segunda-feira, abril 19, 2004
XXIII
Só então, quando o voo
já não por mor de si
subir aos céus silentes,
a si mesmo bastante,
para em claros perfis,
utensílio acabado,
brincar dilecto dos ventos,
certo baloiçante e esbelto, —
só quando um alvo puro
de aparelhos crescentes
vença o imberbe orgulho,
pode o que aos longes se achega,
precipite de lucro, ser o que,
em solitário voo, conquista.
Rainer Maria Rilke, Sonetos a Orfeu
Tradução de Paulo Quintela | © Editorial Inova Limitada
posted by Anónimo on 13:24
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