Portugal ficou mais pobre, perdemos Maria de Lourdes Pintasilgo.
Ficámos sem uma grande senhora e a política perdeu uma das raras mulheres teóricas deste país. A inteligência brilhante por vezes ultrapassa o que parece paradoxal: foi capaz de defender ideias impossíveis com o maior brilho, mudar e aperfeiçoar-se sempre, sem deixar de ser consequente. Paz à sua alma
posted by zazie on 17:03
l'enfant se fait ici forme poétique
"Cepandant, l'enfant chez Tarkovski n'est pas qu'un simple outil autobiographique ou une référence pratique au genre du «récit adolescent». Personnage académique par excellence, l'enfant se fait ici forme poétique. Il intervient comme porteur d'un monde, d'un univers fait d'obsessions, de dérèglements et d'émotion. De L'Enfance d'Ivan au Sacrifice, l'enfant aporte une réssonance indispensable. Il est d'abord un lieu de sensibilité. Parmi tous les personnages tarkvoskiens, frustrés, voire castrés (l'auteur leur refuse le contact sensuel et sexuel), démissionant devant la pensée, êtres martyrs d'un système esthétique peu tolérant, l'enfant apparaît comme le seul personnage de liberté. Il est en effect d'emblée un personnage tarkovskien."
Antoine de Baecque, "Andrei Tarkovski", Cahiers du Cinéma, Collection "Auteurs"
Saiu mais um dvd de Andrei Tarkovski. "A Infância de Ivan" é a primeira longa metragem de Tarkovski e o quinto a ser editado neste formato.
"Também os quatro sonhos se baseiam em associações bastante específicas. O primeiro deles, por exemplo, do começo ao fim, até as palavras "Mamãe, veja ali um cuco!", é uma de minhas primeiras recordações da infância. Eu tinha quatro anos e estava começando a conhecer o mundo".
O anúncio concebido por Godard para a estreia de "Vivre sa Vie" em Paris:*
Un Film Sur La Prostitution Qui Raconte Comment Une Jeune Et Jolie Vendeuse Parisienne Donne Son Corps Mais Garde Son Âme Alors Qu'elle Traverse Comme Des Apparences
Une Série D'Aventures Qui Lui Font Connaître Tous Les Sentiments Humains Profonds Possibles Et Qui Ont Eté Filmés Par Jean-Luc Godard Et Joués Par Anna Karina Vivre Sa Vie
Em "Vivre sa Vie" uma personagem contava esta fábula exemplar: "Uma galinha é um animal que se compõe do exterior e do interior. Se tirarmos o exterior, resta o interior. Quando se tira o interior, então vê-se a alma".
João Lopes, "Elogio do comércio e outras espiritualidades", Catálogo dedicado a Godard, Cinemateca Portuguesa, Novembro de 1999
People who count their chickens before they are hatched, act very wisely, because chickens run about so absurdly that it is impossible to count them accurately. - Oscar Wilde
A multidão invadira a praça, rodeando a estátua que lá em cima apontava, imperativa, a grande glória da pátria.
Espezinhando canteiros, inundando ruas adjacentes, vociferante. A manifestação.
Os gritos indicados. Guinchos. Várias crianças à procura da mãe ou do pai.
Era o apoio. Incondicional, ininterrupto, ao primeiro-ministro.
Ali, na praça enorme e paciente.
O primeiro-ministro olhou por uma das janelas, no terceiro andar antiquíssimo do Paço Ministerial. Sorriu levemente. Apalpou a cara, passou uma das mãos pela lapela do casaco, numa carícia inconsciente. Acenou com a cabeça, discreto, um pouco irónico, ao ministério perfilado no fundo da Sala dos Actos.
Dirigiu-se à varanda alta, sobre a praça apopléctica.
Abriu a janela num gesto amplo e paternal e deu um passo em frente.
Ouviu-se um som murcho e abafado, uma espécie de paff das bandas desenhadas, lá em baixo, no empedrado decorativo que circundava o Paço.
Alguém tirara a varanda. Toda.
O livro já saiu. "Um belíssimo livro, escrito por quem gosta muito de árvores e, além disso, muito bem escrito", foi mais ou menos isto que Manuel António Pina disse no dia do pré-lançamento.
Uma imagem não é forte por ser brutal ou fantástica, mas porque a associação das ideias é longínqua. Longínqua e certa.
[Os controladores do Centro de Cinema vasculham a casa de Jean-Luc Godard] - Para a América, uma, duas, três... dezasseis prateleiras.
- Para a Alemanha, duas prateleiras.
- Rússia, uma prateleira.
- O mesmo para a Itália.
- Ah! Jean Renoir,.. uma estante inteira.
- Este imbecil do J.L.G.!
