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Janela Indiscreta
 
domingo, maio 25, 2003  
Num concerto de música clássica...


Orquestra e Coro do Teatro de Bolshoi de Moscovo

Acabou hoje o Ciclo Grandes Orquestras Mundiais (Gulbenkian). Sinceramente, depois de ouvir Mendelssohn e Chostakovitch pela Orquestra Filarmónica de Berlim, não ia com grandes expectativas. Se a 1ª parte (Marcha Eslava e Moscovo, Tchaikovsky) deu razão à minha falta de entusiasmo, a 2ª (diversas partes do Príncipe Igor, Alexander Borodin) foi uma forte bofetada. Shame on me!

É indescritível a sensação da música que se entranha, que nos obriga a movimentar cabeça e mãos ao seu ritmo, que nos faz ficar com pele de galinha no auge daqueles andamentos rápidos (não sei o termo...). Estes são, sem dúvida, os meus momentos preferidos. Um crescendo de intensidade, onde todos os instrumentos participam, que culmina numa forte explosão musical! Desconfio que não sou só eu a sentir isto: no instante imediatamente a seguir ao final da explosão, muita gente se levanta, num ímpeto, a bater palmas furiosamente.

Conseguem-se distinguir perfeitamente as pessoas que gostaram do concerto. São as histéricas que gritam Bravo! ao mesmo tempo que aplaudem com a força necessária para pôr as mãos dormentes ao fim de alguns minutos (e isto não é em tom pejorativo - incluo-me nesta categoria!). As que não gostaram são as que correm para o parque de estacionamento assim que os aplausos começam, podendo ou não ainda bater umas palmitas pelo caminho. Deduzo que tenham detestado de tal forma que nem ficam para ver o ar emocionado do maestro ao verificar que o público não vai arredar pé (nem parar de fazer barulho) durante os próximos 15 minutos.

Não me vou alargar em relação às tosses que invadem a sala, uma vez que o José Mário Silva já expôs todas as minhas dúvidas e opiniões acerca do assunto. Haverá tanta gente com problemas de garganta? E se sim, será juntarem-se em dia de concerto e tossir entre andamentos alguma forma de tratamento?

Para acabar, um conselho àqueles que batem palmas fora de tempo: aprendam a linguagem corporal dos maestros. Um truque desenvolvido na minha infância mas que ainda hoje utilizo quando não conheço a peça. Em caso de dúvida, batam palmas só quando o maestro se virar! :)

posted by picatostes on 02:00


 
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