1. Abro o jornal pelo fim, passo algumas páginas e fico com uma vontade danada de ir ao Norte, à Dinamarca, a Esbjerg, ver as flores de cinza .
2.
...estabelecer uma estratégia da lentidão contra uma estratégia da aceleração, uma estratégia do peso contra uma estratégia da leveza.
...É curioso, porque o mundo que me interessa não tem a ver com o clima português – e quando digo clima não estou só a falar do clima, falo de temperatura, de vibração. Paradoxalmente, só consigo trabalhar no meu atelier, que acontece ser ao pé do Guincho, com uma luz especial que não é escandinava nem alemã, é uma luz ao pé do Guincho. É o meu atelier. Tem as janelas cheias de limalha de ferrugem, o chão coberto de cimento todo partido, restos de lixo... Estive dois anos na Alemanha e não fiz uma única escultura – a minha escultura foi uma tradução de Novalis. Isto quer dizer que se calhar é mais produtivo as pessoas estarem num sítio a sonhar outro do que se estiverem no sítio com o qual sonham. Trabalhar é só sonhar. Aliás, como diz o Art Reiner, trabalho na arte não é trabalho, é outra coisa. De facto, um artista não trabalha, o artista vai construindo um sonho que abre portas a sair para outros sonhos, eventualmente sonhos para outras pessoas.
3. É uma história de amor. “Durante o fim”, de João Trabulo. Três anos de filmagens, na floresta de Sinta, atrás dos rastos deTilman Riemenschneider em igrejas, em frente a “Heinrich" e a "Andreï Rublyov".
posted by Anónimo on 13:51