domingo, dezembro 28, 2003
Ontem trouxe a “Poesia Completa” de Luís Miguel Nava (Publicações Dom Quixote) da Biblioteca. O livro já passou por outras mãos e alguém marcou este poema dobrando a página 61:
Não muita vez
Não muita vez nos vemos, mas, se poucos
amigos há para falar
dos quais me sirvo de relâmpagos, de todos
é ele o que melhor vai com a minha fome.
Os dedos com que me tocou
persistem sob a pele, onde a memória os move.
Tacteiam, impolutos. Tantas vezes
o suor os traz consigo da memória, que não tenho
na pele poro através
do qual eles não procurem
sair quando transpiro. A pele é o espelho da memória.
Eu marco este na página 111:
Só para mim
Queria ter o sol só para mim, tê-lo de forma a dele poder de vez em quando ceder parte apenas a um dos meus mais íntimos amigos.