sábado, dezembro 06, 2003
Sou um desses cidadãos invisíveis
Sou um desses cidadãos invisíveis que se arrastam, ao sabor do vento, pela Austurstraeti, e só faço notar a minha presença quando os vulcões entram em erupção dentro da minha alma.
Está um frio cerrado nos rostos das pessoas, pessoas tristonhas que deambulam como sombras.
Excepto no átrio da Livraria Eymundsson, onde estão em exposição as revistas faustosas.
Ministros e respectivas esposas sorriem; homens de negócios, políticos, artistas e actores olham com alegria pela janela.
A sociedade é como um conjunto de miúdos contentes em que ninguém fica lá fora ao frio.
Contorno a esquina, entro na Praça Hallaerisplanid e faço uma visita ao abrigo, no andar por cima da relojoaria, onde nós, os doentes que tratamos as nossas lutas com os problemas psíquicos, fumamos e bebericamos café com leite.