1900 Nascimento de Robert Desnos a 4 de Julho, em Paris, no nº 32 do Boulevard Richard-Lenoir, no 11º Bairro. O meio familiar era o da pequena burguesia, com uma situação económica folgada. Seria educado no respeito da ordem e dos valores correlativos: trabalho, poupança, família, religião, pátria.
1902 Mudança da família para o 4º Bairro, na Rue Saint-Martin. O escritor evocará sempre com emoção esse bairro, as suas ruas, os seus homens de artes e ofícios.
1905 Ingresso numa escola laica, onde se sentirá feliz.
1910 Em Janeiro deste ano assiste à prisão de um tal Liabeuf, sapateiro e rufia condenado à morte pelo assassínio de um polícia e ferimentos em vários outros. Anarquistas e socialistas revolucionários manifestaram-se no dia da execução da sentença. Liabeuf morre a gritar "Viva a anarquia! Morte à bófia!"
1911 Com dez anos, faz a primeira comunhão.
1913 Entra numa escola comercial, mas as matérias de estudo desiludem-no. Em contrapartida, devora romances populares e bandas desenhadas e lê apaidonadamente Baudelaire e Victor Hugo.
1916 Contra a opinião do pai, abandona os estudos para se dedicar à literatura. Começa a conviver com escritores: Henri Jeanson, Armand Salacrou, Georges Limbour...
1918 Publica os primeiros artigos na revista de Henri Barbusse "La Tribune des Jeunes".
Em Novembro, fim da guerra. Desnos é chamado para o serviço militar apenas em Março de 1920.
1921 Primeiro encontro com André Breton, por intermédio de Benjamim Péret.
Em Maio embarca, como cabo, para Marrocos, de onde regressa, meses depois, com o posto de sargento.
1922 a 1924 Retorna à vida civil com a preocupação de recuperar o tempo perdido (por causa da tropa falhara, designadamente, grande parte da agitação do movimento Dada) e de "adquirir uma liberdade urgente que os meus pais me recusavam".
Integra o grupo da revista Littérature e faz a primeira experiência de escrita automática com Nouvelles Hébrides. Revela-se também um médium fora de série, capaz de comunicar, por exemplo, com Robespierre ou Victor Hugo.
O Manifesto de 1924 confirma o lugar de relevo que Desnos, por esta época, ocupava no movimento surrealista.
Colabora em vários jornais, fazendo crítica literária e cinematográfica. Em Julho de 1924 André Breton declara a Le Journal Littéraire que "o surrealismo está na ordem do dia e Desnos é o seu profeta".
Apaixona-se pela comediante belga Yvonne George e começa a fumar ópio.
Em Dezembro de 1924, aparecimento de Deuil pour Deuil, o seu primeiro livro publicado.
1927 É redactor do novo jornal de Eugène Merle, Paris-Matinal Breton, Aragon, Péret e Éluard aderem ao Partido Comunista, não sendo seguidos por Desnos.
Publica La Liberté ou l'Amour!, que lhe valeu um processo por licenciosidade e anticlericalismo.
1928 Publica no Paris-Matinal Jack l'Eventreur, uma série de nove artigos, no período de 29 de janeiro a 7 de Fevereiro. No mesmo jornal publica também, entre 9 e 18 de Fevereiro, nova série de artigos sobre outro célebre criminosos sádico, este de nacionalidade francesa, Vacher l'Eventreur.
A 21 de Fevereiro parte para Cuba, a fim de assistir em Havana a um Congresso da Imprensa Latina. Aí se encontra com escritores com quem faz amizade (Miguel Angel Asturias, Corpus Braga, Alejo Carpentier), descobre a música cubana e frequenta os meios revolucionários da ilha, onde permanece cerca de quatro semanas. De regresso a Paris, traz com ele Alejo Carpentier, com quem virá a colaborar assiduamente.
Man Ray realiza o filme L'Étoile de Mer a partir de poema e script de Desnos.