Continuando com as dedicatórias, esta fica em casa: é para a Marta que me levou a comprar “As praias de Portugal”, de Ramalho Ortigão (da frenesi, conforme a 1ª edição de 1876). Uma verdadeira viagem no tempo, quando Porto Brandão podia ser considerada uma praia obscura.
A paisagem é de uma grande melancolia simpática, de um encanto profundamente penetrante. E a Foz tinha duas hospedarias: a do Julião, defronte do Castelo, e a do Silvestre, ao fundo da Rua Direita. Em qualquer delas, o preço, com almoço de bifes e ovos, jantar e ceia, com lautas sobremesas de pudim de pão com passas, muita fruta e vinho à descrição, era de um pinto por dia. Porque tudo quanto era bom e caro, custava nesse tempo – um pinto.
Mas há uma praia que não mudou muito:
São Pedro de Moel, na orla do Pinhal de Leiria. Pequena povoação, exclusivamente de banhistas, abandonada no inverno, habitada durante a estação de banhos por pessoas da Marinha Grande ou de Leiria. Vizinhança magnífica: o pinhal, que é a primeira floresta portuguesa