Eram oito horas da manhã quando abri a porta para o terraço.
Em frente o mar. O sol ia alto. Não distingui a luz e
a parte maior do silêncio — os cães ao longe.
Nem sequer uma nuvem.
Havia uma voz; uma voz distante e encerrada noutra parte
de lonjura; o ordenado batimento do teu pulso
sentido por um momento e logo perdido. O mar não tinha
qualquer sombra. As colinas detinham-se na linha da
terra. O mar não tinha superfície suavemente pousado
no extenso da sua forma — existe outro rosto outro
rosto da vida.
Um arco surgiu. Não se ouvia o ruído do motor não se viam
remos — vidro ferido pelo sol. Sem velas, sem vento;
uma figura perdida, encarcerada a partir do terraço da casa.
Tudo podia esvaziar-se — o mar, a luz, a serenidade, o
uivar dos cães apaziguados com um prato de comida. E
o silêncio ninguém o anulava.
Restou a sensação de que a menor fissura levaria a água
arrebatando-a a norte e a sul, a este e a ocidente.