sexta-feira, julho 11, 2003 uma das mais plausíveis definições de Verão
Em resposta ao nosso pedido o Rui Manuel Amaral enviou-nos um belo poema do escritor alemão Hans-Ulrich Treichel. Ei-lo:
Verão
De súbito, na rua, está
outra vez um calor inconcebível,
o matraquear das sandálias de pau, as raparigas
abrem as blusas, não me atrevo
a sair da minha pele hirta
de suor e suspiro pelo Inverno,
que tem o seu lado bom, escuridão eterna,
humidade salgada, botas pesadas como pedras,
e o desejo das blusas abertas,
sandálias de pau e luz.
Hans-Ulrich Treichel, Como se Fosse a Minha Vida
Quetzal, 1994.