gosto do rosto escondido, o olhar adivinhado por entre os brilhos e as sombras, os sorrisos cúmplices no desconhecimento. o sentido de algo que se encontra para além de nós, atravessadas as fronteiras da pele.
afigura-se-me um mundo de penumbras e meros sussurros, mais próximos do silêncio que da palavra, visto que o valor da máscara está naquilo que não pronunciamos, que fica na margem do insuspeito. é sermos negros com a noite, caudalosos com os rios, vastos com o tempo.
gosto das máscaras pelo precário signo de eternidade que transportam. visto-me e revisto-me porque também eu tenho muita gente dentro. é ludibriar a memória, fazer de mim todas as pessoas que não me aconteceu ser.