Lá havia lido as Mil e uma noites e tantos livros, de velhas histórias, de velhas viagens, aos sete e oito e nove anos, e a Sicília era também isso aí, Mil e uma noites e velhos vilarejos, árvores, casas, gente de velhíssimos tempos por meio dos livros. Depois esqueci, na minha vida de homem, mas tinha dentro de mim, e podia recordar, reencontrar. Feliz de quem pode reencontrar!
É uma sorte ter lido quando se era menino. E dupla sorte ter lido livros de velhos tempos e velhos países, livros de histórias, livros de viagens e as Mil e uma noites, em especial. Pode-se recordar também aquilo que se leu como se de alguma maneira o tivesse vivido, e tem-se a história dos homens e todo o mundo em si, como a própria infância; Pérsia aos sete anos, Austrália aos oito, Canadá aos nove, México aos dez, e os hebreus da Bíblia, com a torre da Babilônia e David no inverno de seis anos, califas e sultões em um fevereiro ou um setembro, no verão as grandes guerras com Gultavo Adolfo etc. pela Sicília-Europa, em uma Terranova, uma Siracusa, enquanto todas as noites o trem leva embora soldados para uma grande guerra que é todas as guerras.