terça-feira, setembro 16, 2003
Pode ser só um gato numa praça deserta. À direita alguma coisa lhe chama a atenção. Pode ser um pardal, a saltitar em busca de migalhas. Ou alguém que se move para lhe despertar a curiosidade. O gato hesita. Não é nada que conheça. Quer lá ir. Depois do disparo foi lá.
As fotografias têm essa vantagem. Podem ser o que se vê e/ou podem ser o que fica além do que se vê.
Também pode ser uma imagem da condição humana porque a praça é distorcida, grande, abandonada e o gato é muito mais pequeno que o espaço em volta. O movimento torna-o menos vulnerável, mas nunca se é completamente vulnerável, por maiores que sejam as praças.