sábado, agosto 30, 2003
Gosto muito deste poema de Camilo Pessanha. Já o rondei através deste outro.
Há dias, em conversa numa esplanada lá surgiram as Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos… e agora não me saem dos olhos:
Singra o navio. Sob a água clara
Vê-se o fundo do mar, de areia fina…
– Impecável figura peregrina,
A distância sem fim que nos separa!
Seixinhos da mais alva porcelana.
Conchinhas tenuemente cor-de-rosa,
Na fria transparência luminosa
Repousam, fundos, sob a água plana.
E a vista sonda, reconstrui, compara.
Tantos naufrágios, perdições, destroços!
– Ó fúlgida visão, linda mentira!
Róseas unhinhas que a maré partira…
Dentinhos que o vaivém desengastara…
Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos…
posted by Anónimo on 17:15
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