Ontem, na Cinemateca, quando as luzes se acenderam depois da exibição de Close-Up, Sabzian, o falso Makhmalbaf, ou Makhmalbaf, o verdadeiro, levantou-se da última fila e, com uma mochila às costas, dirigiu-se para a porta. Não sem antes olhar, preocupado, em volta, com medo de ser reconhecido. Mas foi. Pela Ana e por mim, ao mesmo tempo, sendo que só passados alguns segundos trocámos comentários a respeito da presença de Sabzian, o falso Makhmalbaf, ou Makhmalbaf, o verdadeiro. Mais tarde, na Praça da Figueira, um casal alemão olhou para o Castelo de São Jorge durante cinco minutos, afastando-se, de seguida, em direcção à Rua Augusta; a mulher segurava na mão um cravo cor-de-rosa com ténues manchas brancas.