Alberto Giacometti, n.º 46, Rue Hippolyte Maindron, Paris 14e
Ticiano terminava os quadros com os dedos e não com os pincéis. Giorgio Morandi não deitava fora os pincéis velhos, enterrava-os no jardim. Eu não sei se as duas histórias são verdadeiras, não importa muito. "Cézanne nunca terminou nada. Ia tão longe quanto podia ir, depois abandonava o trabalho. É isso que é terrível: quanto mais se trabalha um quadro, mais impossível se torna acabá-lo." Nessas palavras acredito, disse-as Giacometti quando trabalhava no retrato de James Lord, e não estava a falar só de Cézanne, mas de si mesmo. Ele dizia que o seu único desejo era reproduzir o que via, mas para ser capaz de fazê-lo teria de morrer.
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