um momento para o outro. Ontem de manhã as nuvens do São João pareceram-me demasiado escuras e densas, desisti de Viana, troquei o norte pelo sul e resolvi apanhar um navio, há muito tempo adiado.
Deixei o carro na garagem e desci Pinto Bessa. Primeira etapa: Campanhã.
A estação está em grandes remodelações e os comboios que fazem o serviço suburbano do Porto são novos, espaçosos e frescos (pelo menos num feriado sem horas de ponta). A viagem para Aveiro demora uma hora e custa apenas um euro e setenta e cinco cêntimos.

O Navio de Espelhos está mesmo "colado" ao renovado Teatro Aveirense. À primeira vista a livraria parece apetecível, à segunda torna-se viciante. Percorri com minúcia as prateleiras e posso garantir que a escolha de livros é excelente. Se quissesse listar tudo de atraente que vi não chegava o blog. Resumindo muito, digamos que têm uma excelente secção de poesia, que as pequenas editoras estão bem representadas e que encontrei por lá a maior parte dos meus escritores preferidos. Infelizmente e devido a grandes restrições económicas a que me obriguei nos últimos tempos, escolhi apenas um dos portáteis Livrinhos de Teatro ("O Nosso hóspede" e "A Saque" de Joe Orton), editado pelos Artistas Unidos e uma pérolazinha negra que descortinei na ficção, letra "R": "Jack o Estripador" de Robert Desnos, editado pela & etc em 2001.

Para além dos livros, O Navio de Espelhos oferece ainda alguns filmes e música (com destaque melómano para o catálogo da Alpha) e promove diversas actividades extra curriculares: leitura de contos infantis, pequenos concertos, exposições de fotografia ou lançamento de livros. O horário é bastante convidativo (abrem de terça a domingo das 10h00 às 24h00 e encerram à segunda), assim como os sofás e mesas espalhados pela sala. Todas estas informações estão disponíveis no site da livraria (www.onaviodeespelhos.com).

Nota:
Só hoje percebi que às custas de tanto passear, perdi um lápis, o que é estranho, sempre pensei que a primeira regra do "sistema do lápis" era passear. Foi a neve que faltou? Enganei-me no percurso? E tu, António, porque é que não mandaste um telegrama, vinha no pendular, chegava a tempo...


posted by Anónimo on 19:16


 

motor de busca



Vinte e um de Junho, falhei mais um aniversário. Gosto do que se reflete nestes espelhos velados: o Alexandre à procura. Continua.

posted by Anónimo on 15:40


 

Foi numa sexta feira de manhã, há um ano

Eles dizem que são um blog de divertimento. E eu tenho por lema acreditar em tudo que eles dizem. Uma vez pensei que o André Bonirre era uma invenção mas eles provaram-me que não, que todos eles existem e que a natureza do mal só fala do que realmente existe. De uma forma divertida, claro e com um leve travo a cicuta, entende-se.

Nós gostamos muito deles, é a pura verdade. Se eu soubesse onde ela mora, dizia-vos. Se a encontrar nas ilhas trago-a comigo, prometo.

Parabéns, queremos mais.

posted by Anónimo on 14:29


 

sob escuta



susanne abbuehl meets e.e. cummings

yes is a pleasant country:
if's wintry
(my lovely)
let's open the year

both is the very weather
(not either)
my treasure,
when violets appear

love is a deeper season
than reason;
my sweet one
(and april's where we're)

© ECM

posted by Anónimo on 12:48


 

with a whimper



This is the way the world ends / This is the way the world ends / This is the way the world ends / Not with a bang but a whimper


Apocalypse Now (redux), de Francis Ford Coppola, às 21h00 na Casa das Artes (Porto).

posted by Anónimo on 12:06


quinta-feira, junho 24, 2004  

bravo! bravo! bravo!


posted by zazie on 23:45


quarta-feira, junho 23, 2004  

boletim metereológico




As nuvens estão a levantar por isso prevejo para as próximas vinte e quatro horas: fogo de artifício, dunas, esplanadas e uma bola de berlim no natário, por esta ordem.

posted by Anónimo on 18:06


 

sob escuta



The Goldberg Variations, irreconhecíveis e com uma capa lindíssima.

