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Janela Indiscreta
 
sábado, junho 05, 2004  

Tierra seca

Tierra seca,
tierra quieta
de noches
inmensas.

(Viento en el olivar,
viento en la sierra.)

Tierra
vieja
del candil
y la pena.
Tierra
de las hondas cisternas.
Tierra
de la muerte sin ojos
y las flechas.

(Viento por los caminos.
Brisa en las alamedas.)

Federico García Lorca
Poema del Cante Jondo | 1921

posted by camponesa pragmática on 04:03


 

Canción para la Luna

Blanca tortuga,
luna dormida,
¡qué lentamente
caminas!
Cerrando un párpado
de sombras, miras
cual arqueológica
pupila.
Que quizá sea...
(Satán es tuerto)
una reliquia.
Viva lección
para anarquistas.
Jehová acostumbra
sembrar su finca
con ojos muertos
y cabecitas
de sus contrarias
milicias.

Gobierna rígido
la faz divina
con su turbante
de niebla fría,
poniendo dulces
astros sin vida
al rubio cuervo
del día.
Por eso, luna,
¡luna dormida!,
vas protestando
seca de brisas,
del gran abuso
la tiranía
de ese Jehová
que os encamina
por una senda,
¡siempre la misma!,
mientras él goza
en compañía
de Doña Muerte,
que es su querida...

Blanca tortuga,
luna dormida,
casta Verónica
del sol que limpias
en el ocaso
su faz rojiza.
Ten esperanza,
muerta pulida,
que el Gran Lenín
de tu campiña
será la Osa
Mayor, la arisca
fiera del cielo
que irá tranquila
a dar su abrazo
de despedida
al viejo enorme
de los seis días.

Y entonces, luna
blanca, vendría
el puro reino
de la ceniza.

(Ya habréis notado
que soy nihilista.)

Federico García Lorca
Libro de Poemas | 1921

posted by camponesa pragmática on 03:59


 

Hora de estrellas

El silencio redondo de la noche
sobre el pentagrama
del infinito.

Yo me salgo desnudo a la calle,
maduro de versos
perdidos.
Lo negro, acribillado
por el canto del grillo,
tiene ese fuego fatuo,
muerto,
del sonido.
Esa luz musical
que percibe
el espíritu.

Los esqueletos de mil mariposas
duermen en mi recinto.

Hay una juventud de brisas locas
sobre el río.

Federico García Lorca
Libro de Poemas | 1921

posted by camponesa pragmática on 03:53


 

Remanso, canción final

Ya viene la noche.

Golpean rayos de luna
sobre el yunque de la tarde.

Ya viene la noche.

Un árbol grande se abriga
con palabras de cantares.

Ya viene la noche.

Si tú vinieras a verme
por los senderos del aire.

Ya viene la noche.

Me encontrarías llorando
bajo los álamos grandes.
¡Ay morena!
Bajo los álamos grandes.

Federico García Lorca
Primeras Canciones | 1922

posted by camponesa pragmática on 03:50


 

Remanso

Ciprés.
(Agua estancada)

Chopo.
(Agua cristalina)

Mimbre.
(Agua profunda)

Corazón.
(Agua de pupila)

Federico García Lorca
Primeras Canciones | 1922

posted by camponesa pragmática on 03:48


sexta-feira, junho 04, 2004  

Beakfast at Tiffany's

I'm just CRAZY about Tiffany's!



bout the way I look. I mean a girl just can't go to Sing Sing with a green face.
Sing? Sing?
Yes. I always thought it was a ridiculous name for a prison. Sing Sing, I mean. Sounds more like it should be an opera house or something.





Moon River, wider than a mile;I'm crossing you in style some day.Oh dream-maker, you heartbreaker,Wherever you're goin', I'm goin' your way. Two drifters off to see the world; There's such a lot of world to see. We're after the same rainbow's end... Waitin' 'round the bend... My huckleberry friend, Moon River... and me...








I love you.
So what.
So what? So plenty!

posted by zazie on 22:47


 

sob escuta

take time

for the first time in the history of the world a young girl climbed into a tree one day,
she climbed down from the tree next day, god bless her

something is happening that is not happening

something is happening which is not happening at all


posted by camponesa pragmática on 19:14


 


Manutenção do Hubble Pode Ser Feita com Robôs - Clara Barata

"A NASA está aberta a propostas para realizar uma missão robotizada de manutenção do telescópio espacial Hubble, que permita prolongar a sua vida útil. O anúncio foi feito pelo administrador da agência espacial norte-americana, Sean O'Keefe, no encontro anual da Sociedade Astronómica Americana, em Denver, e foi acolhido com uma enorme salva de aplausos.

