terça-feira, dezembro 16, 2003
"Quase sempre os filósofos começam por dizer: 'Quero ver o que é o Ser, o que é a realidade. Pois bem aqui está uma mesa; o que é que esta mesa me mostra como traços característicos de um ser real?' Nunca um filósofo começou por dizer: 'Quero saber o que é o Ser, o que é a realidade. Pois bem, aqui está a minha recordação do meu sonho da noite passada; o que é que isto me mostra como traços característicos de um ser real?' Um filósofo nunca começa por dizer: 'Tomemos o Requiem de Mozart como paradigma do Ser; é por ele que começaremos.' Porque não poderíamos começar por pôr um sonho, um poema, uma sinfonia como instâncias paradigmáticas da plenitude do Ser (...) em vez de vermos no modo de existência imaginário, ou seja humano, um modo de ser deficiente ou secundário?'