segunda-feira, maio 19, 2003
Josefa de Óbidos, Natureza morta: pote e cestos com queijos, figos e cerejas
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Maio é o grande mês das sementeiras. Das vessadas. Lavram-se os campos floridos. Começam as merendas. Sobre a terra lavrada, volteiam as lavandiscas e os melros. Os regatos vão cheios. Mudam-se dos alfobres para os canteiros definitivos os pimentos, as beringelas e tomates.
Não descurar a estrumação e as regas e podem fazer-se enxertias nos jardins, às roseiras, ao azevinho ou lilazes.
Deveis podar os rebentos inúteis das vossas roseiras e dálias e reduzir o número de botões em cada haste para que as flores sejam mais belas e grandes. Plantai estacas de fúcsias, gerânios e pelargónios. Transplantai as sécias e as petúnias. Semeai cravos para serem transplantados em Setembro. Podeis enxertar os castanheiros, as aveleiras, nogueiras e oliveiras. Na adega deve manter-se bem atestadas as vasilhas do vinho. Dai alimento verde ao vosso gado. Deveis crestar as colmeias, juntar as cabras com os machos e continuar a tosquia das ovelha.
Não esquecei que Maio é o mês do Amor. “As suas pestanas longas deixam cair mais nostalgia dos olhos pretos do que um entardecer de Maio”, escreveu Aquilino. E Camões : “Tudo por Terra o Inverno e Estio deita: só para meu amor é sempre Maio”. Sobretudo não esqueceis que Maio é o mês das cerejas. Sim das belas cerejas com que fazemos brincos e matamos a sede mais profunda. Vivam as cerejas!
© Assírio & Alvim (agenda de 1997)
posted by Anónimo on 20:09
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