O telescópio, que já leva 14 anos de actividade, tem um enorme clube de fãs, entre cientistas e leigos. As belas fotografias do Universo que foi mandando para a Terra deslumbraram os terráqueos, que reagiram com desgosto ao anúncio da NASA, em Janeiro, de que a missão tripulada prevista para 2006 seria cancelada, por motivos de segurança. O Hubble deixaria de funcionar passado um ou dois anos, quando as baterias se esgotassem.

A missão tripulada era essencial para que o telescópio continuasse a funcionar. Mas uma viagem até ao Hubble foi considerada demasiado perigosa para os astronautas - o regresso ao espaço dos vaivéns norte-americanos, depois do acidente do Columbia a 1 de Fevereiro de 2003, deverá cingir-se às missões até à Estação Espacial Internacional. Isto porque, em caso de perigo, os astronautas poderiam lá refugiar-se. O Hubble não oferece um porto de abrigo equivalente.

No entanto, a decisão da NASA suscitou as mais variadas formas de pressão para que o Hubble funcionasse pelo menos até 2011, quando a agência lançará o novo telescópio espacial James Webb. Foi assim que surgiu a possibilidade de fazer uma missão de manutenção robotizada.

Agora O'Keefe oficializou a ideia: a NASA está aberta a receber propostas, até 16 de Julho, para uma missão a realizar em 2007. "Estamos interessados em robôs capazes de se movimentarem bem, controlados por humanos na Terra", explicou o administrador da NASA. "Não procuramos robôs autónomos, mas antes bons exemplos de tele-robótica", especificou.

O primeiro objectivo é instalar no telescópio equipamento que permitirá à NASA fazê-lo mergulhar na atmosfera, quando decidir que chegou mesmo a sua hora. Mas os robôs enviados até ao Hubble terão também de lhe mudar as baterias, instalar novos giroscópios e instrumentos científicos que o devem fazer funcionar pelo menos até 2010." - PÚBLICO.PT




Hubble's Future


posted by camponesa pragmática on 14:14


 

- Encontramo-nos junto às bétulas?

A delegação do Porto deste blog informa que, por motivos de força maior, vai estar encerrada no próximo fim-de-semana: passeios no parque fora de horas; filmes no auditório; encontros na biblioteca; música no campo de ténis - tudo de borla ou quase, em Serralves . Quinze anos, quarenta horas.

Qualquer assunto local, interessante e urgente é favor tratar com o gato.


posted by Anónimo on 13:43


 

de onde vem a luz?

Acabei de ler uma excelente notícia:
Instant Light, Tarkovsky Polaroids, edited by Giovanni Chiaramonte and Andrei A. Tarkovsky, is published by Thames & Hudson on June 1 2004, priced £14.95 and available from all good bookshops or online at www.thamesandhudson.com



Boat
This is my father's boat near our house in Myasnoye. He was greatly attached to that place, where he could isolate himself and work on his scripts - the first drafts of Stalker and The Sacrifice were written there. He used to take long walks and these pictures are the memories of those promenades.
© Andrei A Tarkovsky. All rights reserved

posted by Anónimo on 11:33


 

You've founded us!


Jeff Alu, Mudpot, 2000

posted by Paulo on 02:06


quinta-feira, junho 03, 2004  

azul

O que eu queria agora mesmo era estar na esplanada do Golfinho, no Carapacho a beber uma limonada e a medir os azuis até que fosse noite.

3 de Junho 2004 | Lua Cheia

posted by Anónimo on 14:13


 

The Love Life of the Octopus

À noite descubro que no fundo da minha cabeça há monstros marinhos.

De manhã só me lembro d' a vida amorosa do polvo .


posted by Anónimo on 13:39


 

Alvorada!


Valentin Trukhanenko

Estes senhores somos nós.
Também achamos que nos dividimos em alienista e alienado.
A maior parte ainda não decidiu.
Mas, como se vê, isso interessa?
Estes dois senhores somos nós.



posted by Paulo on 03:52


quarta-feira, junho 02, 2004  

Sob escuta


posted by camponesa pragmática on 21:59


 

Eco del Reloj

Me senté
en un claro del tiempo.
Era un remanso de silencio,
de un blanco
silencio.

