Ainda a propósito de Cuba, destaque para o ciclo que, esta semana, a rtp2 dedica ao cinema cubano. Vai ser possível ver uma série de filmes que, excluindo o Morango e chocolate, são praticamente desconhecidos do público português. Serão os filmes possíveis?
Hoje às 00h05 > Lucia, de Humberto Solas (1969)
Este filme é constituído por três histórias situadas em três períodos diferentes e cruciais da História de Cuba: em 1895, o desencadeamento da luta pela independência: em 1933, o levante contra a ditadura de Machado, e nos anos 60 a instauração do novo regime.
As três histórias são centradas em torno do destino pessoal de três mulheres de nome Lucia. De certa forma cada história é independentee, mas é a justaposição das três partes, que dá o pleno sentido ao filme.
15.04 às 00h00 > Morango e chocolate, de Tomás Gutierrez Alea (1993)
David, um jovem estudante de cências sociais, comunista, cheio de preconceitos e de ideias doutrinárias acaba de sair de um desgosto de amor quando encontra Diego, um jovem homosexual, que se apaixona por ele.
Diego convida-o para casa dele, fazendo-o descobrir um outro e inimaginável mundo. Artista e intelectual, Diego vive um pouco à margem das ideias do jovem revolucionário. Assustado, David recusa- se a voltar a casa dele, mas a conselho de um dos seus amigos revolucionários, ele transforma-se em espião de Diego. David começa a descobrir progressivamente o mundo de Diego e acaba por se tornar seu amigo e aceitar as diferenças.
Mais tarde, por amizade, Diego apresenta-lhe Nancy, a sua vizinha solitária e infeliz, que o faz descobrir de novo o amor. Todos os três se apoiam mutuamente e criam um espécie de ilha de confiança e de alegria de viver.
Diego partirá para o estrangeiro, única garantia do seu individualismo. David e Nancy ficam em Cuba, seguindo cada um o seu caminho...
16.04 às 00h00 > Memórias do subdesenvolvimento, de Tomas Gutierrez Alea (1968)
Em 1961, Sérgio decide ficar em Cuba apesar de a sua família amigos e mulher terem emigrado para os Estados Unidos.
Proveniente de uma família burguesa abastada, vive uma existência ociosa, observando com desinteresse as modificações trazidas pela revolução. Aí, ele enceta uma relação com uma jovem, Elena, que sonha em fazer cinema e tenta tornar-se sua mulher...
17.04 às 00h00 > A morte de um burocrata, de Alfredo del Cueto e Tomás Gutierrez (1996)
Um operário exemplar morre num acidente de trabalho e é enterrado com a sua caderneta de trabalho, como símbolo da sua condição de proletário.
Quando a viúva vai pedir a pensão, exigem-lhe a apresentação da dita caderneta. Como não se pode obter um duplicado, porque só o próprio o poderia pedir, será necessário exumar o cadáver. Mas isto só poderá acontecer dois anos depois do enterro. É o sobrinho da viúva que trata de resolver o problema. Põe-se de acordo com uns coveiros para conseguir uma exumação clandestina e assim recuperar a caderneta.
18.04 às 00h00 > Clandestinos, de Fernando Perez (1987)
Baseado em factos reais e dedicado àqueles que morreram em combate, o filme descreve as actividades terroristas de um grupo de revolucionários justamente antes da revolução cubana.
A história começa com protestos: os homens irrompem numa partida de basebal, enquanto as mulheres fazem estragos numa emissão de "rainha por um dia". Não contentes com panfletos e slogans , os revolucionários enfrentam a polícia, cometem roubos à mão armada,põem bombas e incitam a população a sublevar-se.
Então, de esconderijo em esconderijo eles escondem-se sempre com a polícia no encalço. Dá-se a traição, a qual culmina com a batalha final.
E no domingo há um bónus: o documentáro Havanna, mi amor, do alemão Uli Gaulke. Só é pena ser às 2h00…
Todas as noites, os habitantes de Havana, reúnem-se em frente dos televisores a fim de se afundarem no mundo das telenovelas. Nestes dias até parece que os antigos aparelhos de televisão soviéticos não conseguem satisfazer os seus desejos de escaparem à realidade.
"Havanna, mi amor" fala-nos do relacionamento entre o quotidiano dessas pessoas e os episódios dessas infindáveis telenovelas.