O que eu percebo, o que é meu, é o mar indefinido.
Aos vinte e um anos, evadi-me da vida das cidades, aventurei-me, fui marujo. A bordo havia muito que fazer. Fiquei espantado. Pensava que num navio a gente fitava o mar, que infindavelmente fitávamos o mar.
Os barcos foram depois desaparelhados. Era o desemprego dos marítimos que assim começava.
Voltando as costas àquilo, fui-me embora, não disse nada, tinha o mar dentro de mim, o mar eternamente em meu redor.
Mas qual mar? Foi isto justamente que eu depois me vi impedido de explicitar.