Anillo formidable,
donde los luceros
chocaban con los doce flotantes
números negros.

Federico García Lorca


posted by camponesa pragmática on 20:04


 

Nota entre poemas

O aniversário de Lorca não é hoje. Eu é que já estou em festa.

posted by camponesa pragmática on 20:02


 

Donde se ahoga el sueño

Los murciélagos nacen
de las esferas.
Y el becerro los estudia
preocupado.

¿Cuándo será el crepúsculo
de todos los relojes?
¿Cuándo esas lunas blancas
se hundirán por los montes?


posted by camponesa pragmática on 19:59


 

Je suis certain qu'au coeur du vide comme au coeur de l'homme il y a des feux qui brûlent.



Feux de Bengala- Tableau de feubleu d'une minute, 1957

Monté sur un chevalet d'atelier un panneau de bois peint en bleu sur lequel étaient fixées des quantités de fusées de Bengala à effet bleu; cella donnait la sensation aux lecteurs après que le tableau ce soit consumé, de s'agrandir dans le souvenir, dans la mémoire visuelle.

posted by zazie on 19:01


 

Los encuentros de un caracol aventurero

Hay dulzura infantil
en la mañana quieta.
Los árboles extienden
sus brazos a la tierra.
Un vaho tembloroso
cubre las sementeras,
y las arañas tienden
sus caminos de seda
-rayas al cristal limpio
del aire-.
En la alameda
un manantial recita
su canto entre las hierbas.
Y el caracol, pacífico
burgués de la vereda,
ignorado y humilde,
el paisaje contempla.
La divina quietud
de la Naturaleza
le dio valor y fe,
y olvidando las penas
de su hogar, deseó
ver el fin de la senda.

Echó a andar e internose
en un bosque de yedras
y de ortigas. En medio
había dos ranas viejas
que tomaban el sol,
aburridas y enfermas.

"Esos cantos modernos
-murmuraba una de ellas-
son inútiles". "Todos,
amiga -le contesta
la otra rana, que estaba
herida y casi ciega-.
Cuando joven creía
que si al fin Dios oyera
nuestro canto, tendría
compasión. Y mi ciencia,
pues ya he vivido mucho,
hace que no lo crea.
Yo ya no canto más..."

Las dos ranas se quejan
pidiendo una limosna
a una ranita nueva
que pasa presumida
apartando las hierbas.

Ante el bosque sombrío
el caracol se aterra.
Quiere gritar. No puede.
Las ranas se le acercan.

"¿Es una mariposa?",
dice la casi ciega.
"Tiene dos cuernecitos
-la otra rana contesta-.
Es el caracol. ¿Vienes,
caracol, de otras tierras?"

"Vengo de mi casa y quiero
volverme muy pronto a ella".
"Es un bicho muy cobarde
-exclama la rana ciega-.
¿No cantas nunca?" "No canto",
dice el caracol. "¿Ni rezas?"
"Tampoco: nunca aprendí".
"¿Ni crees en la vida eterna?"
"¿Qué es eso?
"Pues vivir siempre
en el agua más serena,
junto a una tierra florida
que a un rico manjar sustenta".

"Cuando niño a mí me dijo
un día mi pobre abuela
que al morirme yo me iría
sobre las hojas más tiernas
de los árboles más altos".

"Una hereje era tu abuela.
La verdad te la decimos
nosotras. Creerás en ella",
dicen las ranas furiosas.

"¿Por qué quise ver la senda?
-gime el caracol-. Sí creo
por siempre en la vida eterna
que predicáis..."
Las ranas,
muy pensativas, se alejan.
y el caracol, asustado,
se va perdiendo en la selva.

Las dos ranas mendigas
como esfinges se quedan.
Una de ellas pregunta:
"¿Crees tú en la vida eterna?"
"Yo no", dice muy triste
la rana herida y ciega.
"¿Por qué hemos dicho, entonces,
al caracol que crea?"
"Por qué... No sé por qué
-dice la rana ciega-.
Me lleno de emoción
al sentir la firmeza
con que llaman mis hijos
a Dios desde la acequia..."

El pobre caracol
vuelve atrás. Ya en la senda
un silencio ondulado
mana de la alameda.
Con un grupo de hormigas
encarnadas se encuentra.
Van muy alborotadas,
arrastrando tras ellas
a otra hormiga que tiene
tronchadas las antenas.
El caracol exclama:
"Hormiguitas, paciencia.
¿Por qué así maltratáis
a vuestra compañera?
Contadme lo que ha hecho.
Yo juzgaré en conciencia.
Cuéntalo tú, hormiguita".

