apercebi-me subitamente que sou uma escrevinhadora solitária. que o público que procuro é apenas um silencioso e anónimo, cuja presença não pretendo sentir senão na respiraço vagarosa das sombras. apercebo-me então – se ainda é de máscaras que falamos – que ao contrário de todos aqueles que procuram a solidão para se despirem das máscaras, é precisamente quando me encontro sozinha que coloco as minhas. não sei escrever observada por quem amo. só sei ser eu. é na cumplicidade deste silêncio – em que ninguém me olha – que livremente sou Nefertiti, Mata Hari, Sheherazade , Abelha Maia, pequeno ponto preto.