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sábado, outubro 11, 2003  
Cinza Eterna
(Giorgio Morandi)

Música silenciosa da cor, rumor do pincel e da tela,
símbolo simples, segredo azul e cinzento.
O tempo passa, mas não fere, parece flutuar,
suave nos contornos, detido nas formas,
reflexos onde a realidade se sonha,
inventada luz, por isso mais intensa.
Milhares de olhos e um único olhar
para pintar esta garrafa, depurar o branco daquela cerâmica,
despir, transparente pele cálida, fulgor acariciado,
o vidro, a toalha, a madeira, as frágeis flores,
para sonhar diferente e única,
repetida e comum, esta matéria eterna,
as suas marcas e espuma, a sua pálida cinza.

Juan Luis Panero, "Poemas"
© Relógio d'Água

Dedicado à Montanha Mágica

posted by Anónimo on 21:09


 
sob escuta



Depois de ver Amarcord, de Federico Fellini.

Nun´Álvares, sessão das 17h00, cerca de 15 pessoas na sala.
As cenas mais bonitas: a espera do transatlântico, claro e a manhã de nevoeiro.
Imprescindível, mesmo no Outono.


posted by Anónimo on 20:46


 
Preciosidades na caixa de correio

Da Zazie chegam-nos flores de cera e do José Manuel um belo poema da Luiza Neto Jorge e beijos e abraços que vamos dividir a contento.

1.


2.
EU, ARTÍFICE

Atento agora ao traço,
corrijo o mais da matéria,
ergo a minha arte do poço
onde flutua.

Como o brilho se desprende
do metal mais bravo,
no forro de cada um
o desgaste é tanto

que eu, artífice, colho
o que de mim alimenta,
falo do que estou sendo,
da sua mão em desordem,
dos passos, das lágrimas baixas
que se vão constituindo.

Luiza Neto Jorge, in Poesia, Assírio & Alvim, p.135

posted by Anónimo on 14:54


sexta-feira, outubro 10, 2003  


Às19h50 no Mezzo.

posted by Anónimo on 18:09


 
Um Sopro

Rui Chafes: alguns itinerários (im)possíveis

1. Sta Catarina > ir para a fnac ler o livro “Um sopro”, editado pela Galeria Graça Brandão (alternativas a ponderar: encontrar duas notas de 20 euros no chão, comprar o livro e ir lê-lo para o parque da cidade; ou roubá-lo sob o olhar cúmplice de um segurança).

2. Coimbra > ir de comboio ao Pátio da Inquisição ver “Aproxima-te e ouve” (página 288). Entrar dentro da cela, ouvir tudo e guardar segredo.

3. Campo Alegre > ir ao jardim Botânico procurar as esculturas que já não estão lá e aproveitar para espreitar o estranho metrosídero.

4. Sintra > procurar as “Esculturas Abandonadas na Costa Atlântica”. Encontrar pelo menos uma e mergulhar em seguida, mesmo que a água esteja gelada.

5. Algures > descobrir em que jardim está “Do not sleep II” (páginas 75 e 76) e adormecer à sombra das árvores.

6. Aqui > passear no parque e sentir uma mão gelada no nosso ombro.


My Frozen Hand (1994 - Painted steel)

posted by Anónimo on 14:43


 







posted by camponesa pragmática on 14:07


 
"Por que é que as folhas dos choupos abanam tanto?

Porque, ao contrário de outras plantas, o choupo precisa de gastar a água que tem armazenada, mexendo-se muito, pois vive em solos encharcados, à beira de riachos" - Professor Fernando Catarino.

Talvez por isso as casas em redor das quais habitam se prestem aos estranhos encantamentos do som da água. Não é de Agosto a mansa chuva dos jardins - é o choupo. E se, enquanto dormimos, nitidamente ouvimos da rebentação o ritmo pausado e tranquilo, não é o mar, nem é um sonho - é o choupo.


posted by camponesa pragmática on 12:08


 
Medusa

Medusa não se possui. Nem a arte. Mas hoje recebi esta:



Tem 20 cm x 29 cm e os olhos perdem-se nela. Foi um problema chamá-los e que me ouvissem. Fazê-los compreender que não podiam passar o resto da noite no desenho. Que precisava deles. Que queria ainda deixar um ou dois posts. E, eventualmente, fechá-los, ir dormir.