La hormiga, medio muerta,
dice muy tristemente:
"Yo he visto las estrellas."
"¿Qué son las estrellas?", dicen
las hormigas inquietas.
Y el caracol pregunta
pensativo: "¿Estrellas?"
"Sí -repite la hormiga-,
he visto las estrellas,
subí al árbol más alto
que tiene la alameda
y vi miles de ojos
dentro de mis tinieblas".
El caracol pregunta:
"¿Pero qué son las estrellas?"
"Son luces que llevamos
sobre nuestra cabeza".
"Nosotras no las vemos",
las hormigas comentan.
Y el caracol: "Mi vista
sólo alcanza a las hierbas."

Las hormigas exclaman
moviendo sus antenas:
"Te mataremos; eres
perezosa y perversa.
El trabajo es tu ley."

"Yo he visto a las estrellas",
dice la hormiga herida.
Y el caracol sentencia:
"Dejadla que se vaya.
seguid vuestras faenas.
Es fácil que muy pronto
ya rendida se muera".

Por el aire dulzón
ha cruzado una abeja.
La hormiga, agonizando,
huele la tarde inmensa,
y dice: "Es la que viene
a llevarme a una estrella".

Las demás hormiguitas
huyen al verla muerta.

El caracol suspira
y aturdido se aleja
lleno de confusión
por lo eterno. "La senda
no tiene fin -exclama-.
Acaso a las estrellas
se llegue por aquí.
Pero mi gran torpeza
me impedirá llegar.
No hay que pensar en ellas".

Todo estaba brumoso
de sol débil y niebla.
Campanarios lejanos
llaman gente a la iglesia,
y el caracol, pacífico
burgués de la vereda,
aturdido e inquieto,
el paisaje contempla.

Federico García Lorca
Diciembre de 1918
(Granada)
A Ramón P. Roda.


posted by camponesa pragmática on 17:02


 

Yves Klein, L'arbre grande éponge bleue, 1962.

(L'éponge) était là. C'était une présence. Elle était imprégnée de bleu. C'est le phénomène d'imprégnation qui est important.
Un jour je me suis aperçu de la beauté du bleu dans l'éponge; cet instrument de travail est devenu matière première..(C'étaient) les portraits des lecteurs de mes monochromes qui, après avoir vu, après avoir voyagé dans le bleu de mes tableaux, en reviennent totalement imprégnés en sensibilité comme des éponges.


Entrevistas com Claude Pascal a 3 Juillet de 1977 em Paris e com Arman a 13 de Dezembro 1977, em New York, cfr. Yves Klein, Catálogo de Exposição no Centro Georges Pompidou, Muséé national d'art moderne, Paris, 3 Março-23 Maio, 1983.

posted by zazie on 14:34


 

sob escuta

Uma hora com David Byrne. Sintonizar aqui: New Sounds Program #2038

O alinhamento do programa faz uma revisitação à obra de Byrne, recua até aos Talkings Heads, passa pelas colaborações com Brian Eno, Philip Glass e Susana Baca e acaba com o disco que, vá-se lá saber porquê, nunca foi editado em cd: Music for The Knee Plays. Continuamos à espera.
In the future there will be mini-wars going on everywhere / In the future everyone will think about love all the time

David Byrne | Feelings | Daddy Go Down | [4:00]
Talking Heads | Remain In Light | Seen And Not Seen | [2:30]
David Bryne & Brian Eno | My Life In The Bush of Ghosts | Regiment | [4:00]
Philip Glass | Glassmasters |Glass/Byrne: Open The Kingdom | [7:00]
David Byrne | Feelings | Burnt By The Sun | [4:30]
David Byrne | The Forest | Kish | [5:30]
David Byrne | In Spite of Wishing And Wanting | Saïd And The Ants | [4:00]
David Byrne | Rei Momo | Make Believe Mambo [5:30]
Susana Baca | Echo of Shadows | Xanahari | [4:30]
David Byrne | Music for The Knee Plays | In The Future | [6:00]

posted by Anónimo on 10:40


terça-feira, junho 01, 2004  

Liriodendron tulipifera

Explicaram-me que se chama liriodendron tulipifera, deve ter cerca de 200 anos e é da família das magnoliaceae, que são das árvores mais antigas do mundo.

