Não serás mais do que areia, erva, pó ou gota de água (Gilles Deleuze. Francis Bacon, logique de la sensation)
D.S.— (…)Vê um conteúdo erótico no jacto de água? Sei que pode não ter sido conscientemente desejado: é óbvio a partir do modo como as coisa foi feita.
F.B.— Para mim é apenas um jacto de água.
D.S.— Talvez. Vejo-o como algo mais porque para mim o quadro, tal como o erva, tem uma espécie de energia animal —não uma elementar energia macro cósmica mas uma energia que tem uma animalidade, mesmo uma escala humana.
F.:B.— O que eu gostava é que essas coisas fossem uma essência, que se pudesse dizer de uma paisagem e uma essência de água. Era o que eu gostava que fossem.
in David Sykvester, Interviews with Francis Bacon (1975).