Este fim-de-semana falou-se nisto a propósito das aventuras d’Os Cinco, de Enid Blyton - durante a leitura dos 21 volumes dessa colecção, as casas onde vivíamos na infância pareciam destituídas de qualquer encanto: não tinham painéis, não tinham pedras ocas a esconder escadas em espiral, não tinham qualquer via oculta. Enfim, mesmo as casas dos avós eram demasiado despidas de mistérios enquanto se lia aquilo. A internet, de certa forma, para quem leu esses ou outros livros do género, é uma tardia mas muito agradável vingança. Não é difícil visualizá-la enquanto espaço: imaginar-lhe corredores, salas, mansões, espirais, torres, florestas negras, lagos silenciosos etc. Feito isto (e isto faz-se quase sem querer), nunca se sabe o que vai exactamente acontecer. Onde nos levam os sucessivos e intermináveis links? Esta pergunta traduz um dos grandes encantos da net. Agora mesmo, enquanto procurava a letra de Good morning, Good morning, dos Beatles, entrei numa enciclopédia aberta, coisa que só compreendi quando, depois do link com o título da canção, em vez de me darem a letra, a pediram. Tendo-a encontrado, pouco depois, noutro sítio, deixei-a imediatamente lá, mas parece-me que ocorreu um problema qualquer pois não consegui fazer linhas... segundo compreendi, qualquer pessoa pode lá ir e editar a minha entrada, por isso não deve haver crise.