A sessão tem o gentil patrocínio do Quartzo, Feldspato & Mica .

posted by Anónimo on 15:14


 

numa manhã assim de junho,

no hemisfério sul: Você observa a árvore durante algum tempo, deixa que seus olhos atinjam o núcleo do verde, o núcleo de ramos e ramas, de galhas e braços contorcidos, deixa que seus olhos lá permaneçam até que árvore e olho sejam a mesma matéria e tenham a mesma substância, não mais um objeto visto, não mais uma ferramenta de ver, mas a comunhão do ver com o visto. Ao longo desse tempo, tempo que pode durar alguns minutos ou toda a eternidade, tempo dificilmente mensurável, é bem possível que você descubra algo que pode ter esse nome: amêndoa do ser.
...

posted by Anónimo on 12:25


 

Why it makes sense to dig a hole for yourself?


Fotografia de Nubar Alexanian

"I like the idea of making films about ostensibly nothing. That's what all my movies are about. That and the idea that we're in a position of certainty, truth, infallible knowledge, when actually we're just a bunch of apes running around."

Errol Morris

posted by Anónimo on 11:29


terça-feira, junho 22, 2004  

Parabéns Cristina; hoje o Abbas faz anos.


posted by Paulo on 18:42


 

No meu fim está o meu começo

Assim não se pode trabalhar. Durante meia hora a Alexandra Lucas Coelho e o T.S. Elliot leram-nos excertos de os "Quatro Quartetos". Foi na antena 2. Não consegui fazer nada de jeito e o pior é que mesmo agora, continuo atordoada:
,,, / O momento da rosa e o momento do teixo / Têm igual duração. /...


"Quatro Quartetos" de T. S. Elliot, tradução de Gualter Cunha, edição da Relógio d'Água, Janeiro de 2004, disponíveis nos nossos arquivos: aqui e aqui.

posted by Anónimo on 18:33


 

sob escuta




Cuarteto Latinoamericano: 4. Presto #2 (Miguel del Águila) 4:43

Miguel del Águila was born in Montevideo, Uruguay in 1957 and studied there, in Vienna, Los Angeles and San Francisco. Presto No. 2, written for and premiered by the Cuarteto Latinoamericano, is a Latin dance of never-ending movement. The candid and swinging theme insinuates itself with pizzicatos, progresses in crescendo and bursts into an agitated scherzo to arrive at a climax that involves a hilarious wink toward Ravel's La Valse.

© New Albion

posted by Anónimo on 11:22


 

Vento e bandeiras

A ventania que alçou o amargo aroma
do mar às espirais dos vales,
e te assaltou, desgrenhou teu cabelo,
novelo breve contra o pálido céu;

a rajada que colou teu vestido
e rápida te modulou à sua imagem,
como voltou, tu longe, a estas pedras
que o monte estende sobre o abismo;

e como passada a embriagada fúria
retoma agora ao jardim o hálito submisso
que te ninou, estirada na rede,
entre as árvores, nos teus vôos sem asas.

Ai de mim! O tempo nunca arranja duas vezes
de igual maneira suas contas! E é esta a
nossa sorte: de outra maneira, como na natureza,
nossa história se abrasaria num relâmpago.

Surto sem igual, - e que agora traz vida
a um povoado que exposto
ao olhar na encosta de um morro
se paramenta de galas e bandeiras.

O mundo existe... Um espanto pára
o coração que sucumbe aos espíritos errantes,
mensageiros da noite: e não pode acreditar
que homens famintos possam ter sua festa.

