Subi à serra das Fontes; percorri a rua do Mar a horas diferentes; perdi a conta às nuvens; arrastei-me pelas esplanadas; ouvi histórias e inventei outras; dei de caras com uma personagem do Kiarostami no Cais da Calheta. Como o Pedro da Silveira, quis morar no ilhéu para acordar todos os dias em frente à praia; deitei-me nas pedras; procurei o Pico por trás de São Jorge; saí de barco em direcção à Terceira, três horas e um quarto de mar. No mercado comprei ameixas da terra e araçãs, figos e uvas de cheiro; pensei roubar as Papoilas para Cesário Verde, de António Dacosta no Museu de Angra e uma versão de Michael Kohlhaas de Agosto de 1973, capa verde, da Inova, que descobri na Biblioteca na Praia da Vitória, mas fraquejei. Subi à serra do Cume; desci à Furna da Água; andei à cata da arquitectura do Ramo Grande. Comi bolo lêvedo ao pequeno-almoço. Vagueei por Angra; entrei em igrejas. Procurei pessoas; encontrei textos. E outras coisas, não menos importantes, que ficam por discriminar.
posted by Anónimo on 12:00