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Janela Indiscreta
 
sexta-feira, agosto 06, 2004  
To the sea

To the step over the low wall that divides
Road from concrete walk above the shore
Brings sharply back something known long before-
The miniature gaiety of seasides.
Everything crowds under the low horizon:
Steep beach, blue water,towels, red bathing caps,
The small hushed waves' repeated fresh collapse
Up the warm yellow sand, and further off
A white steamer stuck in the afternoon-

Still going on, all of it, still going on!
To lie, eat, sleep in hearing of the surf
(Ears to transistors, that sound tame enough
Under the sky), or gently up and down
Lead the uncertain children, frilled in white
And grasping at enormous air, or wheel
The rigid old along for them to feel
A final summer, plainly still occurs
As half an annual pleasure, half rite,

As when, happy at being on my own,
I searched the sand for Famous Cricketers,
Or, farther back, my parents listeners
To the same seaside quack, first became known,
Strange to it now, I watch the cloudless scene:
The same clear water over smoothed pebbles,
The distant bathers' weak protesting trebles
Down at is edge, and than the cheap cigars,
The chocolate-papers, tea-leaves, and, between

The rocks, the rusting soup-tins, till the first
Few families start the bach to the cars.
The white steamer has gone. Like breathead-on glass
The sunlight has turned milky. If the worst
Of flawless weather is our faling short,
It may be that trough habit these do best,
Coming to water clumsily undressed
Yearly; teaching their children by sort
Of clowing; helping the old, too, as they ought.

Para a praia

Avançar sobre o murete que separa
A estrada do passeio à beira mar
Recorda, vívido, o que em tempos conheci:
A alegria em miniatura das praias.
Tudo se amontoa sob um baixo horizonte:
Praia íngreme, mar azul, toalhas, toucas garridas,
Desmaio sussurrado e repetido de ondinhas
Sobre a areia clara e quente, e mais ao longe,
Encalhado na tarde, o casco branco de um vapor-

E ainda é assim, tudo, tudo é assim!
Deitar-se, comer, dormir com as ondas em fundo
De ouvidos nos transistores, um som remansado
Debaixo do céu),ou levar pela mão,para baixo e para cima,
Meninos acanhados, de folhos brancos
E agrarando-se ao ar imenso: ou empurrar
Velhos hirtos em cadeiras de rodas, para gozarem
Um último Verão- tudo isto ainda acontece,
Em parte um prazer de cada ano, em parte um ritual,

Como quando, feliz por estar só, eu procurava
Na areia cromos de Jogadores de Cricket,
Ou, muito antes, os meus pais se conheceram
Ao som do mesmo cacarejar de praia.
Alheio agora a tudo isso, observo a cena sem nuvens:
A mesma água límpida sobre seixos polidos,
Ao longe a voz dos banhisa em portestos agudos,
Já no limiar e depois os charutos baratos,
Os papéis de chocolates, as folhas de chá e, entre

As rochas, as latas a enferrujar, até que umas poucas
Famílias começarm o caminho de volta aos carros.
O vapor branco já partiu. Como vidro embaciado,
A luz do sol esbranquiçou. Se a pior coisa
De um tempo imaculado é não estarmos à altura,
Pode ser que com o hábito esta gente refine,
Vindo a banhos tão sem jeito despida
Ano após ano, ensinando os seus filhos com uma espécie
De momice; e ajudando os velhos, também, como deve ser.

Philip Larkin, Janelas Altas, Ed. Cotovia, 2004 (trad. e intr. Rui Carvalho de Homem).

posted by zazie on 20:27


 
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