Eugenio Montale, tradução de Geraldo H. Cavalcanti, © vasco cavalcante

posted by Anónimo on 10:14


segunda-feira, junho 21, 2004  

Blueberry Pie à La Mode, Flying, 1996.

Claes Oldenburg: Uma das características de Beaumont é a forte presença não só da natureza, mas também de uma outra cultura, com uma determinada arquitectura e uma determinada história. Por exemplo, quando chegámos havia uma cópia de uma escultura neoclássica de Diana, a Caçadora, na zona formal do jardim. Uma tarte de mirtilos voadora tomou o lugar da deusa. Estas nossas mudanças têm a ver não só com a natureza, mas também com a arquitectura de outros tempos, como o Volante/tartes de Mirtilos que substituem floreiras do século XVIII, ao cimo das escadas.
Mais do que isso, é Coosje [sua mulher] que dá identidade a este lugar (...) Foi ela que tirou daqui a Diana. Propôs realizar uma pirâmide de peras e pêssegos, inspirada pelo que leu acerca do apetite de Balzac por esses frutos.

Conversa entre Coosje van Bruggen, Claes Oldenburg e Alexandre Melo, Catálogo Exposição, Serralves

posted by zazie on 21:54


 

on the first day of summer



I have come along with the wind,
on the first day of summer
the wind will carry me along
on the last day of fall.


Abbas Kiarostami, tradução de Michael Beard

posted by Anónimo on 12:42


 

dicionário do vento (de T a Z)

conforme edição da Associação Nacional de Cruzeiros:

Terral - vento que sopra de terra para o mar durante a noite até pouco depois do nascer do Sol.

Tornado - Tempestade ciclónica não excedendo em geral uma hora. Forma-se com mais frequência de meados de Maio a meados de Novembro na costa ocidental de África, entre o Trópico de Câncer e o Equador.

Tramontana - vento que sopra de Norte.

Travessão - vento que sopra de través.

Tufão - tempestade ciclónica no Mar da China, com grandes mares levantados por ventos de enorme violência. Formados geralmente na região das Carolinas e Marianas.

Ukiukiu - vento alíseo de Nordeste que sopra no Havai na ilha de Maui

Vara - Temporal de duração curta.

Vara do Coromandel - Vento fresco do quadrante leste que sopra no equinócio do Outono na costa do Coromandel na Índia.

Vendaval - vento do Sul. Também um vento forte com pesados aguaceiros e mar alteroso.

"Vento Porão" - também conhecido por "Vento Auxiliar". A direcção e intensidade deste "vento" depende da direcção imprimida pelo leme à embarcação e da potência do motor instalado no porão...

Viração - Vento fraco que sopra do mar para terra depois do meio-dia até ao pôr-do-sol até cerca de 20 milhas da costa.

Xarouco - vento terral.

Zéfiro ou Zephyrus - vento suave e fresco de Oeste. (irmão de Bóreas e Notos na mit. grega)

posted by Anónimo on 12:22


 

Solstício de Verão


Hans Van Der Pol: Stonehenge I

posted by Paulo on 07:41


domingo, junho 20, 2004  

lindo! grande jogo!!!


posted by zazie on 21:52


 

0/0 e joga-se bem...


Batalha de Aljubarrota, iluminura da Crónica de Inglaterra de Jean Wavrin, Museu Britânico.

posted by zazie on 20:37


 

Almendra

Está quase. A cidade prepara-se. As pessoas recolhem a casa ou aos écrans gigantes. Cervejas, bandeiras e o coração aos pulos. Logo hoje que comprei o El Pais na tabacaria da esquina.
Nada a fazer, vou à Cantareira ver os aspersores de rega e acabo na Foz a comer um gelado, porque a moral da história é: Tudo é matéria de gelado, quod erat demonstrandum.


posted by Anónimo on 18:23


 

À sombra


Ginkgo biloba com cerca de 2500 anos, algures na China

Ontem, à última da hora, decidi acompanhar o passeio organizado pela Campo Alberto. Três cicerones, informais e simpáticos, propunham-se mostrar as árvores monumentais da cidade do Porto, desde a Casa Tait até à Cordoaria. Assim fizeram e de uma forma brilhante.

