Quando entrei na sala também fiquei admirada com o quadro escolhido por José Pacheco Pereira. Esperava uma natureza morta mas não aquela. É o quadro que poderia encontrar em casa de Bartleby, noutros tempos, se ele tivesse casa.
Disseram que a pintura era obsessiva (Bernardo Pinto de Almeida) e até depressiva (Jaime Milheiro). Eu diria apenas que é nostálgica; os adjectivos dependem mais de quem vê do que da própria pintura. No fim de todas as explicações percebi que a escolha foi perfeita e reveladora (não só do gosto pelas naturezas mortas como de muitas outras coisas).
O auditório de Serralves estava quase cheio e a conversa foi boa, fluída e bem-humorada, apesar do tom pessimista de José Pacheco Pereira. Mas a verdade é que os tempos não estão de feição. E estiveram algum dia?
Modo de Sentir, Modos de Ver : 20 de Maio de 2004 | Moderadores: Raquel Henriques da Silva/Eduardo Sá | Convidado: Fernando Lopes
25 de Maio de 2004 | Moderadores: Raquel Henriques da Silva/Eduardo Sá |Convidado: António Damásio