Os filmes são mercadoria e é preciso queimar os filmes. Disse isso ao Langlois. mas atenção, com o fogo interior. "A arte é como um incêncio, nasce daquilo que queima".
- Em 1955 J.L.G. disse que jamais se veriam filmes na televisão, só reproduções.
Jean-Luc Godard, e outras personagens em "JLG por JLG, auto-retrato em Dezembro"
Ouvi a notícia na Antena 1, de manhã, mas não o que sobretudo se pretende com a descoberta da cripta. Está tudo aqui, na página da Lusa.
posted by camponesa pragmática on 13:39
Cortesia
Começo por agradecer às meninas: à Inês e à Sara, as palavras simpáticas que amíude nos dedicam. E depois, ao Bruno, o destaque que nos ofereceu. Por desleixo, os avatares não estavam nos nossos links. Reconheço que entrava lá sempre pelo mal. Mas a situação já foi resolvida.
posted by Anónimo on 12:21
11 propostas de leitura para as férias
"O Idiota", "Os irmãs Karamazov" ou qualquer outro calhamaço de Dostoiévski, nas recentes traduções de Nina e Filipe Guerra para a Presença. Porque sim.
Se vai para fora, substitua os mapas pelos livros de Henri Michaux. Qualquer um serve. Se se perder, não faz mal, era essa a intenção.
Para quem viaja de bicicleta, recomendamos os seis Livrinhos de Teatro já editados. Cabem no cesto e ainda sobra muito espaço.
Se pretende ler muitos autores mas não tem tempo, basta levar na mala a "Biblioteca" de Gonçalo M. Tavares. Estão lá todos, até o nosso querido Michaux e podemos confirmar que aquele retrato da página setenta e quatro é a sua cara chapada.
"Esculpir o tempo", de Andrei Tarkovsky. Há uma edição brasileira, da Martins Fontes, disponível no mercado. Sobre este livro não é preciso dizer mais nada.
Para os melómanos nada melhor que Thomas Bernhard. Aconselhamos a leitura em voz alta, a menos que se encontre na Austria.
A obra completa de Albert Cossery. Se as férias não chegarem para os oito livros mais a entrevista, todos editados pela Antígona, despeça-se. Tem nas suas mãos tudo o que precisa para o fazer com a necessária altivez.
Se não tem dinheiro para sair de casa o melhor é entreter-se e passear com o Robert Walser no quintal. Pelo sim pelo não, troque a caneta pelo lápis, habitue-se ao sistema.
Entre na livraria e procure os livros de capa macia da Cavalo de Ferro. Depois tire meia dúzia à sorte. Se fizer batota e entreabrir os olhos para o Roberto Arlt ninguém vai reparar.
Só tem uma tarde disponível para a leitura? Então recomendamos "As dioptrias de Elisa", de António Gancho. Para ler na esplanada. Se estiver em Évora, pode fazer o circuito da história.
Se nunca leu, é chegada a hora: "Clepsidra" de Camilo Pessanha. Há muitas edições disponíveis, escolha a capa mais bonita e descubra um dos mais belos poemas escritos em português:
Singra o navio. Sob a água clara
Vê-se o fundo do mar, de areia fina...
- Impecável figura peregrina,
A distância sem fim que nos separa!
Seixinhos da mais alva porcelana,
Conchinhas tenuemente cor-de-rosa,
Na fria transparência luminosa
Repousam, fundos, sob a água plana.
E a vista sonda, reconstrui, compara.
Tantos naufrágios, perdições, destroços!
- Ó fúlgida visão, linda mentira!
Róseas unhinhas que a maré partira...
Dentinhos que o vaivém desengastara...
Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos...
vasculhem os arquivos; oiçam-lhe a música, que o Memória está de partida.
Quando a estação mudar havemos de espreitar pela janela, observar a variação os azuis do céu, procurar indícios nas folhas das árvores que o Ivan, Tulius, Difool e até o Dentista Frígido hão-de aparecer de visita ";O)
Até lá restam as saudades e aqui fica um dos poemas lindos do Vasco para recordar:
Arrisco um poema:
Senão
Deixa-me acreditar, Zenão
Deixa-me ficar em confusão
Pensar que a morte não nos persegue
E que somos nós a persegui-la, então
Que a metade da metade da metade
Seja sempre nunca sempre só metade
Mas um jeito de renascer
Em quem do fim só se abeira.
Ralph Fiennes: Um homem sai de uma instituição psiquiátrica e recorda a sua infância. Mas a sua memória embeleza-a e ele cria coisas que nunca aconteceram.
