Ele escreve, evidentemente. Uma vez por outra toma um transporte para Berna, para casa dos amigos de gostos literários e aí lê o que porventura escreveu. É claro que é enormemente elogiado, mas ele acha toda aquela gente um pouco estranha e sinistra. Escreve A Talha Quebrada. Mas para quê tudo isso? Chegou a Primavera. Os campos em redor de Thun estão densamente cobertos de flores, o ar é perfumado e zumbe e ressoa e faz preguiça, ao sol está um calor de endoidecer. Sobe à cabeça de Kleist como ondas incandescentes e rubras e atordoa-o sempre que se senta à secretária e quer escrever. Amaldiçoa o seu trabalho. Quis ser camponês quando chegou à Suiça. Que bela ideia, essa. Em Potsdam é possível pensar facilmente numa coisa dessas. Em geral os poetas têm tanta facilidade em imaginar uma coisa. Com frequência senta-se à janela.
[...]