Através de sofisticados sistemas de escuta, o perito em vigilância Harry Caul e os seus colaboradores, gravam à distância a conversa, aparentemente inocente, de um casal numa praça pública de S. Francisco. Harry fica intrigado com uma frase que deixa perceber que o casal está sob qualquer ameaça. Recusa-se a entregar as gravações ao assistente do director da empresa que contratou os seus serviços e após uma noite de copos com um colega, Harry, descobre que as suas gravações foram roubadas. Suspeitando que estas podem estar na origem de um assassínio, Harry, tenta perceber o que está por detrás deste caso. Há, de facto, um assassínio, mas não como Harry pensava, e agora, é ele o alvo de vigilância.
Francis Ford Coppola realizou “O Vigilante” entre os “Padrinhos I e II”, dois estrondosos sucessos mundiais que remeteram aquele thriller de rara subtileza e inteligência para um injusto esquecimento. Trata-se de um espantoso estudo psicológico sobre um homem solitário, obsessivo e rigoroso que se dedica por profissão e convicção a violar a privacidade alheia, até que decide interferir num caso que se deveria limitar a escutar e acaba ele próprio por ser vítima de apertada vigilância. De forma surpreendente, Coppola, constrói um filme tão irónico quanto perturbador, dominado por uma subtil atmosfera de suspense e mistério, onde Gene Hackman é admirável no principal papel. Uma alucinante história de obsessões e paranoias, dominada pela “teoria da conspiração” que se situa, algures, entre Watergate e Kafka.