Parem tudo. Sintonizem a antena dois, Alexandra Lucas Coelho
Apenas uma palavra a abrir: Sophia. Depois os poemas ditos por Luís Miguel Cintra; a própria Sophia a falar sobre a poesia, a casa, a viagem ou a liberdade; e a música - Desprez, José Afonso e Haendel, no fim.
Tudo de uma luminosidade magnífica, sair da escuridão e entrar de repente na substância do tempo.
posted by Anónimo on 17:34
Derriére, c'est la mer
O Almocreve vive num palácio em ruínas. Em 1976, Marguerite Duras filmou aí "Son nom de Venise dans Calcutta désert". Sem actores, a partir do som de "India Song", nos limites das sombras e do cinema. Com risco de vida, disse ela. Era inverno, fazia frio e o palácio desmoronava-se.
Trinta e sete planos fixos e breves. Quarenta e um planos em movimento: travellings e panorâmicas, lentos e longos.
Dominique Noguez: Vous avez tourné Son nom de Venise essentiellement dans l'un des lieux d'India Song?
Marguerite Duras: La façade est dans India Song, c'est celle de l'Ambassade de France à Calcutta. On a tourné en hiver, il faisait très, très froid, il y avait très peu d'argent, les gents avaient très peu de temps, on a tourné... - mon fils était du tournage, il doit se souvenir - quatre fois deux jours. Personne n'est mort, ce qui est extraordinaire.
Dominique Noguez: Pourquoi? C'étais dangereux?
Marguerite Duras: On a tourné à moins sept, moins huit. Et il y avait les planchers qui s'effondraient. Tout tombait.
Dominique Noguez: Vous avez tourné, donc, dans le Palais Rothschild.
Marguerite Duras: A l'intérieur du Palais, oui. Il y a une masse considérable d'araignées. Vous n'imaginez pas ce que c'est. Il y a des murailles d'araignées. Il est là, comme ça, depuis 1942. C'étais la demeure de Goering à Paris. Il étais encore «en état de marche», à ce moment-là. Et après que Goering y est passé, et une partie de la Kommandatur allemande aussi, les Rothschild n'ont plus voulu y toucher. Parce que, pour eux, le château était sans doute devenu maudit. Il est encore dans cet état-là. Je pense que les Rothschild ne savent pas quoi en faire. Ce qu'ils veulent que ça devienne. Ce bateau - Rothschild, ce vaisseau, je ne peux pas me l'enlever du corps, j'ai le sentiment qu'il avance dans le film, que ce n'est pas la caméra qui va le chercher, que c'est lui qui entre dans le film, de lui-même. Il faudrait garder ce château en souvenir du film. Voilà les grands escaliers qui desservent la terrasse. Ils sont magnifiques. Regarde, je trouve qu'ils ont quelque chose de préhistorique, d'incalculablement antique, c'est superbe, ça. Derrière, c'est la mer, tu vois, derrière les arbres, c'est la mer, c'est nettement la mer.
1. Luc Moullet, Um "Franco-realizador" no Público.
2. "O Estado das Coisas" é o mais triste dos filmes, mas também o mais radicalmente disponível para a aventura renovada do cinema. Como se uma luz divina iluminasse este mundo a que os deuses deixaram de saber aceder. João Lopes
"O Estado das Coisas" de Wim Wenders, sábado às 23h15 na 2:
3.
Lê-se "vozvrashcheniye" e quer dizer "regresso". O primeiro filme de Andrei Zvyagintsev já tem estreia marcada para o Porto e Lisboa: 15 de Julho. Faltam nove dias.
Margaret: Well, you can't have spent much time in Soho where I lived.
John Wilson (Clint Eastwood): Why do you say that, dear?
Margaret: I though the people there were horrid. There are an awful lot of Jews in that neighbourhood.
Mr Verrill: Mrs Mac Gregor.
Margaret: Margaret.
Verrill:I must warn you, I'm a Jew.
Margaret: No!
Verrill: I am
Margaret: No!
Verrill: Yes.
Margaret: you are pulling my leg.
Verrill: No, I?m not pulling your leg, Margaret, I'm a Jew.
Margaret: I know I shouldn't say this, but I thought Hitler was absolutely right.
Clint: Now, the mans as just got through warning
Margaret: you're not going tell me that you're Jewish too?
Clint: No. Absolutely not, that would be lie, and I wouldn?t want to lie you to you ever. I would like to tell you a story, a little story, though.
Margaret: I love stories.
Clint: You mustn't interrupt now, because you're to beautiful to interrupt people. When I was in London in the earl's 40s...I was dining one evening at the Savoy with a rather select group of people and sitting next to me was a very beautiful lady, much like yourself.
Margaret: Now you're pulling my leg.
