[entre os meus fetiches conta-se este de ler debates parlamentares]
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, antes de darmos início aos nossos trabalhos, eu desejava dar-vos uma informação. Pelo muito respeito que tenho por todos vós, per esta Assembleia, por este órgão de soberania, não podia deixar de vos fazer esta comunicação.
No último número do jornal Expresso, sob o título «Tito de Morais clandestino» e referindo que se trata do Presidente da Assembleia da República, vem uma notícia dizendo que eu sou veraneante das casas clandestinas da ria de Faro.
E evidente tratar-se de uma afirmação ofensiva para esta Assembleia, já que pessoalmente tanto me faz que os jornais digam que frequento esta ou aquela casa, esta ou aqueloutra região. Mas é tanto mais ofensiva quanto eu nem sequer conheço a ria de Faro. Não tenho lá casa nenhuma, nem alugada nem nada. Eu nunca fui lá.
Trata-se, portanto, de uma intenção que, creio, não me é permitido deixar em claro e que de resto se vem juntar às outras do mesmo estilo.
Com a intenção de acabar com as notícias desta natureza, que, penso, nada têm a ver com a liberdade de informação, antes pelo contrário ...
Vozes do PS: - Muito bem!
O Sr. Presidente: - ..., eu entreguei o problema ao Sr. Procurador-Geral da República para os efeitos que julgue convenientes.
Era, pois, esta a informação que vos queria dar. Muito obrigado pela vossa atenção.
Aplausos gerais.
Sr. Deputado Narana Coissoró, poderá informar a Mesa se pediu a palavra? É que não temos a certeza ...
O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, de facto, eu pretendo usar da palavra logo que V.Exa. dê início formal aos trabalhos desta Assembleia.
O Sr. Presidente:- Se é essa a sua pretensão, tem V.Exa. a palavra, pois eu já declarei aberta a sessão.
O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, o meu partido, no início dos trabalhos desta Câmara, respeitosamente pede a V.Exa. que nos informe do seguinte: os deputados receberam um telegrama convocando-os para a sessão de hoje, com início às 15 horas, e indicando a ordem dos trabalhos. Eu queria, Sr. Presidente, que nos dissesse em que disposição regimental se baseou V.Exa. para mandar este telegrama e qual a interpretação que lhe dá para que os trabalhos possam ser iniciados com base num telegrama.