O liriodendron tulipifera, também conhecido como tulipeiro (devido à forma das folhas e das flores), está agora em floração. As folhas têm quatro pontas e, de facto, assemelham-se à silhueta de uma tulipa. As flores são grandes e surgem afastadas umas das outras nos ramos. Têm apenas seis pétalas amarelas-esverdeadas riscadas, junto à base, por uma faixa cor-de-laranja. Parecem tulipas ou então, vistas de lado, uma chávena.
O tronco da árvore é largo, devem ser precisas três pessoas para o rodear e, como o jardim onde ele está não tem jardineiro (ou pelo menos assim parece), os ramos cresceram livremente para cima e depois para baixo, aos esses, de forma desgovernada.
É muito alto, talvez tenha mais de vinte metros. Não tenho fotografias dele porque ele não cabe em nenhum enquadramento. Também não sei quando é que gosto mais deste belo tulipeiro pois ele é magnífico em todas as estações.

Esta é a sua flor:



O tulipeiro está no jardim da Casa das Artes, na Rua Ruben A.

posted by Anónimo on 21:12


 

sob escuta


posted by camponesa pragmática on 19:15


 

A mesa

põe a mesa
come à mesa
levanta a mesa
trabalha à mesa

desmanivela-a
desce
é cama

faz a cama
abre a cama
brinca na cama
dorme na cama

desmanivela-a
desce mais
é caixão

entaipa o caixão
forra o caixão
entra no caixão
fecha o caixão

era a brincar
era a brincar

manivela-o
sobe
é cama

manivela-o
sobe
é mesa

põe os cotovelos na mesa

Alexandre O'Neill

posted by camponesa pragmática on 19:06


 

© Jim Goldberg

USA. San Francisco. 1983. "We look like ordinary people! We have a terrible life."

posted by camponesa pragmática on 14:35


 

John Ashbery

In the 1950s Ashbery adopted to his poetry techniques used by such abstract painters as Willem de Kooning and Jackson Pollock. In the poem 'The Painter' (1956) he wrote: "Sitting between the sea and the buildings / He enjoyed painting the sea's portrait. / But just as children imagine a prayer / Is merely silence, he expected his subject / To rush up the sand, and, seizing a brush, / Plaster its own portrait on the canvas." He also was interested in the music of John Cage and Anton Webern and the writings of the French surrealist Raymond Roussel. Ashbery formed with his friends Frank O'Hara and Kenneth Koch the nucleus of a group of artists known as the "New York school" of poets. It lasted into the early 1970s - Ashbery himself has doubted that there ever was a shool. His uncompromising avant-gardism was first greeted with puzzlement - critics and readers considered his poetry obscure and difficult. Some critics have said that his poems are like abstract paintings in words. Ashbery himself has said, that he aims "to record a kind of generalized transcript of what's really going on in our minds all day long." He has also denied that there are allegorical - "In think my poems mean what they say, and whatever might be implicit within a particular passage, but there is no message, nothing I want to tell the world particularly except what I am thinking when I am writing." (from Writers at Work, ed. by Geroge Plimpton, 1986)

retirado daqui


posted by Anónimo on 14:17


 

Na quinta do Norte

Algures alguém viaja furiosamente ao teu encontro,
A uma velocidade incrível, viajando dia e noite
Por entre nevões e calores do deserto, transpondo correntes, atravessando desfiladeiros.

Mas saberá ele onde te encontrar?
Reconhecer-te-à, quando te vir?
Dar-te-á a coisa que tem para ti?

Aqui quase nada cresce,
E contudo os celeiros estão a abarrotar,
As sacas de grão empilhadas até às traves do tecto.
Os ribeiros correm docemente, engordando o peixe;
Pássaros escurecem o céu. Será que basta
Deixar a malga de leite lá fora à noite,
Pensar nele às vezes,
Às vezes e sempre, com sentimentos confusos?