Clint: Now, just listen, dear. We were dining and the bombs were falling, we were all talking about Hitler and comparing him to Napoleon, and we were all being really brilliant. And then, suddenly, this beautiful lady, she spoke up and said that was the thing she didn't mind about Hitler was the way he was treating the Jews. Well, we all started arguing with her, of course though, mind you, no one at the table was Jewish. But she persisted.
Are you listening, honey?
Margaret: Mustn't interrupt Daddy.
Clint: that's right. You're way too beautiful for that.
Anyway, she went on to say that that's her way, she would kill them all. We all sat there in silence. Than finely, I leaned over to her and I said, "Madam, I have dined with some of the ugliest goddamn bitches in my time and I have dined with some of the goddamn best ugly bitches in this world. But you, my dear, are the ugliest bitch of them all!".
Anyway, she got up to leave and she tripped over a chair and fell on the floor. And we all just sat there. No one raised a hand to help her. And finally when she picked herself up, I said to her one more time: "you, my dear, are the ugliest goddamn bitch I have ever dined width".
Well, you know what happened?
The very next day, she reported me to the American Embassy and they brought me in for reprimand. And then, when they investigated it they found on that she was a German agent and they locked her up.
Isn't that amazing?
Margaret: Why did you tell me that story?
Clint: I don't know. It wasn't because I thought you were a German agent, honey. But I was tempted tonight to say the very same thing to you. I didn't want you to think I had never said it before. You madam, are the --- well, you know the rest.
Care for some Champagne, honey?
habituou-se a desenhar no atelier do pai, Leopoldo de Almeida, mas foi nas horas em que para ele posou, muito miúda, que sentiu como era diferente o olhar dele quando estava concentrado a trabalhar.
Helena Almeida entrevistada por Ana Sousa Dias, às 00h50 na 2:
Em colaboração com o Festival de Teatro de Almada, e com o apoio do Instituto Italiano de Lisboa, os Artistas Unidos organizam em Julho um ciclo sobre a moderna dramaturgia italiana, prolongando a colaboração com SPIRO SCIMONE e revelando em Portugal o teatro de Ascanio Celestini, Davide Enia, Fausto Paravidino, Antonio Tarantino e Letizia Russo.
Três peças, cinco leituras cénicas, uma conferência e uma revista. Começa amanhã. Mais pormenores aqui.
Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ser senão o visível!
Nada fornece qualquer garantia a ninguém. Existimos em suspensão. Há muitas maneiras de respirar e deixar de respirar. Temos os nossos ritmos. É preciso viver e morrer com isso.
J'ai la conviction que le cinématographe est un art plus secret que les arts soi-disant secrets. On croit que la peinture c'est secret; on croit que le cinéma c'est fait pour les 6.000 personnes du Gaumont-Palace, ce n'est pas vrais: c'est fait pour trois personnes parmi les 6.000 personnes.
Jean Renoir, entrevista a Jacques Rivette e François Truffaut, Fevereiro de 1954, Cahiers du Cinéma # 34, página 21 do Catálogo da Cinemateca Portuguesa dedicado a Jean Renoir. Novembro de 1994
posted by Anónimo on 11:03
dois crimes lesa-pátria
Le déjeuner sur l'herbe, de Jean Renoir. Mais logo, às 19h45 no canal arte.
É uma obra-prima. Brilhante e divertida. Étienne Alexis (Paul Meurisse), um professor muito seguro de si e dos seus avançados conhecimentos científicos, está para casar com uma condessa. Decidem organizar um picnic no campo para comemorar o facto mas aí ele encontra Nénette (Catherine Rouvel) e, inesperadamente, tudo se altera.
François Truffaut disse que Jean Renoir filmou "Le déjeuner sur l' herbe" apenas para mostrar como uma ventania num picnic levanta as saias às mulheres. É bem capaz de ser verdade.
Às 22h30 a festa projecta-se no Conservatório de Música (Rua da Maternidade) com vista para o Atlântico: Party, de Manoel de Oliveira. Aqui o vendaval mostra outras coisas.
—Podem sentar-se, meus senhores—determinou o Presidente aos Ministros que, atentos, o esperavam ao longo da mesa magnífica. E sentou-se também, no lugar que lhe competia.—Parece-me ser conveniente uma remodelação integral do ministério.
Entre o silêncio respeitoso, o Presidente levou a mão discreta ao bolso interior do casaco. Tirou o apito e apitou. Três vezes.
A porta da antiquíssima sala dos Passos Longos abriu-se. De par em par. A guarda presidencial entrou e abateu os Ministros com rajada de metralhadora competente. Todos.
—Muito bem—confirmou o Presidente, levantando-se.
O cabo Ludovino encostou a metralhadora à parede, com todo o cuidado. Esfregou o nariz, olhou em volta, sorriu e atirou o Presidente pela janela daquele quarto andar.