Descobri que afinal o tulipeiro mais antigo está no jardim da Casa Tait; este sim, tem aproximadamente duzentos anos, 24 metros de altura e um tronco com oito metros e meio de diâmetro, um tronco soberbo, com uma grande cavidade no centro. Seguiram-se japoneiras, alguns carvalhos-alvarinho, e plátanos. Nos jardins do Palácio de Cristal, para além dos cedros-do -Líbano, dos metrosíderos, tílias, araucárias e das sete magníficas palmeiras-de-leque-mexicanas, fiquei com os olhos numa extraordinária camaecipáris-de-Lawson que sempre me escapou.
No Largo do Viriato paramos para apreciar o jacarandá. E nas Virtudes surpreendeu-nos a jóia da coroa: uma ginkgo que tem aproximadamente trezentos anos e é uma das mais antigas árvores do país. É uma árvore formidável que merece veneração absoluta.

O passeio continuou, passamos por muitas mais árvores, belas mas muitas vezes mal tratadas e mal amadas.
Por fim, na biblioteca do Centro de Fotografia mostraram slides, falaram dos passeios anteriores e do livro que escreveram mas que, infelizmente, a gráfica não executou a tempo. Não faz mal, eu espero.



posted by Anónimo on 16:09


 

Eu pensei na lagosta



Yann Kersalé - Eu tinha vontade de trabalhar sobre o espaço geral da cidade. Para a primeira edição da Luzboa, eu gostava de fazer qualquer coisa em que toda a cidade participasse e que fosse perceptível um pouco por todo o lado. Não tinha vontade de me fixar num sítio ou num objecto específico, nem com certeza no bonito monumento. Então vou trabalhar com os eléctricos. Vou cobri-los com uma espécia de saia luminosa, um drapeado, uma caparaça, se quiser. Eu pensei na lagosta. Os eléctricos são um bocado como as lagostas; num determinado momento eles ficam todos em fila porque um se avariou ou porque alguém estacionou, e depois sobem, lentamente, una atrás dos outros. E as lagostas, na altura da reprodução, partem em migração formando uma espécie de caravana subindo para os altos fundos. Em Lisboa, partem do rio e depois sobem. Pois bem, à parte de eles também terem antenas, a alegoria à lagosta pára aqui. Eu não tenho intenção de os mascarar de lagosta, mas tem piada, e eu penso que isto vai resultar. Enfim, eu espero. Há sempre o problema do dinheiro e do tempo. Vou fazer isto com uns estudantes de design. Acho que vai correr tudo bem. Mas depende também dos responsáveis da Carris, é preciso que eles aceitem, é preciso pensar nos problemas técnicos, fazer um protótipo...
Portanto, se tudo correr bem, todas as noitas durante a Luzboa todos os eléctricos luminosos vão subir toda a cidade. Eu insisti bastante com os responsáveis da Carris, disse-lhes que isto só funcionaria se houvesse muitos eléctricos, se for apenas um a passear então não serve de nada, torna-se num gadget. Vou pôr-lhes uma rede de LED, que vamos trabalhar, e serão 12 ou 14 por eléctrico. Começa a ser muito, mas é importante que fique carregado, senão não funciona. É preciso que todos os eléctricos fiquem equipados assim. Ainda não está tudo conseguido junto dos responsáveis da Carris, mas espero que compreendam bem e aceitem. Aqui também é uma questão de escala, a escala do sítio, o que quer dizer toda a cidade. Como abranger toda a cidade simplesmente com esta coisa que não pára de mexer? Se eles não forem todos assim, não serve de nada. Vai ser anedótico se só existir um.

Yann Kersalé entrevistado pela revista Arquitectura e Vida #50, Junho 2004


posted by Anónimo on 14:16


 
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