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quinta-feira, setembro 25, 2003  

post roubado a Focs, d’A Volta de Kafka em Belo Horizonte

«para o poeta adão ventura

A menina descalça, de cara suja, vestido aos trapos, puxa o medo por um barbante ao longo da Avenida Afonso Pena. O medo que a menina puxa não é um medo olímpico, medo gladiador, medo de boca grande, medo com ares de automóvel de presidente, automóvel de deputado. O medo que a menina puxa é um medo mancha, medo cisco, medo pedaço de qualquer coisa, medo sem nome no cartório, medo sem registro civil. Pergunto a Vicente Gunz se ele porventura sabe de onde vem o medo puxado pela menina. Gunz não sabe. Nem Lucas Baldus. Nem o filósofo João Serenus pode dizer-me que medo é este, este medo mirrado, medo raquítico, medo nas cores sem cor de uma anemia. A menina tem a leveza das palhas levadas pelo vento. Talvez a menina tenha um nome: Maria Isto ou Aquilo. Talvez Maria do Brasil. Talvez Maria. Talvez M, m de menina sem nome a puxar o seu medo pela Avenida Afonso Pena. E eu, Franz Kafka, sigo atrás dela, sigo quase rente ao medo sem nome e sem brasões que ela puxa pela avenida nesta segunda-feira de setembro. E, por um momento, por uma nesga de momento, sinto o pavor de ser eu próprio aquele medo, sinto pavor de ser o medo sem nome puxado por uma menina nos interiores do Brasil, nos interiores da América do Sul.
»


posted by camponesa pragmática on 22:14


 
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