quarta-feira, agosto 27, 2003
Não. É mentira. Eu não ando com a febre do Paul Auster. Deda informa-me que, na última semana, o livro da colecção Mil Folhas foi "A Trilogia de Nova Iorque", de Paul Auster. Por essa ocasião, Alexandra Lucas Coelho entrevista-o. Sim, uma bela entrevista. Furtei este bocadinho da entrevista.
(...)
Um dos narradores na trilogia diz a certa altura que religião e mística nada significam para ele. Os seus heróis, ou anti-heróis, estão sozinhos, como em Beckett ou Kafka, são homens sem um deus...
Sim. Mas ao mesmo tempo são homens espirituais, em busca de um significado para a vida. Não sou uma pessoa religiosa, mas a ideia de viver uma vida espiritual é muito importante para mim. E penso que a maior parte das minhas personagens andam à procura disso. Pobre Hector, no “Livro das Ilusões”... eis um homem que não acredita em Deus... mas pune-se a si próprio mais terrivelmente do que algum crente. O castigo de Hector é uma espécie de castigo religioso.