posted by camponesa pragmática on 02:28


 
Chet Baker, Let’s Get Lost
(Nota de um computador que começou a ouvir)

Até no layout se ouve! Que lindo! :)

posted by camponesa pragmática on 02:16


 

884509627386359275033751967943067599621731590401694134 434007629683591574337516791197615733475195375920401694 343151239621353184932676605800621596380716399501371459 954387507655892533875618750354029981152863950711207613



11:15, restate my assumptions: 1. Mathematics is the language of nature. 2. Everything around us can be represented and understood through numbers. 3. If you graph these numbers, patterns emerge. Therefore: There are patterns everywhere in nature.

Que a Matemática é a linguagem da natureza não é propriamente novidade. E até este Pi tem uns anos. Mas, por isso mesmo, é um filme muito desejado. Um filme que, para quem se pergunta que coisa faz aqui e que, como Max Cohen, gostaria de entender o mundo, faz falta. Faz falta ver um filme sobre perguntas deste mundo mas tão arredadas do quotidiano que quando as fazemos nos sentimos quase exilados. Entre preocupações decorrentes da pura sobrevivência (e, à luz da nebulosa de Pi, poucas preocupações escapam à classificação), sabe bem esta angústia. Elementar, sim; evidentemente...


posted by camponesa pragmática on 01:49


quinta-feira, outubro 09, 2003  
I'm drunk on the moon



Cornelia Parker
At the Bottom of this Lake lies a Piece of the Moon, 2000
Lunar meteorite falls into Back Bay Fens Lagoon


posted by Anónimo on 21:18


 
OFF > Chet Baker, Let’s Get Lost

© Blue Note Records

posted by Anónimo on 19:46


 
1.
Ontem o Tati teve lotação esgotada. É bonito ver o Auditório de Serralves cheio. É certo que não foi tanto pelo "Play time" do Tati, mas pela "Arquitectura". Os alunos da Faculdade de Arquitectura são o público mais atento e interessado que conheço aqui na cidade.

2.
Quando forem a Serralves reparem no belíssimo banco corrido, enorme, de madeira, que está junto à entrada do Auditório.
Bendito Siza que o desenhou e bendito carpinteiro que o fez.

posted by Anónimo on 18:45


 
Não é vulgar aparecerem-me poemas quando estou a trabalhar. Passam-me muitas letras pela frente mas são quase todas vãs,um desperdício. No entanto hoje deparei com esta carta e roubei-a

[CONSOLAÇÃO DE G. A PAULINA]

"Os que, ao fim da vida toda,
regressaram à sua fortaleza,
já não têm agora tempo
nem espaço para oferecer à morte;
nem morte para oferecer a si mesmos.
Séneca na estufa esvaindo-se em vagaroso sangue,
aspergido sobre os escravos
como uma dádiva de recta vida.
É possível ser rico e ser recto? É.
Mas pode a morte ser
testemunha da vida?

Porque é tão difícil, Paulina, morrer em tom menor,
sem tragédia e sem justificações,
sem procurar inutilmente a salvação
da vida
(já que os bens ficam ao cuidado do testamenteiro),
é tão impertinente deixar escrito,
ainda por cima tão bem escrito:
"Queimem o meu cadáver sem qualquer cerimonial",
é tão decepcionante, tão desproporcionado!

Outros, menos desesperançados e menos amedrontados,
fitam com impacientes olhos os médicos
invejando-lhes a excelente saúde e a barba feita,
e por mais um dia de vida,
de penosa e vagarosa vida,
seriam capazes de trocar
cinquenta anos de riqueza e rectidão.
Estes parecem-me, a mim que
não sou um filósofo,
bem mais sólidos e mais irrefutáveis.

Ocorreu-me ontem que
não vejo o correio há uma semana,
e que nem por isso sou mais feliz ou mais infeliz;
a felicidade não depende certamente de coisas como o correio
ou como o temor ou o desejo
depende talvez mais, pelo menos para já,
da certeza de que os papéis estão arrumados,
pagas as dívidas,
intacta ainda a possibilidade de morrer.
Um dia destes, se fosse caso disso,
escrever-te-ia sobre a discordante paixão da
imortalidade.
Agora é tarde, estão já
à porta os assassinos.
Teu Gallion."

