Nenhum regresso está preso às pálpebras.
Explicam-me, por fábulas, que só o que resta
do Verão é sensível à luz - como ombreiras das
portas ou o restolho batido pela impossibilidade
do vento - e eu acredito.
Alguma coisa há de verdade em tudo isto
[nenhum regresso está preso às pálpebras]:
olho por dentro do silêncio e o negrume
é nítido como um grito
Poema de Sandra Costa, Fotografia de Paulo Gaspar Ferreira. Amanhã, os dois vão estar
na livraria Navio de Espelhos, em Aveiro, a partir das 15h00, para apresentar o livro: Nenhuma Flor.