Não sei porquê mas a verdade é que gosto de becos sem saída e ruas estreitas e incaracterísticas. Quando aproveito a hora do almoço para ir à baixa tomo geralmente a Rua das Oliveirinhas, que me leva mais rapidamente da Fernandes Tomás ao Largo do Padrão. É muito estreita, e só tem uma faixa – diminuta – de passeio mas, como quase não passam carros, atravesso-a pelo meio. Parte dela é feita de traseiras, de muros que resguardam os quintais das casas de Coelho Neto. Nesses logradouros crescem laranjeiras e uma palmeira. Encontro gatos e alguns jornalistas do “Primeiro de Janeiro” que vêm à rua fumar ou atender o telemóvel. As casas são antigas, sem desenho artístico, não são bonitas mas é mesmo disso que gosto. Uma rua que cresce à margem de urbanistas, arquitectos ou autarcas.
Volto da baixa pela mesma rua e páro numa das esquinas a olhar uma casa recentemente pintada de verde pantone 3395C