É imperdoável perder o belíssimo Catálogo da Cavalo de Ferro. Na Feira do Livro do Porto a editora está mesmo à saída, num desvão, escondida na banca dos pequenos editores. Só pode ser ironia porque este cavalo, já todos nós o sabemos, é enorme e destemido.
Nem sei por onde começar os elogios, pela capa desenhada pela Gangster Graphik? Pela promessa para 2005 de "The Piazza Tales" de Herman Melville? Pelos Contos de 1 minuto, de István Õrkeny? Por todos os livros, já traduzidos e exemplarmente impressos? Por tudo, muito obrigada.
Modo de Usar (os Contos de 1 Minuto)
Os contos anexados, apesar de serem curtos, são textos com valores verdadeiros.
A sua vantagem é que se poupa tempo, porque eles não exigem uma atenção prolongada, de semanas ou meses.
Enquanto estamos à espera que o ovo esteja cozido ou o número de telefone que marcámos fique livre, podemos ler um conto de um minuto.
Não levanta obstáculos à má disposição ou ao nervosismo. Podemos lê-los em pé, sentados, quando há um vento forte, quando está a chover ou quando estamos num autocarro demasiado cheio. A maioria deles lê-se também enquanto a gente vai e vem.
É muito importante dar atenção aos títulos. O autor tendia a escrever frases curtas, por isso podia dar títulos insignificantes. Antes de entrarmos no eléctrico, reparamos no número de carruagem. Pela mesma razão o título é um acessório importante para estes contos. Tudo isto não quer dizer que baste ler os títulos. Primeiro deve ler-se o título e depois o texto, este é o único modo correcto de usar.
Atenção!
Se alguém não compreender qualquer coisa, volte a ler o texto. Se continuar a não o entender, então o defeito está no conto. Não há gente estúpida, só há contos de um minuto mal escritos.
István Õrkeny
e obrigada também à Marta que, à distância de 300 quilómetros me empurra constantemente para este Cavalo
posted by Anónimo on 22:08