terça-feira, setembro 16, 2003
agora chama-se teCA
Foi no Auditório Nacional Carlos Alberto que debutei. Passava tardes e noites a ver filmes, todos os que podia: ciclos temáticos que pareciam a promessa de uma cinemateca, sessões regulares dos cineclubes e as sensacionais maratonas do Fantasporto. Foi lá que vi os filmes de Tarkovsky pela primeira vez.
Os empregados já me reconheciam e trocavamos cumprimentos. Era a minha casa de cinema. Mas isso foi há muito tempo atrás.
Ontem abriu renovada. Li no jornal que os interiores estão irreconhecíveis. É natural, o interior do Carlos Alberto era familiar mas parecia uma sala da província. Uns corredores cinzentões, uns veludos fora de moda. Tudo tão anónimo, pouco moderno e sem futuro num tempo que gosta de brilhos normalizados.
Ainda não entrei no teCA no entanto há algo que me desgosta: o arquitecto manteve a fachada. Não sei se terá sido imposição mas teria preferido que a retirassem, que fizessem verdadeiramente tábua rasa. Não gosto deste travestismo arquitectónico.
posted by Anónimo on 10:15