Manuel António Pina, Cuidados Intensivos

posted by Anónimo on 18:40


 
solanum



A Teresa diz que se chamam solanum. Não me apetece pesquisar as características. Apetece-me inventar. Que são trepadeiras, isso vê-se logo. E cheiram bem, um cheiro doce entre amoras e giz. Das folhas faz-se chá. E esse chá faz dormir...

posted by Anónimo on 16:58


 
sob escuta



In 1972 I was in the south of France. I had eaten some bad fish and was in consequence rather ill. As I lay in bed I had a strange recurring vision, there, before me, was a concrete building like a hotel or council block. I could see into the rooms, each of which was continually scanned by an electronic eye. In the rooms were people, everyone of them preoccupied. In one room a person was looking into a mirror and in another a couple were making love but lovelessly, in a third a composer was listening to music through earphones. Around him there were banks of electronic equipment. But all was silence. Like everyone in his place he had been neutralized, made gray and anonymous. The scene was for me one of ordered desolation. It was as if I were looking into a place which had no heart. Next day when I felt better, I went to the beach. As I sat there a poem came to me. It began ‘I am the proprietor of the Penguin Cafe. I will tell you things at random.’

Perhaps I should observe that I don't write poems. These words which came to me were somehow accidental, unconscious. The proprietor went on to explain his cafe. He said that the random, chance element in life is terribly vital. If through fear we allow the repression of spontaneous and unpredictable actions and events in order to make life "safer", the creativity that arises naturally from the hurly-burly of human life could be destroyed and lost. He kept saying" Come to the Penguin Cafe where things just aren't like that". A short time later I went to Japan. Perhaps it was a culture shock of finding myself in a new world that prompted me to think again about the Penguin Cafe. I started writing about it describing the things that went on there. It was very surreal. Tape recorders had the same validity as human beings. Beethoven was there, as well as ordinary people.

I started writing the kind of music played in the cafe. What sort of music is it? Ideally I suppose it's the sort of music you want to hear, music that will lift your spirit. It's the sort of music played by imagined wild, free, mountain people creating sounds of a subtle dreamlike quality. It is cafe music, but café in the sense of a place where people's spirits communicate and mingle, a place where music is played that often touches the heart of the listener.

Originally I created the Penguin Cafe Orchestra to make such music. I wrote for violin, cello, guitar and piano but I use whatever instruments I have..."


Simon Jeffes

posted by Anónimo on 16:51


 

© Sergio Larrain / Magnum Photos

posted by camponesa pragmática on 14:11


 


«Cruz Vermelha Deita na Lixeira Várias Toneladas de Roupa Nova
Por CARLOS DIAS

O núcleo da Cruz Vermelha de Castro Verde depositou na lixeira de S. Brás, em Ourique, cerca de seis toneladas de roupa, a maioria da qual nova. A insólita decisão fez com que, no passado domingo, o local se tenha enchido de habitantes das redondezas, que disputaram entre si vestuário e calçado de marca.

A presidente da Cruz Vermelha de Castro Verde, Maria José Rita, justificou o sucedido perante a Câmara de Ourique com "uma avaria num camião que já se encontrava carregado com caixas de roupa que a chuva estragou". Na sua versão dos acontecimentos, os funcionários da associação humanitária dirigiram-se primeiro a uma lixeira em Odemira. Mas não puderam deixar lá a roupa, porque o local "se encontrava encerrado". Eram cerca de 14h00 de sábado. Foi então que perceberam, "ao chegar ao concelho de Ourique, que a lixeira de S.Brás se encontrava aberta sem qualquer vedação que impedisse o acesso". A lixeira encontra-se em processo de selagem. Maria José Rita acrescentou que a decisão de não transportar a roupa para o aterro intermunicipal de Beja se deveu ao facto de ali se pagar uma taxa.

Instado a comentar este estranho procedimento, o presidente da delegação de Beja da Cruz Vermelha, Estevão Dinis, diz que a decisão dos seus colegas foi "errada". "Não é da nossa orientação proceder deste modo", acrescenta. "Devemos contudo salvaguardar as doações de roupa em condições e enviá-la para onde faça falta".

Apesar de tudo, sempre houve quem aproveitasse roupa disponibilizada de forma tão insólita. Cristiano José dirigia-se à sua propriedade, nas proximidades da lixeira, a cerca de seis quilómetros da vila de Ourique, quando se deparou com uma mole humana, que disputava entre si as mais variadas peças de roupa, calçado e brinquedos.

