sexta-feira, setembro 03, 2004 You are Welcome to Elsinore
Entre nós e as palavras há metal fundente entre nós e as palavras há hélices qe andam e podem dar-nos a morte violar-nos tirar do mais fundo de nós o mais útil segredo entre nós e as palvras há perfis ardentes espaços cheios de gente de costas altas flores venenosas portas por abrir e escadas e ponteiros e crianças sentadas à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos há palavras de vida há palavras de morte há palavras imensas, qeu esperam por nós e outras, frágeis, que deixaram de esperar há palvras acesas como barcos e há palavras homens, palavras que guardam o seu segredo e a sua posição
Entre nóse as palavras, surdamente, as mãos e as paredes de Elsenor E há palavras e nocturnas palavras gemidos palavras que nos sobem ilegíveis à boca palavras diamantes palavras nunca escritas palavras impossíveis de escrever por não termos connosco cordas de violinos nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar e os braços dos amantes escrevem muito alto muito além do azul onde oxidados morrem palavras maternais só sombra só soluço só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados e entre nós e as palavras, o nosso dever falar.