A exuberância de Devendra Banhart é de outra estirpe. Parece um homem vindo dos bosques, de barba longa e longa cabeleira como uma fraga, em (esquelético) tronco nu tatuado. Um homem sem idade (ok, tem 23 anos). Avisa, sem surpresas, que irá tocar canções muito curtas: os seus temas são vinhetas, mais do que narrativas, depuradas com minúcia e tipicamente esculpidas com três acordes dedilhados à guitarra. O primeiro álbum, "Oh Me Oh My..." (2002), é uma compilação de canções que foi deixando nos atendedores de chamadas de amigos, pedindo-lhes para não as apagarem - mais tarde, munido de um quatro-pistas emprestado, recuperou-as, com a rudeza e o artesanato das gravações originais. "Rejoicing In The Hands", editado recentemente e primeira parte de um díptico que terá continuidade em Setembro, com "Nino Rojo", já gravado em estúdio, é um disco mais maduro, sem deixar de ser selvagem.
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Para ouvir: Poughkeepsie A canção faz parte do álbum "Rejoicing In The Hands" e foi "apanhada" no programa de rádio da NPR, All Songs Considered (episódio #65).
E podem anotar: já só faltam 77 dias.