Como a vida por aquelas bandas não está nada fácil, as pessoas agradeciam aos céus a inesperada dádiva. Cristiano José conta que o depósito de lixo se tinha transformado num mercado. "Vi caixas e mais caixas de roupa, talvez para aí uma centena, serem abertas pelo povo", relata. Algumas traziam indicação de terem sido embaladas no ano 2000.

Completamente "esparvoado" com o que se estava a passar, depressa se viu envolvido naquela azáfama de gente a provar casacos e calças. "Este é de marca", gritava uma mulher. "Eu também já tenho um blusão", respondia outra. Pelos cantos, encostados aos chaparros que circundam o aterro, experimentavam-se sapatos. As crianças açambarcavam brinquedos. Dada a fartura, o problema estava na escolha. Houve quem chegasse à lixeira com uma roupa e saísse com outra, "lingerie" incluída, assegura Cristiano José."Aquilo eram milhares de peças de roupa e de brinquedos".

A notícia correu célere e chegou aos ouvidos de Manuel Afonso, morador em Ourique, que começou por duvidar que existisse "uma boutique assim". Arrancou para o local já à noite. O que viu deixou-o espantado. Depois de um dia escolha, o refugo era de gritos. Pelas suas contas, estaria ali "uma camioneta de roupa".

"Ainda vi camisas nas caixas, novinhas. Agarrei numa caixa bem recheada e trouxe-a para casa", diz. Na passada segunda-feira, quando os trabalhadores envolvidos na selagem da lixeira chegaram ao local ainda conseguiram ver, depois da invasão da véspera, "uma quantidade enorme de roupa nova, cuidada, dentro de dezenas de caixas", conta João Oliveira, administrador-delegado da associação de municípios que gere o recinto Algumas tinham ainda preço e o nome do armazém de origem.

A Câmara de Ourique alertou a GNR, que se deslocou ao local e tirou fotografias para investigação. Ontem, ao final da tarde, a Cruz Vermelha de Castro Verde contactou a autarquia para lhe contar o que tinha feito.

Porcos mortos e leite estragado

Não é a primeira vez que acontecem nesta lixeira episódios fora do comum. Em Março foram ali foram enterradas duas dezenas de carcaças de porcos, já o espaço estava interdito à deposição de lixo. Recentemente foram ali depositadas centenas de pacotes de leite deteriorado, que um agricultor aproveitou para alimentar os suínos da sua exploração.

Caixa

Presidente da instituição fala em "irresponsabilidade fantástica"

O presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, Nogueira de Brito, mostra-se chocado com o que sucedeu em Ourique. "Esta situação afecta-nos muitíssimo e sobretudo afecta a confiança das pessoas na nossa organização", declarou ontem. "Vamos averiguar o que se passou para apurarmos responsabilidades e tomar medidas, que têm que ir até às últimas consequências". Para Nogueira de Brito, a atitude do núcleo de Castro Verde "é de uma irresponsabilidade fantástica".
» © PÚBLICO.PT

posted by camponesa pragmática on 11:14


quarta-feira, outubro 08, 2003  
Por favor, espalhem a notícia.

Cito a Petra, acrescento os negritos:

«A Nobody's Bizness, ao que tudo indica (aguardo só confirmação, mas em princípio, está tudo em cima) vai estar a actuar esta Sexta-Feira, dia 10 de Outubro, no Café Teatro Santiago Alquimista.

É uma das nossas raras actuações em fim de semana como foi marcada em cima da hora, precisamos que apareçam, que digam aos amigos que digam aos amigos, que levem os pais e os primos e os cães e os canários e o que vocês quiserem :)
O espaço é muito giro, está bem situado e sempre passam uma noite diferente em boa (espero eu!) companhia. Fica em Alfama, um pouco depois do Chapitô.

Voltarei mais tarde com detalhes sobre a hora, mas comecem já a espalhar a notícia porque desta vez, precisamos mesmo de apoio:)»


© Bruno Espadana

posted by camponesa pragmática on 17:47


 









posted by camponesa pragmática on 16:03


 


Esta manhã deixei um post com uma imagem dos Irmãos Metralha linkada para um artigo do Público. Passados minutos, como hoje o jornal está sumarento, decidi que queria fazer um post maior, com mais imagens e mais artigos, e apaguei os Metralhas, pensando voltar a deixá-los mais tarde com o resto. Continuaram os Metralhas na Janela, mesmo quando já não apareciam no layout de edição. Há pouco deixei outro post e os Metralhas desapareceram. Havia comentários, por isso acho conveniente explicar o que se passou.

