O primeiro volume de "Em Busca do Tempo Perdido" - "Do Lado de Swann" -, do romancista francês Marcel Proust, foi ontem lançado no pequeno auditório da Culturgest, em Lisboa. É um verdadeiro acontecimento cultural: trata-se de uma das obras-primas da literatura de todos os tempos.
Como sublinhou o escritor António Mega Ferreira, na apresentação do livro, "o romance de Proust não é um romance sobre o tempo, mas o próprio Tempo". "Não é a descrição de uma catedral gótica, mas a própria construção da catedral, porque o tempo não é como as águas do rio de Heraclito, que passam uma vez e não voltam a passar". Não. "É como um rio, a escrita de Proust, mas este transborda as margens e espraia-se pelos campos em redor", sublinhou Mega Ferreira.