John Ashbery, "Uma onda e outros poemas"
© Quetzal, colecção Poetas em Mateus

posted by Anónimo on 11:15


 

© Jim Goldberg

USA. San Francisco. 1984. "To my discomfort, I am often considered a grand dame. I know how to behave in most cirumstances whether with inferiors or superiors, without attracting attention. I was properly brought up. To the manor and manners born."

posted by camponesa pragmática on 11:06


 

Rua Miguel Bombarda, 531 







posted by Anónimo on 10:47


segunda-feira, maio 31, 2004  

Grande Herbário de Sombras



Lourdes Castro, Grande Herbário de Sombras(1972), Exposição no Museu do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, FCG,2003.

posted by zazie on 14:45


 

Encontro com as sombras

Começava a nevar em Pennabilli e eu detinha o olhar na neve que caía sobre as amendoeiras, em redor da casa, quando me chegou o Grand Herbier d' Ombres. É um livro com as sombras de muitas ervas do campo, da pintora Lourdes Castro, grande artista portuguesa que reproduz sombras de pessoas ou de outras formas de vida. Olhava eu, assim, os bordados da neve e logo depois as páginas do livro.
Num determinado momento, no branco do vale, vi manchas escuras que subiam da minha memória. Eram as sombras que passavam pelo tecto do meu quarto no dia do regresso da prisão, na Alemanha, e eu, naqueles reflexos, procurava reconhecer os meus conterrâneos. Depois vi o vale, além da janela, atravessado pela grande sombra do obelisco da Praça de S. Pedro, num dia de Agosto, quando Roma me apareceu deserta. E no entanto, os turistas estavam à fresca, na sombra daquele obelisco se apinhavam.
De repente, pensei nos belos dias de Agosto com Andrei Tarkovski quando trabalhávamos no filme Nostalgia, em Bagno Vignoni. A pequena aldeia toscana tem, na praça, um lago de água quente criando nuvens de vapor que enevoam, qual mundo medieval. É nestas águas que Catarina de Siena banhava seu corpo e as palavras de sua oração. Uma manhã entrámos na pequena igreja, na margem da rua que contorna o grande lago. Sentámo-nos sobre um banco de madeira para gozar aquele silêncio abandonado. Descobrimos que o feixe de luz matutina proveniente de uma janela alta estampava sobre a parede interior, junto de nós, uma pequena planta selvática crescida sobre o terriço trazido pelo vento, sob o pequeno vitral. Uma sarça de sombras incertas que se tornava decoração naquele reboco gessoso e humilde. Eu e Andrei permanecemos por algum tempo contemplando estas imagens trémulas que nos traziam reflexões profundas. A um certo ponto pareceu-nos sentir no ar um perfume de menta. Levantámo-nos de imediato para descobrir aquela imagem sobre o muro e perceber se a fragrância vinha daquela sombra. Assim era.
É por isso que agora aproximei do nariz as sombras de Lourdes Castro que possuem uma presença viva e misteriosa capaz de fazer crescer mágicos pensamentos a quem os olha.

Tonino Guerra, tradução de Mario Rui de Oliveira, A Phala #97
© Assírio & Alvim

posted by Anónimo on 10:00


 


«Feito na Ilha da Madeira, durante o verão de 1972, o Grande Herbário de Sombras contém cerca de 100 espécies botânicas diferentes. Lembrando-me das minhas primeiras sombras projectadas de objectos - feitas em 1962 directamente sobre a seda de serigrafia com luz de mercúrio - e tendo à minha volta uma tal variedade de plantas, árvores, ervas, frutos e flores, comecei a fixar as suas sombras sobre papel heliográfico directamente ao sol... Mas sobretudo gosto de plantas, sempre vivi com elas, cuidei delas e vi-as crescer

Lourdes Castro, 1973

posted by Anónimo on 09:58


 

Lourdes Castro:


Sombra | s/d


Teatro de sombras, as cinco estações |1976

posted by Anónimo on 09:51


domingo, maio 30, 2004  

metrosideros excelsa

As flores dos metrosideros excelsa da Avenida Brasil começaram a desabrochar. São formadas por numerosos filamentos de um vermelho escuro magnífico que acabam num pequeno ponto amarelo. É bonito o modo como esses fios se desembrulham. Ao longe parecem plantas marinhas.



posted by Anónimo on 22:30


 

and now for something completely different...

Haverá algum entendido em metafísica de pequenos nadas capaz de me explicar porque motivo o meu relógio deixou de funcionar?
E já mudei a pilha...
E recuso-me a admitir que esta pequena maravilha única da Diesel em formato de algema cor de lacre com dobradiças metalizadas tenha ido à vida!!!
Grrrrrrrrrrrrr!!!

posted by zazie on 20:07


 
the link between profound and pain / covers you like Sherwin Williams

posted by Anónimo on 17:05


 

Lenda do Nilo, de Paul Klee





posted by Anónimo on 15:02


 

sob visionamento

Angel Face de Otto Preminger.









posted by zazie on 03:15


 
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