Embora não compreenda bem o que se passou.

Deve ter sido ironia celeste. Afinal tratava-se de um artigo sobre corrupção, essa miragem de facto.

posted by camponesa pragmática on 14:27


 
1. As árvores demoram a crescer e as florestas demoram a formar-se. Até elas, que também respiram e pelas quais respiramos - não literalmente - é sempre o fogo que chega de imediato.

2. Não sou ilimitada e já vivi algumas guerras, pelo que evito consumir-me com o que não vale a pena. Quando me acontece odiar, o que é raro, tento dissecar lógica e racionalmente o sentimento, para o desfazer e me ver livre dele definitivamente; quando não resulta, evito pensar nisso. Mas hoje, ao ler o jornal, lembrei-me como absolutamente odeio os incendiários. E como gostaria que punidos fossem - não pelo seu próprio crime, demasiado rápido na incerteza de um Inferno, mas pelo ostracismo dos homens.


© Sean Kernan

Esta fotografia vem da página de Sean Kernan, Among Trees, que eu desconhecia e que a Marta Almeida me mostrou há umas semanas.

posted by camponesa pragmática on 13:22


terça-feira, outubro 07, 2003  
OFF > Henri Salvador, >Le Fou de la Reine (en duo avec Françoise Hardy)

© Blue Note Records

posted by Anónimo on 23:07


 
poesias_e_prosas

Mais um poema de Juan Luis Panero, mas desta vez só o título: Na manhã seguinte Cesare Pavese não pediu o pequeno almoço.

Para o ler é preciso ir até ao poema...

posted by Anónimo on 22:43


 
um comboio e uma máquina fotográfica



Este trabalho resulta da mais comum forma de descobrir – Viajar. Viajar como um turista de poucos recursos, de mochila às costas, usando a máquina que é talvez a mais romântica inventada pelo homem. Não a fotográfica, mas sim a máquina chamada comboio.
À câmara fotográfica reservo o lugar de máquina terapêutica. E é a sua terapia que também me permite viajar.


É assim que Pedro Guimarães apresenta a sua exposição “A descoberta de um Turista” que está na Galeria da fnac (NorteShopping) até 30 de Novembro.

No boogie há mais fotografias do Pedro Guimarães.



posted by Anónimo on 22:01


 
Dama que me der seu amor

Um post que é uma surpresa. Uma excelente surpresa.
A gerência do Quartzo, Feldspato & Mica está de parabéns.

A primeira tradução de Manuel Resende publicada exclusivamente neste blog é a de um belíssimo poema de amor (ou dois, segundo a tese de M.R.) do trovador occitano Raimont Rigaut ou Raimon Rigaut, que viveu por volta de 1250, pelo pouco que se sabe dele. É a primeira tradução de um poema de Rigaut feita em português.

posted by Anónimo on 20:54


 

Uma das regras da minha vida: Nunca perder um filme do Jacques Tati!

Playtime marca o arranque do Ciclo de Arquitectura e Cinema que vai ocupar as noites de quarta-feira do Auditório de Serralves até meados de Dezembro. Ana Tostões vai apresentar o filme de Tati e ainda um pequeno documentário intitulado L’Architecture d’Aujourd’hui. Amanhã às 21h30. A não perder, claro.

posted by Anónimo on 20:43


 
sob escuta




Gosto de elefantes efervescentes, elefantes que flutuam ... mas o meu preferido é o que voa.

I saw a peanut stand, heard a rubber band,
I saw a needle that winked its eye.
But I think I will have seen everything
When I see an elephant fly.


posted by Anónimo on 20:36


 

sob escuta


posted by camponesa pragmática on 18:37


 
Por causa da Cristina fui atrás de Michael Staggemeier e perdi-me.


© Hidde Beekman

posted by camponesa pragmática on 11:32


segunda-feira, outubro 06, 2003  

© Michael Staggemeier

Apetece-me partilhar um poema. Está lido e relido, mas como os poemas não se gastam..., isto foi o que disse a Sara Figueiredo Costa que nos enviou este poema.

