A primeira máscara talvez sejam as palavras, «Toneladas de palavras/ velhas como pegadas/de um ornitorrinco na areia.» (Miroslav Hobub, p.75).
Ainda que se torne cada vez «mais difícil encontrar/Palavras ao mesmo tempo reais e simpáticas,/Ou não irreais e não antipáticas.»(Philip Larkin, p.123).
A segunda máscara são as imagens, «Porque o amor é nuvem, por cima de mim,/E, correntes, por debaixo,/E afunda-me os pés,/Ou cai sobre mim como um dilúvio.» (Abu Nuwas, p.64).
A terceira máscara são os corpos: «Ele era ela,/E ela era ele.//Ela era ela,/ e ele era ela também.» (Marin Sorescu, p.81).
A quarta, a quinta e a sexta máscara são o tempo, a memória e/ou o esquecimento: «Cresce musgo, agora, sobre os traços dos teus pés,/Tão profundo que não se pode arrancar.» (Li Bai, p.10). (A memória e o esquecimento podem fazer parte da mesma máscara, bifronte como a de Jano.)