quinta-feira, novembro 06, 2003
¿Qué miran los poetas?
Rafael Alberti pintava, desenhava, escrevia poemas e desenhava para esses poemas. Com o tempo, o alfabeto de Alberti mudou, as letras cresceram, nutriram-se de cores, e poemas e desenhos passaram a habitar uma única realidade indissolúvel.
Foi sempre um homem bonito, mesmo quando envelheceu, e nele a Língua tinha o timbre das guitarras. O que me arrepia sempre em alguma poesia castelhana e muito nesta é o som que certas palavras fazem ao cair. Caem quando as lemos, como se as lançássemos, cada vez que as lemos, sempre que as lemos. Oídos. Ojos. Sangre. Hombres. Ecoam e esse eco é o mundo do poema.
Cantad alto. Oireis que oyen otros oidos.
Mirad alto. Veréis que miran otros ojos.
Latid alto. Sabreis que palpita otra sangre.
No es más hondo el poeta en su oscuro subsuelo.
encerrado. su canto asciende a más profundo
cuando, abierto en el aire, ya es de todos los hombres.