Nós lemos e agradecemos.

Livros

O tempo cumpriu as promessas que nos fez
e o dia já não é corrigido pela música:
estas casas não terminam em nenhum jardim,
estão viradas de frente para o inverno, a nossa
direcção. Mas não deixa de ser estranho
reler agora os livros de que gostávamos, os livros
que não podíamos compreender ainda:
enchemos com eles as estantes do futuro,
para o dia em que não poderíamos suportá-los,
de tão próximos. A bela geometria das superfícies
não pode continuar a distrair-nos de tudo
o que nos atormenta: a vida é isto, esta imensa
e inútil espera, e os livros afinal
jamais nos ensinaram outra coisa.

Rui Pires Cabral, "Praças e Quintais"
Lisboa, Averno, 2003

posted by Anónimo on 23:02


 
O Banho dos Pobres

Os pobres da minha terra
tomam banho no rio
e estão de molho na água
um dia inteiro.
Ali há muito ar muito sol muitos borrifos.
Voltam quando é noite
Encontram outra vez as velhas casas
com as cabeças dos gatos aos janelos
e toda a água nos cântaros represa.

Tonino Guerra
(tradução de Alexandre O’Neill)

posted by Anónimo on 22:32


 
às vezes é preciso silêncio para se escutar a música através da chuva*

O filme começa assim.



Uma das cenas mais bonitas é a do casamento. O noivo numa margem, a noiva na outra. O rio é a fronteira. Eles chegam com os convidados, em silêncio. Ouvem-se apenas uns pássaros. Depois, a bicicleta do padre. A cerimónia é filmada nessa surdina.

Quantas fronteiras temos de atravessar até chegar a casa?

* tradução de memória de uma das frases mais bonitas do filme (e são tantas...)

posted by Anónimo on 22:22


 
classificados: Procura-se

Programa de rádio.

Este: "É uma espécie de banda-sonora, uma composição"



posted by Anónimo on 21:47


 

Giorgio Morandi, Natura morta, 1949, olio su tela

Palavras e cores
(Joan Vinyoli, Barcelona 1985)

É estranho que esta homenagem à sua memória
coincida com uma exposição de Morandi
e hoje, no mesmo jornal, os vossos nomes me recordem,
em tempos de multidões, paixão tão solitária.
Tanta vida em traços tão precisos,
o som de uma velha palavra, a cor de uma garrafa,
limpos, como se estivessem a nascer.
Palavras e cores, tenaz presença tão efémera,
enganosa derrota da morte e dos seus ritos.

Juan Luis Panero
Tradução de Joaquim Manuel Magalhães
© Relógio d'Água

posted by Anónimo on 21:34


 
It was a beautiful thing


Marina Abramovic, Ponape, Micronesia, 1980. Photo: Laurie Anderson

laurie anderson I've been trying to find a picture I took of you floating in the ocean in 1980. It was a beautiful thing.
marina abramovic Was it the ocean or was I under a waterfall?

la It was the ocean, with beaches that go slowly down to the water. There is no cliff, so I don't know how I got up in the air looking down at you. Maybe when I find the photograph you can tell me.
ma Okay, if I can remember. So let's start with simple questions and then we'll come to art. When you were a child, did you have some experiences that you can't explain rationally?

la I made them up. I tried to invent situations that were irrational, that had never happened before.
ma Such as?

la A man is walking down the road. A Canadian goose falls right on his head; at the same moment there's a triple rainbow and the guy has a heart attack.
ma That's a fantastic image. Have you ever done something with it?

A entrevista está toda aqui.

posted by Anónimo on 21:04


 
e vão três

Os resumos da telenovela 'O Teu Olhar' que Alexandre Andrade tem escrito.

