Não no restaurante, mas no bar, de preferência numa mesa que encaixe numa das janelas abertas sobre o pátio. O bar é sombrio, fresco e as janelas luminosas. O ruído da cidade é abafado pelas paredes grossas da casa e o pessoal é constituído, na totalidade, por criaturas fantásticas, sem peso e sem som. Desligar telemóveis, outros contactos e memórias. Levar leitura, porque a luz é perfeita. Ideal será ir durante o fim-de-semana, sem quaisquer pressas. Pedir água fresca, que vem à mesa em garrafas de vidro e sabe como se a fonte fosse ali mesmo. Declarar suspensos os séculos e instituir soberano o universo breve das necessidades elementares, que se mede em horas: as de ter sede e beber, as de ter fome e comer, as de ter calor e haver sombra. Escolher da lista o prato de peixe com mais coentros. Deixar os olhos deambularem pelo pátio, abertos ou fechados, tanto faz.
posted by camponesa pragmática on 17:01