Shall we ever meet again?
And who will meet again? Meeting is for strangers,
Meeting is for those who do not know each other T.S.Eliot
À hora do almoço sentei-me com o Duque de Portland, o Trevelyan, o Lord Trend e, perto de mim, ali mesmo à mão, o Eliot. À passagem trocamos sorrisos de galhardetes comunicativos ele bebia vinho branco e eu latino tinto.
Durante o almoço não quis ideias geniais apenas marquei pormenores de passagem afectuosa —, tudo se desenrolou numa expectativa e os versos continuavam e ele estava encolhido, perdido e em forma de concha apresentava-se de consistência flácida —, a certa altura o ritmo declarou-se pagão e eu preparava a frase numa confudão de ananazes, Vossa Excelência e poesia. Quando me aproximei as esquinas do pensamento poliram-se e falámos calma tranquila e minhotamente — ele tinha também gostado estático do Alto Minho. Os génios ingleses são acanhados, receptivos e simples como os grandes homens — afinal entre mim e o Eliot só havia uma diferença poética.
Depois do longo da tarde fizemos cortesias e não pensei mais no poeta — estávamos entretidos a desempenhar papéis equilibrados — a questão passou e o cerimonial acabou quando rápido vim para o comboio londrino. Qual não foi o meu espanto quando vejo o artista sentado ao meu lado no vágão restaurante — então conversámos —, eu excitei-me — ele encolheu-se um pouco mais e olhávamos a paisagem verde de vacas maltadas e molhadas — o sol e o azul tinham aparecido no firmamento e nós trocávamos monossílabos e garfadas.
Falava da beleza de Portugal e meditava mais um pouco —, ele era aquele poeta
«Que têm olhos vagos e ausentes
E verdes como os olhos dos videntes.»