Conhecendo as regras dos negócios, era iminente, já me tinham preparado para isso.
A semana passado, quando fui ver o filme de Spike Jonze, dei conta de uma jornalista a entrevistar o projeccionista e percebi que algo estava para acontecer. “Ó menina, veja lá se faz uma forcinha para isto não fechar”, apanhei de passagem.
Mas não se pode fazer nada, a sala dá prejuízo, a câmara não pode fazer nada, ninguém pode, só o público poderia, mas ele concentra-se nas salas dos grandes centros comerciais...
Estou desanimada. Já vi tantas salas de cinema fechar aqui no Porto e tenho saudades delas. Da grande sala do Trindade, do Pedro Cem - tão cinéfila -, do Foco, do Batalha -que apesar das obras não abrirá -, do Auditório do Carlos Alberto onde vi os filmes que me viciaram e da casa da Cinema Novo com projecções ao ar livre no verão...
Neste momento restam apenas as salas da Atalanta/Medeia que, suspeito, só sobrevivem graças à boa vontade da distribuidora e aos subsídios europeus.