Excertos:

«Metacromatismo simples

[...] Miguel, contra a opinião branca de Rui, pinta um muro de branco, e diz que vai ter com Margarida a um sítio branco. Brancura de lençóis sobre um palco. Rui insiste que Margarida vai-lhe estragar a vida branca. O branco das nuvens é mais branco que o branco do leite. Sérgio liga para o seu telemóvel branco que está na posse de Paula e fica a saber quem é branco. [...]» (19/9)

«Saturação temática (música)

«[...] Miguel, contra a opinião de Rui, diz que vai ter com Margarida para a convencer que Thelonious Monk é melhor do que Charlie Parker. Rui insiste que Margarida vai-lhe estragar a aparelhagem. O tocador de realejo bate à porta. Sérgio liga para o seu telemóvel que está na posse de Paula e fica a saber quem é o admirador incondicional do barítono de origem galesa Bryn Terfel. [...]» (20/9)

«Versão trágica

«[...] Miguel, contra a opinião de Créon, diz que Antígona tem razão em querer inumar o seu irmão, Polinices. Rui insiste que Margarida vai-lhe estragar a vida. Édipo encontra-se com Laio, o seu pai, num cruzamento, mata-o por engano, resolve o enigma da Esfinge, casa-se com a própria mãe. Sérgio liga para o seu telemóvel que está na posse de Paula e fica a saber por que razão as cinquenta filhas de Danaus juraram ao pai assassinar os maridos na noite de núpcias. [...]» (2/10)

posted by camponesa pragmática on 17:29


 
insideout

São estreitos, pequenos, feitos à medida de bolsos de jeans, bonitos, leves e têm bússola incorporada. Do lado direito, trazem um guia minimalista com toda a informação essencial, reforçada pelos endereços respectivos na internet: como chegar, como partir, como reservar, onde dormir, onde comer e a que preços. Do lado esquerdo, trazem mapas que, além da forma curiosa e prática como se desdobram e arrumam, sem necessidade de tratados, são muitíssimo bem desenhados, com todos os códigos necessários à sua leitura no verso.

Quando os encontrei trouxe para mim o de Florença e para amigos o de Londres e o de Madrid. Todos excelentes.



posted by camponesa pragmática on 13:34


 


Sublinhado nº 2

When children are called difficult the cause is often traced to their homes, and it was upon Tulip’s first home that I blamed her unsociable conduct. She had originally belonged to some working-class people who, though fond of her in their way, seldom took her out. She was too excitable, and too valuable, to be allowed off the leash; on it she pulled. For nearly a year she scarcely left their house, but spent her time, mostly alone, for they were at work all day, in a tiny backyard. She could hardly be expected, therefore, to learn the ways of a world she so rarely visited; he only “training” she ever received was an occasional thrashing for the destruction which her owners discovered when they returned home. Alsatians in particular do not take kindly to beatings; they are too intelligent and too nervous.

J. R. Ackerley, My Dog Tulip, nyrb.

posted by camponesa pragmática on 12:31


 


- programa em pdf - aqui.

posted by camponesa pragmática on 11:04


 

10 mandamentos de crescer sobre fotografias de Robert Frank

Não sairás a correr do autocarro.
Não te demorarás na rua depois da escola.
Não jogarás à macaca.
Perderás todos os berlindes.
Deixarás de perseguir as formigas,
de partir as minhocas,
de olhar para os girassóis de baixo para cima;
dirás – formigas, minhocas, girassóis.
Não fugirás depois de tocar às campainhas dos vizinhos.
Não mais brincarás debaixo das mesas.




© Robert Frank


posted by camponesa pragmática on 00:56


domingo, outubro 05, 2003  


No doubt the reason why I took the constant care I did take to protect her from being put to the test of showing how far she would go, was that I had to admit I had an inkling; but the two bus conductors and the postman whom she had already bitten could hardly be accepted as a true sociological sample of her feelings for mankind. They had all been doing things, like coming soundless upon us in sneakers, or striking the bus a sudden sharp rat-tat alongside us with their ticket racks to make it move on, of which it is in the nature of dogs to disapprove; in any case she had not hurt them, but merely taken them by the sleeve or by the arm; and though one of the conductors had rolled back his cuff to display the wound, he himself seemed disappointed that there was nothing to be seen but a small white dent in his flesh.

J. R. Ackerley, My Dog Tulip, nyrb.

posted by camponesa pragmática on 14:24


 
sob escuta

O Outono é oficial. Só uma camisola de lã permite jantar numa esplanada. Dois turistas falidos, em busca de trocos para regressar a casa, tocam guitarra. A música é melancólica. Vagamente familiar. O que é isto? Intensamente familiar, à medida que a memória começa a acordar. Assim que chegar a casa, ouço-o.


posted by camponesa pragmática on 04:17


 
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