É meia-noite, o baile acabou.
A carruagem já virou abóbora. Que pena, Babette não apareceu para fazer a sopa de tartaruga ou os deliciosos blinis Demidoff.
Eles seguiram o rasto dos maltesers que o Alexandre cautelosamente espalhou. Nós, como na história, ficámos com um sapato a brilhar nas mãos…
— «Os vinte e quatro escravos negros da garbosa galé remavam, transportando o Príncipe Amgiad até ao palácio do Califa. Mas o Príncipe, envolto na sua capa púrpura, jazia abandonado no convés, sob o azul profundo do céu estrelado. O seu olhar…»
Até aqui, a pequena lera em voz alta. Agora os olhos fechavam-se-lhe, e os país entreolharam-se, sorrindo. Fridolin curvou-se beijando-lhe os cabelos de oiro e fechou o livro pousado sobre a mesa, ainda por levantar. A menina ergueu o olhar como que surpreendida.
— São nove horas — disse o pai. – É tempo de ires para a cama.
[…]